O evento antecede o 23° FIP
- Festival Internacional de Pesca que acontece no
município entre os dias 14 e 22 de setembro,
reconhecido internacionalmente como o maior Festival
de Pesca em águas continentais do mundo.
"Um dos objetivos do encontro é abrir
o diálogo entre o governo e a sociedade e
aprofundar essa relação em benefício
da conservação dos recursos pesqueiros
e o bem estar da população de Mato
Grosso", define José de Anchieta dos
Santos, diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do
IBAMA. Segundo ele, o encontro discutirá
as relações entre a pesca amadora,
a conservação dos estoques pesqueiros
da região e as alternativas para a utilização
sustentável dos recursos naturais nos ecossistemas
do Estado.
As palestras programadas para o encontro foram escolhidas
a partir da abordagem de aspectos técnicos
e científicos ligados à pesca e às
possibilidades de exploração de outros
recursos naturais renováveis. Será
a oportunidade para que a comunidade formada por
estudantes, pesquisadores, gestores, pescadores
e lideranças políticas tenham contato
com pessoas responsáveis na gestão
dos recursos pesqueiros da região. "Percebemos
que há uma série de mitos em relação
à pesca que dificultam o relacionamento de
quem gerencia o setor e a população
beneficiada pela exploração dos recursos
naturais, com perdas para todos", avalia José
de Anchieta. Por isso, o encontro terá a
participação de vários especialistas
que poderão esclarecer o público e
ao mesmo tempo ouvir e registrar as sugestões
da comunidade.
Entre os temas das palestras estão o Programa
Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora - PNDPA:
programas, metas e atuação nas bacias
Platina e Amazônica; Gestão dos Recursos
Pesqueiros no Brasil: situação atual
e perspectivas da pesca amadora de influenciar a
melhoria do bem estar social das populações
ribeirinhas; Manejo de Fauna Silvestre: alternativas
de uso racional para o desenvolvimento regional;
as ONGs e a pesca amadora; o Festival Internacional
de Pesca e sua importância sócio-econômica
e ambiental, e finalmente o Desenvolvimento da Pesca
Amadora em MT.
Para o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do
IBAMA, os principais problemas que afetam a conservação
dos recursos pesqueiros em MT - à semelhança
de várias outras regiões do país
- estão relacionados com a perda ou deterioração
da qualidade ambiental. Entenda-se por isso, o assoreamento
acelerado dos rios, a poluição crescente,
a degradação dos solos, a contaminação
de lençóis freáticos e as mudanças
climáticas. "São fatores que
não estão ligados diretamente à
pesca, mas que repercutem sobre o setor, pois na
natureza tudo se relaciona de maneira integrada
e interdependente", explica. Nesse aspecto,
afirma ele, a gestão dos recursos pesqueiros
deve absorver o conhecimento de outros campos da
ciência e estabelecer profunda relação
com as práticas econômicas e culturais
tradicionais de uma região.
Excesso de pressão de pesca, captura de peixes
com petrechos proibidos e fora das épocas
e locais permitidos, introdução de
espécies exóticas e uso indiscriminado
do fogo são alguns dos fatores que influenciam
negativamente a vida nos rios e a disponibilidade
dos recursos naturais importantes ao homem.