HORTO TERÁ CENTRO DE MANEJO
DE ANIMAIS SILVESTRES
Panorama Ambiental
São Paulo - Brasil
Setembro de 2002
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O Brasil é considerado
o mais rico país em diversidade de espécies
animais do planeta e um dos mais importantes bancos de biodiversidade.
Mais de 218 espécies de animais silvestres já
se encontram na lista dos animais em extinção
e pelo menos 7 dessas espécies são consideradas
extintas, não sendo registradas suas presenças
nos últimos 50 anos.
As principais causas da redução de espécies
e espécimes são a destruição
dos habitats por corte de vegetação, a ocupação
humana e a exploração econômica. O tráfico
de animais silvestres também é responsável.
Calcula-se que 12 milhões de animais são retirados
anualmente do país de forma ilegal.
Frente a esse quadro, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente
vem implantando um Programa de Proteção à
Fauna Silvestre do Estado de São Paulo, desenvolvido
pela Fundação Florestal, e que foi oficialmente
apresentado no último dia 7/11, para técnicos
da área ligados às instituições
da SMA. O primeiro passo deste programa é a criação
de Centros de Manejo de Animais Silvestres (CEMAS), cuja
primeira unidade já está sendo implantada
no Parque Estadual Alberto Loefgreen (Horto Florestal),
na capital.
Segundo Angela Maria Branco, coordenadora do programa, o
grande interesse econômico sobre os animais silvestres,
a falta de fiscalização, a destinação
imprópria dos animais, o tráfico, o não
cumprimento da legislação e, principalmente,
a falta de serviços de triagem e manejo são
os principais problemas do setor. "Atender às
exigências legais de proteção à
fauna silvestre, promover o inventário dos animais
e parcerias com universidades, ONGs e iniciativa privada,
além da elaboração de planos de manejo
e a criação de uma rede de informações
e de serviços voltados à fauna são
os objetivos que estamos propondo a viabilizar para efetivamente
protegermos a fauna silvestre no Estado", diz.
O CEMAS será um serviço de recepção
de animais silvestres nativos, onde é prestado o
atendimento médico veterinário, com suporte
laboratorial e acompanhamento biológico, visando
a plena recuperação do animal para primordialmente
reintegrá-lo à natureza. Está sendo
construído no Horto Florestal e contará com
hospital veterinário, totalmente equipado, com setores
de quarentena, internação hospitalar, área
de reabilitação e de visitação.
Foi estabelecido um número médio de 380 vagas,
em recintos para animais de médio a grande porte,
sendo 42 destinados a quarentena, 168 para internação,
160 para a reabilitação e 10 na UTI, além
de centenas de vagas para pequenas aves. No CEMAS serão
atendidos os animais encaminhados pelas Unidades de Conservação
do Estado, Polícia Florestal, Ibama, Corpo de Bombeiros,
Centros de Controle de Zoonoses, entidades ambientalistas
e comunidade. Os animais serão reabilitados e depois
soltos na localidade de procedência. Os que não
se reabilitarem ou que não sejam procedentes do Estado,
deverão ser encaminhados, após a alta médica,
para o Estado de origem, zoológicos, criadouros ou
instituições de pesquisa, com a devida autorização
do Ibama.
Fonte: SMA (www.ambiente.sp.gov.br)
Renato Alonso |