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1º
CONFERÊNCIA REGIONAL DO MEIO AMBIENTE
DO POLO MARAJÓ – PA
Panorama Ambiental
Belém (PA) - Brasil
Novembro de 2003
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A cidade marajoara
de Muaná-pa, sede de um dos municípios
do arquipélago do marajó que conforma
o delta do amazonas, recentemente, foi palco de
um acontecimento extraordinário – a i conferência
regional do meio ambiente do polo marajó
– conclave preparatório para a i conferência
estadual do meio ambiente do Pará e para
a i conferência nacional do meio ambiente,
respectivamente, em Belém-PA e em Brasília-DF,
indicadas como eventos subsequentes durante a segunda
quinzena de novembro próximo. O evento deu-se
dia 8/10/03.
Na oportunidade da conferência de Muaná
foi aprovada a chamada “carta de Muaná”,
promovida pelas ONG campa (corporação
associativo-ambiental panamazônica), GDM (Grupo
em Defesa do Marajó), Ipeam (Instituto de
Pesquisas Ecológicas da Amazônia),
Cemem (Cooperativa Ecológica das Mulheres
Extrativistas do Marajó) e amam (associação
dos municípios do arquipélago do marajó).
A carta de Muaná teve como principal documento
apenso inerente a proposta “Amazônia em discussão
– macro-política pública: múltiplas
micro-reservas biosféricas da humanidade
(rebiorama)”, sob a chancela da ONG campa e autoria
dos ambientalistas Vivaldo Reis (Ipeam) e Paulo
Lucena (Campa), com vistas à Unesco e ao
governo federal brasileiro, para obtenção
do status de reserva da biosfera para toda a Amazônia
brasileira.
A carta de Muaná teve também como
anexo o denominado “Projeto Araquissaua”, patrocinado
pela ONG GDM, de autoria do intelectual e líder
marajoara José Varela Pereira (GDM), de ponta
de Pedras-pa. A carta de Muaná teve como
signatários diversas lideranças marajoaras
de grande expressão, dentre elas a militante
sócio-ambiental e extrativista pontapedrense
Edna (dirigente da Cemem), o bispo diocesano do
Marajó dom Alesio, o vice-prefeito de Santa
Cruz do Arari engº Leonardo Lobato (pecuarista
marajoara), o coordenador geral do Fdelis (Fórum
do Desenvolvimento Local Interativo e Sustentado
de Muaná) – zeh Roberto Prates. O projeto
Araquissaua, pelo seu conteúdo de profundas
reflexões histórico-antropológicas
do marajó, foi compreendido como texto complementar
e introdutório da proposta Rebiomar (Reserva
da Biosfera do Marajó). Ambos os textos foram
discutidos e aprovados na comissão de base
“recursos hídricos”, da conferência,
e inseridos na ata de trabalhos do evento, com vistas
às conferências estadual e nacional
do meio ambiente.
Em síntese, a proposta rebiorama preconiza
o projeto Rebiomar como plano piloto atrelado aos
parâmetros institucionais da macro-política
pública nacional do meio ambiente gerida
pelo mma e pelo Ibama, e compreendida nos fundamentos
do Sisnama (sistema nacional do meio ambiente),
Singreh (Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos e Snuc (Sistema Nacional de Unidades
de Conservação).
O status de “reserva biosférica da humanidade”
para a Amazônia brasileira (biorama) que,
segundo a proposta aprovada em Muaná, alem
de significar medida objetiva e segura no sentido
da defesa e proteção da hyléia
(nome científico da Amazônia), transformará
a Amazônia numa gigantesca plataforma estratégica
para implementação de projetos ecoturísticos
em que serão implantadas as “indústrias
sem chaminé”, a exemplo do que já
aconteceu com o pantanal matogrossense decretado
em 2000 como “reserva da biosfera da humanidade”.
A proposta “Rebiomar” preconiza para o delta do
amazonas ou arquipélago do marajó
a condição de projeto piloto (experimental),
para servir de parâmetro na implantação
das múltiplas micro-reservas da biosfera
da Amazônia brasileira, vale enfatizar, a
macro-reserva biorama, segundo a referida proposta,
será rateada em múltiplas micro-reservas
biosféricas compreendidas pelo turbilhão
de nichos hidro-bio-fito-ecológicos paradisíacos,
a exemplo do próprio arquipélago do
marajó ou delta do amazonas, nichos espalhados
por toda a calha amazônica, seus tributários
e sub-tribuitários.
O polígono cartográfico (v. Mapa específico)
situado entre as coordenadas geográficas
de greenwitch – longitudes 46ºw (pelo flanco
costeiro do atlântico) e 79ºw (pelo lado
dos contrafortes orientais andinos), e a linha do
equador – latitudes 4ºn (pelos vales, florestas
e estepes meridionais da Venezuela, desde a cordilheira
Guyana); e 17ºs (pelas bandas das encostas
setentrionais do Brasil-Central e das planícies
e vales estuarinos da Bolívia); conforma
o supra citado polígono hidro-bio-fitoecológico
n/s/e/w convencionado pela campa e pelo Ipeam (autores
da proposta biorama) como “panamazonic window” (janela
panamazônica), conforme o estudo geopolítico
realizado.
Fonte: ONG Campa / ONG Ipeam
Paulo Lucena/Vivaldo Reis