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AMBIENTALISTAS
LANÇAM CAMPANHA
PARA ALTERAR A REFORMA TRIBUTÁRIA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Agosto de 2003
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Algumas das principais
entidades ambientalistas do País lançaram
hoje a campanha Reforma Tributária Sustentável
(http://www.reformatributariasustentavel.org) e
dirigiram uma carta ao Ministro da Fazenda Antônio
Palocci solicitando alterações no
texto atualmente em tramitação no
Congresso. Os ambientalistas se declaram decepcionados
com o relatório do deputado Virgílio
Guimarães, que ignorou a quase totalidade
das mais cem emendas apresentadas por um grupo de
18 deputados de diversos partidos, reunidos na Frente
Parlamentar pela Reforma Tributária Ecológica.
Entre as propostas apresentadas ao ministro, há
algumas que visam dar sustentabilidade social e
econômica à PEC 41 do governo, tais
como o mecanismo de parcial desoneração
da folha de salário para geração
de empregos. Outras expressam preocupação
para possíveis retrocessos na alocação
do ICMS ecológico em vários estados
e pelo desaparecimento da isenção
(contemplada no relatório anterior) do ITR
para áreas de preservação permanente
das propriedades rurais. Além disso, são
reforçadas propostas como a CIDE ambiental
e o uso de critérios de seletividade ambiental
para o IPI.
O relatório do dep. Virgílio Guimarães
é julgado parcialmente incoerente porque,
apesar de inserir no artigo 170 (princípios
gerais da ordem econômica) a variável
ambiental, deixa de considerar a questão
nas medidas especificamente tributárias.
Dessa forma, de acordo com as entidades, o reconhecimento
do artigo 170 se torna inócuo.
A campanha promove o envio de e-mails para os ministros
e parlamentares relevantes e é promovida
por Amigos da Terra - Amazônia Brasileira,
Greenpeace, Grupo de Trabalho Amazônico -
GTA, Imazon, Instituto Socioambiental, Núcleo
Amigos da Terra, SOS Mata Atlântica e WWF.
"Não estamos propondo aumentos de impostos
nem renúncia fiscal, tentando dessa forma
trabalhar no espírito da reforma tributária
do governo. Apenas queremos estimular emprego, eficiência
na produção e uso racional do recurso
natural por meio do instrumento tributário,
reorientando a carga tributária já
existente" - afirmou Roberto Smeraldi, de Amigos
da Terra - Amazônia Brasileira, um dos promotores
da iniciativa.
Por uma reforma
tributária sustentável
Ambientalistas
lançam campanha virtual para sensibilizar
o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e parlamentares
a considerarem as emendas sugeridas pela Frente
Parlamentar para Reforma Tributária Ecológica
à Proposta de Emenda Constitucional 41/2003,
que trata da reforma do sistema tributário
nacional. A maior parte das sugestões foi
rejeitada pelo relator do tema, o deputado Virgílio
Guimarães (PT/MG).
O Núcleo Amigos da Terra, o WWF-Brasil, o
Greenpeace Brasil, o Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA), a Fundação SOS Mata Atlântica,
a Rede de ONGs da Mata Atlântica, o Instituto
Vitae Civilis e o Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon) lançaram no início
desta semana a campanha virtual Reforma Tributária
Sustentável para que internautas encaminhem
mensagens para parlamentares e para o ministro da
Fazenda, Antonio Palocci, solicitando que sejam
consideradas as emendas sugeridas pela Frente Parlamentar
para a Reforma Tributária Ecológica
para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 41/2003,
que trata da reforma do sistema tributário
nacional.
Os 19 deputados da Frente Parlamentar para a Reforma
Tributária Ecológica encaminharam
mais de 100 emendas à PEC 41, quase completamente
rejeitadas pelo relator da reforma tributária,
o deputado Virgílio Guimarães (PT/MG).
Entre as propostas da frente parlamentar, tratamento
diferenciado para produtos e serviços que
façam uso sustentável da biodiversidade;
desoneração da carga tributária
sobre a contratação de pessoal, para
estimular empregos sustentáveis e renovação
tecnológica; alíquota máxima
de 6% para o ICMS no caso de veículos automotores
movidos exclusivamente a álcool combustível,
a gás natural veicular ou a ambos os combustíveis;
seletividade do IPI e do ICMS conforme o impacto
ambiental do produto ou serviço; e a instituição
e a graduação dos tributos e contribuições,
bem como a repartição das receitas
tributárias, considerando os princípios
do poluidor-pagador e do não-poluidor-recebedor.
No relatório da “versão consolidada”
da proposta de reforma tributária, divulgado
no fim de julho, a questão ambiental está
inserida apenas entre os princípios gerais
da ordem econômica. Como explicado em um dos
textos da campanha, isso “representa um reconhecimento
formal importante, porém ignora completamente
a questão nas medidas de ordem tributária,
assim contradizendo o princípio afirmado”.
Além disso, foi excluída desta última
versão a isenção da cobrança
do Imposto Territorial Rural (ITR) em Áreas
de Preservação Permanente (APPs).
Roberto Smeraldi, diretor da Amigos da Terra Brasil;
Fábio Feldmann, secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas;
Gilney Viana, secretário de Desenvolvimento
Sustentável do Ministério do Meio
Ambiente; Ronaldo Seroa da Motta, coordenador de
Estudos de Meio Ambiente do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea); e Mário
Mantovani, diretor da Fundação SOS
Mata Atlântica, são alguns dos participantes
de uma audiência pública sobre reforma
tributária ecológica que ocorre na
manhã desta quinta-feira (27/8) na Comissão
de Meio Ambiente, Minorias e Cidadania da Câmara
dos Deputados.
Durante uma audiência pública realizada
na última quinta-feira para discutir mudanças
climáticas, os deputados Ronaldo Vasconcellos
(PTB/MG) e Fernando Gabeira (PT/RJ) criticaram a
omissão de questões ambientais no
texto da reforma tributária. Gabeira, que
fazia parte da Comissão Especial da Reforma
Tributária foi substituído pelo deputado
Paulo Delgado (PT/MG).
Participe e divulgue a campanha Reforma Tributária
Sustentável (www.reformatributariasustentavel.org).
Fonte: www.amazonia.org.br /ISA
– Instituto Sócio Ambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa/Adriana Ramos e Cristiane
Fontes