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IBAMA DENUNCIA
182 MADEIREIRAS POR
FALSIFICAÇÃO E CORTE DE TRÊS
MILHÕES DE ÁRVORES
Panorama Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Novembro de 2003
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A Operação
Belém, auditoria realizada por procuradores
e analistas ambientais do Ibama, confirmou ação
criminosa praticada por 182 madeireiras em dezenas
de municípios no estado Pará, com
“calçamento” (informações diferentes
nas vias do documento) e falsificação
de 1.263 Autorizações de Transporte
de Produto Florestal (ATPF) - documento do IBAMA
que controla a exploração florestal
no país. As madeireiras que “calçaram”
1.003 ATPF e as que falsificaram 260 ATPF responderão
a inquérito e a ação penal
por dilapidarem o patrimônio ambiental e fomentar
o desmatamento da floresta amazônica.
De acordo com o gerente executivo do Ibama no Pará,
Marcílio Monteiro, as providências
tomadas pela instituição foram o encaminhamento
imediato de 462 Representações Criminais
(Autos de Infração) no valor de R$
4,5 milhões contra as empresas infratoras
e proposição de ação
penal pela utilização indevida, adulteração
ou falsificação de documentos públicos
junto ao Ministério Público Federal
no Pará.
Duas empresas somam mais de R$ 2 milhões
em AI - Autos de Infração de ATPF
calçada: Indústria de Madeiras Rio
Guamá, em São Miguel Guamá,
e a Pérola Madeiras do Pará, no município
de Tailândia. A Operação Belém
identificou que 30% das empresas investigadas estão
localizadas no município de Tailândia,
que passou a ser a nova rota ilegal da extração
e comercialização de madeira na região
sudeste do Pará.
A Operação Belém, iniciada
em junho, também identificou a conexão
criminosa entre madeireiras do Pará e do
Mato Grosso, que juntas sonegaram R$ 45 milhões
do sistema tributário, comercializando ilegalmente
45 mil metros cúbicos de matéria-prima
florestal. Esse volume corresponde a mais de 2.500
caminhões que, enfileirados, chegam a 50
km de extensão, fruto do abate clandestino
de três milhões de árvores de
centenas de espécies florestais.
O gerente executivo do Ibama no Pará disse
que o corte ilegal “causa danos a biodiversidade
e aos ecossistemas irreversíveis e quem perde
com a dilapidação do patrimônio
ambiental são as populações
rurais dos municípios paraenses”. Flávio
Montiel, diretor de Proteção Ambiental
do Ibama, informou que o “Pará está
sendo pioneiro neste tipo de auditoria, mas a ação
será estendida para todo o Brasil”.