O sucesso do Projeto Pomar, da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, pode ser
constatado através do crescente interesse
de alguns municípios do interior de São
Paulo em implantar o Projeto em suas cidades, tanto
pelo fato do projeto se concretizar em um belo e
extenso jardim urbano, quanto pelo estímulo
à reeducação ambiental - que
ele tem proporcionado na capital - , e, principalmente,
pela recuperação de áreas em
processo de degradação. Em alguns
desses municípios, inclusive, já se
encontra em andamento sua implantação,
conforme pôde se comprovar no seminário
realizado no último dia 20/11, na sede do
CEPAM - Centro de Estudos e Pesquisas de Administração
Municipal -, na Cidade Universitária, em
São Paulo, justamente para apresentar o Pomar
a técnicos das prefeituras interessadas.
Em Osasco, por exemplo, entre o rio Tietê
e os córregos Bussocaba e João Alves,
já está florescendo o primeiro quilômetro
desse tipo de jardim. Um detalhe interessante: para
a irrigação das suas mudas, está
sendo utilizado um sistema de reciclagem, pelo qual
se aproveita a água de um córrego
que, embora não sirva para o abastecimento
público, oferece condições
de ser usada para a irrigação. De
qualquer forma, a expectativa da maioria dos representantes
de prefeituras, técnicos ambientais, engenheiros
agrônomos e de reflorestamento, de municípios
como Pacaembu, Itu, Itapecerica, Cruzeiro, Campo
Limpo, Atibaia e Jundiaí, presentes no evento,
era a de buscar ajuda especializada ou orientação
dos responsáveis pelo Pomar, visando aproveitá-las,
de forma prática, em suas respectivas cidades.
Entre esses técnicos, o maior objetivo permanece
sendo o da despoluição dos rios e
a curiosidade maior se concentra sobre as formas
possíveis dessa limpeza vir a ser efetivada,
quais os procedimentos adequados e como conseguir
a própria reutilização da água
dos córregos e rios envolvidos. Além
da busca de parcerias com a iniciativa privada e
dos mecanismos que estimulem o desenvolvimento da
educação ambiental entre crianças
e estudantes em geral, pensando em sua disseminação
por toda a comunidade, enfatizando a importância
do meio ambiente e do paisagismo urbano para elevar
seus próprios padrões de qualidade
de vida.
A Coordenadora do Projeto, Helena Carrascosa, lembra
outros benefícios, como a oferta de empregos
e qualificação profissional a centenas
de pessoas desempregadas, que devem ser analisados
à luz da mobilização e participação
popular em causas coletivas, destacando a forma
voluntária como a população
em geral tem procurado o Pomar, querendo de alguma
forma ajudar. Ela explica que, nesse tipo de empreendimento,
que busca o resgate da cidadania e da auto-estima
dos moradores dos centros urbanos, por meio dos
cuidados com o meio ambiente, toda forma de apoio
é bem-vinda, o que é atestado pela
grande aceitação popular do Projeto
Pomar.
O segredo dessa aceitação, conclui,
reside na possibilidade de todos poderem testemunhar,
a cada dia que passa e a olhos nus, o retorno da
vida e o avanço concreto do Projeto Pomar
em plenas margens do Rio Pinheiros. Ali, o solo
é tratado e trocado, viabilizando vida às
plantas e sua grande variedade de flores, proporcionando-lhe
um colorido durante o ano todo, e o que é
mais importante, fornecendo suporte aos moradores
que nele vivem (desde aves como quero-quero, bem-te-vis,
rolinhas e sabiás, até grandes roedores
como as capivaras, sem deixar de lado até
mesmo um misterioso jacaré, que aparece de
vez em quando) e que dão as boas vindas aos
que passam pelas avenidas marginais.