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GREENPEACE PEDE SUSPENSÃO DO CERTIFICADO
FSC DE MADEIREIRA NO MT

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2002

Organização contesta formalmente processo conduzido pela certificadora holandesa Skal

O Greenpeace enviou hoje ao FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) e ao "Comitê de Resolução de Disputas" da certificadora Skal (1) relatório de contestação sobre o processo de certificação FSC conduzido pela Skal na empresa Maracaí Florestal e Industrial Ltda, localizada em Sinop, no estado do Mato Grosso. O relatório de 52 páginas solicita a revisão do sistema de auditoria da Skal e a suspensão imediata da certificação florestal concedida à Maracaí até que a empresa se adeque a todos os Princípios e Critérios do FSC (2).

De acordo com o documento, o processo realizado pela certificadora holandesa entre dezembro de 2000 e outubro de 2001 - quando o certificado foi concedido à empresa - apresenta falhas técnicas e processuais que vêm sendo levantadas desde dezembro de 2001 (3). O relatório do Greenpeace mostra que a Skal não considerou todos os Princípios e Critérios de acordo com os "Padrões de Certificação FSC para Manejo Florestal em Terra Firme na Amazônia Brasileira", nem respeitou normas e procedimentos conforme as Diretrizes FSC para as Certificadoras. Também chama atenção o fato de que o processo de certificação da empresa Maracaí durou menos de um ano, o que não é usual.

A certificação FSC (4) é, atualmente, a melhor forma de atestar que o manejo de florestas nativas ou plantações é realizado de maneira eficaz, ambientalmente adequado e economicamente viável. O selo FSC - também conhecido como selo verde - assegura transparência em todo o processo - desde a extração da madeira na floresta, passando pelo processamento na indústria até chegar ao consumidor final. Porém, uma certificação que deixa dúvidas quanto à qualidade do manejo praticado por uma empresa pode colocar todo o sistema em risco, já que a certificação FSC se assenta na credibilidade de todo o processo.

"Estamos preocupados com a falta de qualidade da certificação conduzida pela Skal na empresa Maracaí", disse Marcelo Marquesini, engenheiro florestal do Greenpeace e especialista em certificação. "Considerando que a certificação é um processo em permanente construção, procuramos acompanhá-lo e contribuir cada vez mais para o aprimoramento do FSC e de seus Princípios e Critérios. Um dos pontos positivos do FSC é que ele permite contestações".

Marquesini explica ainda que as empresas que operam na Amazônia têm um histórico de atividades ilegais e predatórias, apresentando resistência ou dificuldade em adotar práticas ambientalmente sustentáveis e socialmente justas. "Este histórico de ilegalidades do setor madeireiro requer atenção redobrada das certificadoras e foi exatamente neste ponto que a Skal falhou".

De acordo com o relatório do Greenpeace, a empresa Maracaí está melhorando seu manejo florestal com o objetivo de se enquadrar às demandas para a certificação FSC, principalmente por causa da exigência de um de seus compradores, o grupo belga Saelens Trading BV. Contudo, a certificação concedida à Maracaí foi precipitada, já que a empresa ainda não cumpria uma série de Princípios e Critérios exigidos pelo FSC.

(1) O relatório de contestação do Greenpeace sobre o processo de certificação FSC conduzido pela Skal na empresa Maracaí foi enviado ao FSC, em Oaxaca, México, e ao "Comitê de Resolução de Disputas" da certificadora Skal, com sede em Zwolle, Holanda. O primeiro passo no processo de contestação de uma certificação FSC se dá diretamente com a empresa ou operação certificada. Se o responsável não resolver o problema ou não for de sua competência, o próximo passo é a certificadora. Se o problema também não for resolvido pela certificadora deve-se invocar seu "Comitê de Resolução de Disputas ou Comitê Independente". Se, ainda assim, o problema não for resolvido de maneira satisfatória, o próximo passo é abrir um processo formal de contestação no próprio FSC, o que envolve despesas judiciais.

(2) O relatório do Greenpeace apresenta o histórico da certificação FM/CoC 020541 concedida em novembro de 2001 pela holandesa Skal à empresa Maracaí e das contestações realizadas até o momento; os Princípios e Critérios que não foram considerados pela certificadora de acordo com os "Padrões de Certificação FSC para Manejo Florestal em Terra Firma na Amazônia Brasileira"; e as normas e procedimentos que não foram respeitados conforme exigências do "FSC Guidelines for Certification Bodies" (Diretrizes FSC para Certificadoras). O relatório completo em inglês está disponível no site do Greenpeace (www.greenpeace.org.br).

(3) A primeira contestação formal do processo de certificação Maracaí-Skal foi feita pela ONG Amigos da Terra (Brasil) e pela empresa Cikel Brasil Verde, em janeiro de 2002, conforme demonstra o relatório do Greenpeace e os seus anexos documentais.

(4) O FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é um sistema de certificação independente integrado por representantes de empresas madeireiras, organizações ambientalistas e do setor social. Mundialmente reconhecido, o FSC atende a rígidos padrões de manejo florestal, incorporando de forma equilibrada os interesses de grupos sociais, econômicos e ambientais. O FSC credencia entidades empresas ou Organizações Não Governamentais - ONGs) como certificadoras para que elas façam auditorias de campo e verifiquem se as operações das empresas cumprem seus Princípios e Critérios para manejo florestal. A Skal é uma certificadora holandesa credenciada pelo FSC que não possui escritório no Brasil.

 
 
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
 
 
 
 
 
 

 

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