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DOIS ANOS
DO ASSASSINATO DO DEMA, UM DOS MAIS IMPORTANTES
LÍDERES DO MOVIMENTO PELO DESENVOLVIMENTO
DA TRANSAMAZÔNICA E XINGU
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Agosto de 2003
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Inquérito
policial para apurar as causas de sua morte foi
concluído com falhas graves em menos de uma
semana e classificou o caso como latrocínio.
O MDTX divulgou documento na segunda-feira (25/8)
exigindo que a Polícia Federal ingresse na
investigação do caso, assim como apresenta
uma série de reivindicações
relacionadas ao ordenamento territorial e ao planejamento
do uso dos recursos naturais da região.
Ademir Alfeu Federicci, o Dema foi assassinado em
sua casa, em Altamira (PA), no dia 25/8/2001. O
ex-coordenador do MDTX - movimento que congrega
mais de 100 organizações rurais e
urbanas, como sindicatos, associações
de bairro e ONGs - chegou em Medicilândia
(PA), município da região Transamazônica,
em 1975.
Fez parte de sua trajetória a coordenação
da Pastoral da Juventude, a criação
do Movimento pela Sobrevivência na Transamazônica
(MPST), a liderança de três caravanas
a Brasília para reivindicar a recuperação
da rodovia Transamazônica e a ampliação
dos serviços de saúde e educação
na região e a participação
em todos os Gritos da Terra Brasil, manifestações
que incluíam reivindicações
pelo estabelecimento de crédito bancário
para pequenos produtores.
À frente do MDTX, a liderança voltou-se,
entre outras atividades, a denunciar desvios de
recursos da extinta Superintendência de Desenvolvimento
da Amazônia (Sudam), a retirada ilegal de
madeira em Terras Indígenas e a grilagem
de terras. Um pouco antes de sua morte, liderava
um movimento de resistência à construção
da Usina Hidrelétrica Belo Monte obra prevista
no Avança Brasil de FHC que deve integrar
o Plano Plurianual 2004-2007, atualmente sendo desenhado
pela equipe do governo Lula.
Para marcar os dois anos de sua morte, o MDTX divulgou
documento no início desta semana intitulado
Assassinato de Dema: dois anos de dor, saudade e
impunidade, no qual chama a atenção
para o fato de que “o crime continua sem solução,
os mandantes soltos e uma escalada de violência
pautada na grilagem de terras públicas, saque
dos recursos naturais e assassinato de outras lideranças”.
Além de exigir a entrada da Polícia
Federal nas investigações do assassinato,
o movimento solicita que o governo federal crie
uma força tarefa para combater a grilagem
de terras e florestas públicas e que sejam
viabilizadas as propostas para o ordenamento territorial
e planejamento do uso de recursos naturais no Oeste
do Pará, reunidas em um documento entregue
durante uma audiência realizada com o ministro
chefe da Casa Civil, José Dirceu, em 3/7
- lista completa de reivindicações
abaixo.
Segundo o MDTX, o Oeste do Pará vem se tornando
uma nova fronteira de grilagem e de privatização
ilegal de terras públicas. Assim como Belo
Monte, outra obra que deverá integrar o PPA
2004-2007 é o asfaltamento de 756 quilômetros
da BR-163 (Rodovia Cuiabá-Santarém)
- maior parte deste total em território paraense
-, o que já vem gerando a especulação
e grilagem de terras na região, segundo relatório
produzido pelo Grupo de Assessoria Internacional
(IAG) do Programa Piloto de Proteção
das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7) sugerindo
a revisão de diversos empreendimentos previstos
para a Amazônia.
Divulgado no início de agosto, o material
destaca a regularização fundiária
e o ordenamento territorial como pré-condições
obrigatórias para a realização
de qualquer obra de infra-estrutura. “A questão
da grilagem na Amazônia merece um destaque
de grande tarefa nacional e precisa de ação
coordenada de diversos órgãos do governo”,
ressalva o documento, que sugere a regularização
na Transamazônica e na BR-163, sem que isso
implique na expulsão de pequenos proprietários.
O Relatório Brasileiro sobre Direitos Humanos
Econômicos Sociais e Culturais (DhESC) anunciado
em junho, também apontava a regularização
fundiária como uma prioridade absoluta da
região, defendendo uma atuação
incisiva do poder público para acabar com
o quadro de grilagem e a atividade madeireira irregular.
A Transamazônica, parte de uma área
conhecida como Amazônia Oriental, foi definida
como “marcada por graves problemas de grilagem de
terras, violência generalizada e denúncias
de corrupção contra diversas instâncias
do poder público”.
Felizmente, o dia 25/8 também foi marcado
por celebrações. Na data, foi lançada
a homepage (http://www.fase.org.br/regionais.asp?categoria=fundo_dema)
e uma pequena linha de produtos do Fundo Dema, criado
recentemente para o financiamento de projetos socioambientais
na região com recursos a serem obtidos da
venda de seis mil toras de mogno exploradas ilegalmente
e apreendidas em Altamira (PA), avaliadas em R$
7,5 milhões e doadas pelo Ibama para a Fase.
A ONG é responsável pela administração
do fundo em parceria com a FVPP.
As
reinvindicações do MDTX
Ao
Tribunal de Justiça do Estado do Pará:
-
que
dê prioridades as Ações Ordinárias
de Nulidade e Cancelamento de Matrícula,
Transcrições e Averbações
ingressadas pelo Instituto de Terras do Pará
para áreas de terras públicas griladas
por particulares;
-
que
envie imediatamente para Justiça Federal
o Processo 270/96 provido pelo Iterpa contra Industria,
Comércio Exportação e Navegação
do Xingu Ltda - Incenxil.
-
que
suspenda imediatamente todos os planos de manejos
florestais ao norte e ao sul da Transamazônica;
-
que
priorize os estudos para criação
da Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre
em Porto de Moz e Resex Renascer em Prainha e
a Resex Bacajá em Anapu;
À
Justiça Federal em Santarém:
-
que
crie uma força tarefa para combater a grilagem
de terras e florestas públicas;
-
que
priorize e leve em consideração
os Estudos Preliminares para a Caracterização
de um Mosaico de Unidades de Conservação
para Terra do Meio realizados pelo MMA por solicitação
do Movimento Social da Transamazônica e
Xingu.
-
que
promova a imediata reversão das glebas
acima de 2.500 ha ao longo da Transamazônica,
e que seus destinos sejam discutidas com a sociedade
civil organizada. Solicita que sejam viabilizadas
em caráter de urgência as propostas
do documento Ordenamento do território
e planejamento do uso dos recursos naturais no
Oeste do Pará, entregue ao governo federal
na audiência realizada com o ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu, em Brasília,
no dia 3/7. Reforça a urgência e
a legitimidade de todas as propostas descritas
no Documento das organizações da
Transamazônica e Xingu, entregue ao presidente
do Incra, Marcelo Resende de Souza, no dia 8/8.
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