SERINGUEIROS DO
PARÁ ENTRAM NA LUTA
PELA PRESERVAÇÃO DO PEIXE-BOI DA AMAZÔNIA
Panorama Ambiental
Nova York - EUA
Outubro de 2002
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Os seringueiros do Pará
são os mais novos aliados na luta pela preservação
do peixe-boi da Amazônia, o mamífero aquático
mais ameaçado de extinção do país.
Uma parceria feita entre o Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama
- responsável pelo trabalho de conservação
do peixe-boi no Brasil - e o Conselho Nacional dos Seringueiros-CNS
está ajudando a viabilizar a pesquisa sobre o peixe-boi
da Amazônia (Trichechus inungis) no Estado do Pará.
Com ampla penetração nas comunidades ribeirinhas
e extrativistas, o CNS garante o acesso dos pesquisadores
até as populações tradicionais. A primeira
experiência no campo ocorreu no início de setembro
durante a expedição que percorreu 70 comunidades
na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns em busca
de dados sobre a ocorrência do peixe-boi na região
e os hábitos de caça ao animal que ainda fazem
parte do dia-a-dia de muitas comunidades - apesar da escassez
cada vez maior do animal nos lagos e igarapés da
região.
Viveiro para peixes-bois
Com as orientações
técnicas do Centro Mamíferos Aquáticos,
o CNS instalou em uma área de sua propriedade, próxima
ao município de Alter-do-Chão, no Pará
um viveiro no ambiente natural para abrigar inicialmente
dois peixes-bois apreendidos pelo Ibama na região
a partir de denúncias dos próprios ribeirinhos.
O viveiro está devidamente montado dentro das especificações
técnicas definidas para a manutenção
de animais em cativeiro. Eles deverão permanecer
no cativeiro e integrar o programa de recuperação
da espécie.
Os funcionários do CNS, incluindo uma bióloga,
recebem treinamento do Centro Mamíferos Aquáticos
para manejar os peixes-bois. O manejo inclui a alimentação
diária e o controle necessário para o acompanhamento
da saúde dos animais.
Para saber mais sobre o
peixe-boi:
O livro "Peixe-Boi,
a história da conservação de um mamífero
brasileiro" é o mais expressivo relato publicado
até hoje no país a respeito de um trabalho
de preservação da fauna brasileira. A publicação
conta a história dos esforços, das lutas e
das vitórias do Projeto Peixe-Boi, um dos mais inspirados
e importantes projetos de proteção de um animal
em vias de extinção.
Aos 21 anos de existência, o Projeto Peixe-Boi é
reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento técnico
e científico que vem alcançando, apesar do
seu pouco tempo de existência. Hoje, por exemplo,
com tecnologia de ponta genuinamente nacional, seus pesquisadores
fazem análises de DNA e já conseguem reproduzir
em laboratório o leite materno desse animal marinho,
que, infelizmente, figura como o mamífero aquático
mais ameaçado de extinção do Brasil.
Existem menos de 500 desses mamíferos vivendo no
litoral do país.
Além disso, pesquisadores do Projeto desenvolveram
avançadas técnicas de reintrodução
de peixes-bois na natureza, atividade que vem sendo realizada
com sucesso em praias selvagens da costa brasileira.
O livro revela, aliás, que desde o início
das atividades do Projeto Peixe-Boi a natureza passou a
contar com um forte aliado pela sua preservação.
O Projeto foi responsável direto pela criação
de 3 áreas de proteção ambiental (APA)
em importantes trechos dos litorais do nordeste e do norte:
Barra de Mamanguape (Paraíba), Delta do Parnaíba
(entre Piauí e Maranhão) e Costa dos Corais
(entre Alagoas e Pernambuco).
Com um texto didático e ágil em tom de reportagem,
fotos inéditas feitas no habitat selvagem do mamífero
e com um design moderno, "Peixe-Boi, a história
da conservação de um mamífero brasileiro"
é um retrato do Brasil - ainda pouco conhecido -,
onde pesquisadores e comunidades lutam, por iniciativas
pessoais, pela preservação de espécies
e do nosso planeta.
Conforme diz um texto logo na contracapa da publicação:
"Este livro é uma contribuição
a grande missão que a humanidade tem pela frente:
a conservação do planeta".
Quem são os autores:
Régis Pinto de Lima
é o chefe nacional do Centro Mamíferos Aquáticos
e coordenador do Projeto Peixe-Boi, além de membro
da delegação brasileira na Comissão
Baleeira Internacional. É responsável pela
supervisão técnica do livro.
Sérgio Túlio Caldas, jornalista, trabalhou
para os principais jornais e revistas do país, como
"O Estado de S.Paulo" e "Veja". Recentemente
deixou o cargo de editor da revista "Terra", a
principal publicação de meio ambiente do Brasil,
para tornar-se um colaborador especial desse veículo.
Ele acaba de associar-se à produtora de vídeo
DGT Filmes, de São Paulo, especializada em ecologia
e viagens culturais. Recentemente foi premiado pela ONG
Conservation International, baseada em Washington (EUA),
com reportagem sobre a Mata Atlântica.
Luciano Candisani foi o primeiro
fotógrafo brasileiro profissional a registrar a vida
submarina da Antártica. Seu trabalho, reconhecido
internacionalmente, é voltado para registros da vida
selvagem e da natureza do Brasil e do mundo. Colabora para
grandes publicações como National Geographic,
Veja, Terra, Época e Superinteressante.
Alessandro Meiguins, designer
gráfico, é responsável pela criação
gráfica do livro. Jornalista, ele também se
dedica a trabalhos ligados a meio ambiente, realizando reportagens
para as revistas Terra e Superinteressante, entre outras
especializadas na área.
Sérgio Túlio,
Candisani e Meiguins, profissionais ligados à área
do meio ambiente, são os criadores do Projeto Brasil
Ecológico, uma série de livros que tem como
objetivo divulgar importantes iniciativas de proteção
e conservação da natureza no Brasil (e-mail:
projetobrasilecologico@terra.com.br). "Peixe-Boi,
a história da conservação de um mamífero
brasileiro" é o primeiro deles.
Fonte:
Ibama (www.ibama.gov.br)
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