Trabalho foi iniciado em 1996
com recursos do Suprograma Projetos Demonstrativos
(PDA) do Programa Piloto de Proteção
às Florestas Tropicais (PPG-7) para formar
15 agentes em três Terras Indígenas
(TIs). Hoje, envolve 85 índios de 15 TIs,
que buscam o reconhecimento oficial da profissão.
Parte da Série Experiência
PDA, a publicação Implantação
de Tecnologias de Manejo Agroflorestal em Terras
Indígenas do Acre detalha a história,
a estrutura e as perspectivas do projeto de formação
dos agentes agroflorestais indígenas (AAFIs).
Foi lançada na noite de encerramento do seminárioAnálise
da implementação de ações
para o uso, conservação e repartição
de benefícios da biodiversidade na Região
Juruá/Purus/Acre, na última quinta-feira
(12/09) em Rio Branco (AC), com previsão
de lançamento em Brasília em outubro.
Iniciado em 1996 com recursos do Suprograma Projetos
Demonstrativos (PDA) do Programa Piloto de Proteção
às Florestas Tropicais (PPG-7) para formar
15 agentes agroflorestais de três Terras Indígenas
(TIs), o trabalho é um desdobramento das
atividades de educação e saúde
indígena realizadas desde a década
de 80 pela Comissão Pró-Índio-Acre,
ONG responsável pelo suporte técnico
do projeto.
Em 1999, foi renovado até 2003 e passou a
ser apoiado também por diversas organizações
indígenas, instituições públicas
e privadas brasileiras e internacionais, entre as
quais a Secretaria de Extensão e Assistência
Técnica Rural do Governo do Acre. Desde 2001,
o Governo do Acre é responsável pela
formação de 19 AAFIs e se comprometeu
a assegurar recursos orcamentários para os
agentes e a buscar mecanismos para remunerá-los.
Agentes agroflorestais em ação
Aliando conhecimento tradicional
à conservação de recursos naturais,
85 agentes agroflorestais indígenas, das
etnias Asheninka, Manchineri, Jaminawá, Kaxinawá,
Katukina, Shawadawá (Arara), Apurinã
e Yawanawá, são voltados atualmente
à gestão ambiental de 15 Terras Indígenas
no Acre.
A formação ocorre por meio de processos
participativos e educacionais, que incluem cursos,
assessorias técnicas, oficinas itinerantes
e intercâmbios, para a identificação,
sistematização, valorização
e uso de saberes tradicionais e tecnologias relativas
ao uso sustentável de seus territórios.
Na prática, a gestão ambiental envolve
a elaboração do plano de uso das TIs,
a adoção de sistemas agroflorestais,
o manejo da caça, da pesca e das espécies
florestais mais utilizadas, a criação
de viveiros e hortas, a recuperação
de áreas degradadas e roças abondonadas,
entre outros. Também estão incluídas
atividades de vigilância e fiscalização
e disseminação de informações
e conscientização da comunidade.
Para registrar, planelar e avaliar suas atividades,
os AAFIs adotoram um diário de trabalho,
onde anotam as tarefas cotidianas. Publicações
didáticas elaboradas e editadas pelos AAFIs,
como Ecologia da Floresta, Chegou o Tempo de Plantar
as Frutas e Vamos Criar Peixes também dão
suporte ao projeto, além de representarem
a construção de um acervo cultural
e ecológico.
Inspiração para povos indígenas
de outros partes do país para o manejo sustentável
de seus territórios, os AFFIs buscam no momento
o reconhecimento oficial da profissão.