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FALCOARIA SERÁ USADA NA PREVENÇÃO
DE ACIDENTES AÉREOS E CONTROLE DE FAUNA

Panorama Ambiental
São Paulo - Brasil
Setembro de 2002

A falcoaria, milenar arte de treinar e manusear falcões, poderá ajudar na prevenção de acidentes aéreos nos aeroportos brasileiros e no controle de aves que causam problemas ao homem e ao meio ambiente. Para regulamentar a atividade, o Ibama convidou os maiores especialistas no assunto. O resultado do encontro, ocorrido nos dias 4 e 5 de setembro, foi uma proposta de Instrução Normativa que será analisada pela Procuradoria Jurídica do instituto. "A legislação permite a falcoaria. O que nos interessa agora é que a atividade ocorra dentro dos critérios científicos, éticos e ambientais", diz José de Anchieta dos Santos, diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos/Departamento de Aviação Civil/Aeronáutica, as colisões de aves com aeronaves próximo aos aeroportos aumenta anualmente.
Ibama
De 250 casos ocorridos em 1999, o número de colisões saltou para 310 em 2000. Uma ave de aproximadamente um quilo e meio com uma aeronave a 600 km/h gera um impacto de cerca de 5 toneladas. A colisão pode provocar até mesmo a queda da aeronave. Nos Estados Unidos, durante um período de 10 anos, foram registradas 2.816 colisões que causaram a morte de 9 pilotos, a destruição de 16 aviões e prejuízos de US$ 76 milhões. Atualmente, a falcoaria faz parte das estratégias de segurança aérea no aeroporto JKF, em Nova Iorque em outros aeroportos americanos e europeus.

A simples presença de Falconiformes (falcões, gaviões, etc) em uma região basta para afugentar as aves indesejadas, pois são predadores naturais e ameaçam as demais. A prática da falcoaria pressupõe aves treinadas para as finalidades específicas e treinadores falcoeiros gabaritados, conforme determinará a legislação que regulamentará o assunto. O treinamento do pessoal exigirá o estabelecimento de escolas de falcoaria. O adestramento das aves de rapina requer um longo trabalho feito por falcoeiros especializados. No Brasil, alguns pesquisadores se dedicam à falcoaria e ao estudo das espécies mais propícias, conforme cada região do país. "São 64 espécies de Falconiformes no país e isso representa um grande potencial para a atividade", diz Leo Fukui, presidente da Associação de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina-ABFPAR. Somente espécies brasileiras deverão ser usadas na falcoaria praticada em território nacional.

Controle de pragas urbanas e rurais

Os Falconiformes são predadores naturais de aves e roedores, que podem representar perigos à saúde humana (ratos, pombos, etc) ou ameaças ao meio ambiente (espécies invasoras ou exóticas, a exemplo do que ocorre com os pardais no arquipélago de Fernando de Noronha, introduzidos indevidamente no local). Falcões, portanto, também podem ser aliados no controle de pragas urbanas e rurais. A regulamentação do uso de falconiformes para controle de fauna proposta pelo Ibama também deverá incluir o uso de Strigiformes (família das corujas) que têm papel importante no controle de morcegos vampiros, que freqüentemente se tornam pragas em fazendas e transmitem a raiva animal.

Falcoaria, preconceito e conservação

Com o surgimento das armas de fogo, a falcoaria, antes usada para a caça, declinou até praticamente desaparecer entre os séculos 16 e 19. Os falcões passaram a ser perseguidos, pois competiam com os caçadores pelas presas. Criou-se, então, a noção de que os Falconiformes eram aves nocivas. Essa mentalidade vigora ainda hoje, conforme relata o pesquisador Onildo Marini Filho, no documento que serve de base para as discussões sobre a falcoaria no Brasil. Segundo ele, das 58 águias pescadoras recuperadas no Brasil de 1937 a 1987, 47 foram mortas a tiro. "É preciso combater a noção errônea de que as aves de rapina são nocivas ao homem", diz ele. Onildo lembra que os rapineiros caçam para se alimentar e não roubam alimentos.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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