Secretário
Goldemberg lança livro no encerramento de
5ª reunião de pesquisas da Secretaria
do Meio Ambiente e comemora as mudanças que
modernizam o Licenciamento Ambiental no Estado e
São Paulo
Para o Professor José Goldemberg, secretário
estadual do Meio Ambiente, o lançamento do
livro "Parque Estadual das Fontes do Ipiranga:
unidade de conservação que resiste
à urbanização de São
Paulo", neste último dia 5 de dezembro,
marcou um dia particularmente importante. Segundo
ele, o lançamento da publicação
coroou uma data que deve ser vista como um marco
na modernização do sistema ambiental
no Estado de São Paulo, com a assinatura
dos decretos assinados pelo governador Geraldo Alckmin
que permitem a descentralização do
licenciamento realizado pela CETESB - Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental, repassando
para os municípios a tarefa de licenciar
as atividades que representem apenas impacto local
e tornando renovável a concessão de
licenças ambientais em todo Estado de São
Paulo.
Goldemberg demonstrou entusiasmo com a publicação
do livro, destacando a importância da documentação
das inúmeras pesquisas que vêm sendo
desenvolvidas naquele remanescente de floresta tropical,
encravado no meio de uma das maiores aglomerações
urbanas do mundo. "Esta publicação
reúne informações tão
importantes que contribuíram para sensibilizar
o poder público sobre a necessidade de conservação
da área e da recuperação daquilo
que já foi degradado, como é o caso
de alguns corpos d'água dentro do Parque,
que abriga instituições como o Instituto
e o Jardim Botânico e a Fundação
do Zoológico".
O Parque e a obra
Criado no final do século
XIX, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga -
PEFI surgiu para proteger as 24 nascentes que dão
origem ao histórico riacho do Ipiranga. Abriga
também importantes exemplares da flora e
serve como um verdadeiro laboratório para
as pesquisas sobre os reflexos da expansão
urbana nos recursos hídricos, vegetação
e fauna ali presentes. Graças à preservação
da área, permanecem praticamente intocáveis
dois grandes mananciais subterrâneos que representam
uma reserva estratégica de água para
o abastecimento público em uma região
que já enfrenta a ameaça de escassez
desse recurso natural.
De acordo com os coordenadores da publicação,
Maria Cristina Forti, Denise e Carlos Bicudo, "foi
nosso intuito maior despertar o interesse pelo PEFI,
a terceira maior reserva de mata nativa do município
de São Paulo e de seu valor como patrimônio
natural, cultural e sócio-econômico.
O PEFI apresenta contexto único já
que congrega uma Unidade de Conservação,
instituições de pesquisa, núcleos
de educação ambiental e lazer, bem
como os efeitos deletérios dos impactos antrópicos
decorrentes da urbanização de uma
das maiores metrópoles do mundo. Ações
conjuntas, envolvendo a comunidade científica,
o governo e a população e que incorporem
pesquisa, ensino, educação ambiental
e políticas públicas poderão,
com certeza, transformar o PEFI em modelo de gestão,
de uso sustentado e, consequentemente, de conservação
da biodiversidade".
Para o Professor Goldemberg, "biomas como o
da Mata Atlântica, que reveste a maior parte
dos 543 hectares de extensão desta unidade
de conservação, constituem um patrimônio
da Nação. Tanto por seu refinamento
genético ou biodiversidade ímpar como
pela lição permanente de cooperação
recíproca das espécies que ali vivem".
Entre os autores da obra, que reúne o trabalho
de 55 pesquisadores, de 15 diferentes instituições
de pesquisa, incluindo duas da Alemanha e uma da
França, está o atual reitor da Universidade
de São Paulo, José Adolpho Melfi,
presente ao lançamento da obra. O Professor
Melfi participou do capítulo sobre Recursos
Hídricos, trabalhando no tema "fluxo
de espécies químicas pelo ciclo hidrológico".
O livro, com cerca de 350 páginas, foi publicado
pela Imprensa Oficial e a primeira tiragem é
de mil exemplares, que serão distribuídos
para as instituições de pesquisa e
ensino, bibliotecas e entre os autores responsáveis
pelas pesquisas que deram origem a publicação.