O Ibama inicia a implantação
do primeiro Corredor Ecológico para proteger
o meio ambiente costeiro do Pará, garantir
o desenvolvimento ecológico da região,
e oferecer às comunidades locais alternativas
para a exploração correta dos recursos
naturais, com uma certeza: a necessidade de ampliar
o número e a área de unidades de conservação
em ecossistemas estuarinos. Com a criação
do Corredor de Gestão Biorregional da Zona
Costeira Paraense o Ibama pretende impedir a crescente
degradação ambiental em uma área
estimada em quinhentos quilômetros quadrados
- da ilha do Marajó/PA ao rio Gurupi/divisa
com o estado do Maranhão, decorrente da antropização
da região nas duas últimas décadas.
Para discutir a implantação do projeto
o Ibama se reúne no Hotel Paraíso,
na Ilha do Mosqueiro/PA, com seus parceiros federais,
estaduais e municipais, ongs, sindicatos, cooperativas
e conselhos regionais que representam direta ou
indiretamente as comunidades locais envolvidas com
o projeto de Gestão Biorregional da Zona
Costeira Paraense.
O Corredor Ecológico abrangerá vinte
e sete municípios e será dividido
em três áreas-núcleo: Costa
Atlântica, Continental Estuarino e, Insular
Estuarino, informaram os responsáveis pelo
projeto: os geólogos Zanoni Carmo Ferreira,
coordenador de Conservação de Ecossistemas
do Ibama/sede, e Iloé Listo de Azevedo -
CNPT/PA.
Eles esperam que a integração dos
vinte e sete municípios que compõem
a área do Corredor Ecológico crie
infra-estrutura suficiente para a implantação
de atividades econômicas alternativas que
desenvolvam a região e viabilizem a participação
popular e a geração de emprego e de
renda, como o incremento do ecoturismo e da produção
cultural. E aguardam três resultados do workshop:
análise e contribuições dos
potenciais parceiros; formação de
um grupo de trabalho e de comitês para a implantação
do corredor ecológico; e, definição
de sua área de abrangência.
O projeto de Gestão Biorregional interligará
as cinco áreas de Proteção
Ambiental da costa paraense: APAs do Marajó,
Algodoal Maiandeua, Ilha de Canela, Urumajó
e, Jabatitiua Jatium, à Reserva Extrativista
Marinha de Soure e a outras oito RESEX em fase de
criação. A intenção
é formar um extenso corredor para preservar
as áreas ainda não antropizadas e
recuperar as já alteradas por atividades
agrícolas, pastoris, extrativistas e imobiliárias
que há vinte anos vem degradando e modificando
os ecossistemas da zona costeira do Pará
com aterros de mangues e corte indiscriminado da
Floresta Amazônica.
Um dos principais objetivos do projeto é
planejar o desenvolvimento sustentável da
região como forma de garantir a melhoria
da qualidade de vida das comunidades e, ao mesmo
tempo, a conservação adequada do meio
ambiente. Para isto será necessário
conhecer melhor o funcionamento dos ambientes costeiros,
possível segundo Zanoni e Iloé "estabelecendo-se
uma relação harmônica entre
as atividades do homem e os processos naturais destes
ecossistemas".
As expectativa do Ibama com a implantação
do Corredor Ecológico: formar um banco de
dados sobre a produção científica
da zona costeira paraense; fortalecer as instituições;
melhorar o processo de gestão integrada e
os conhecimentos sobre a situação
atual dos ecossistemas costeiros e de seus recursos;
qualificar mão de obra para desenvolver projetos
de gestão, conservação e sustentabilidade
dos recursos naturais da zona costeira do Pará;
elevar a qualidade de vida das populações
locais; criar, implementar e fortalecer as unidades
de conservação; e, sensibilizar as
comunidades costeiras para a importância do
uso sustentável da biodiversidade.
A área para a implantação do
projeto foi escolhida através de estudos
de Representatividade Ecológica elaborados
em parceria - Ibama/WWF, de Avaliação
e Ações Prioritárias para a
Conservação da Biodiversidade das
Zonas Costeiras e Marinhas, do ministério
do Meio Ambiente.
A Gestão Biorregional tem por objetivo procurar
meios para equilibrar as necessidades de sustento
de uma determinada comunidade com o potencial de
recursos naturais do local. Zanoni e Iloé
Listo garantem que o planejamento biorregional proposto
para a Zona Costeira Paraense atende as prioridades
do projeto Corredores Ecológicos de responsabilidade
da diretoria e da coordenação geral
de Ecossistemas do Ibama-sede:
• fortalecer a gestão participativa visando
o planejamento, o monitoramento e o controle das
ações para conservar a diversidade
biológica;
• aumentar a representatividade das áreas
protegidas nos corredores ecológicos, expandindo
as unidades de conservação;
• priorizar a conectividade das áreas protegidas;
• reduzir a pressão do desmatamento em áreas
conservadas; e,
• contribuir para a proteção e o uso
sustentável da diversidade biológica
brasileira.