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PRÉ-CONFERÊNCIA
DE SÃO PAULO APONTA
PROPOSTAS AMBIENTAIS PARA O ESTADO
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Novembro de 2003
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Promoção
efetiva da Agenda 21 na busca de um Brasil sustentável,
gestão integrada dos recursos hídricos,
incentivos à agricultura orgânica,
inclusão das comunidades tradicionais na
gestão das áreas protegidas. Propostas
como essas foram elaboradas e discutidas durante
a Pré-conferência Nacional do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, realizada
no último fim de semana no município
de Botucatu. O documento elaborado durante o evento
será defendido pelos 50 delegados eleitos
na plenária final da Pré-conferência,
que contou com a participação de 1.242
pessoas, dentre as 1.916 inscritas.
O conjunto de propostas resultante do evento aponta
as principais questões ambientais do Estado
de São Paulo, debatidas durante três
dias consecutivos por representantes de organizações
não governamentais, poder público,
universidades, nações indígenas,
sindicatos - entre outros atores sociais. As discussões
se deram à luz de um texto base, proposto
pelo Ministério do Meio Ambiente, no âmbito
de seis grupos temáticos: recursos hídricos;
meio ambiente urbano; infra-estrutura, transportes
e energia; biodiversidade; mudanças climáticas;
e agricultura.
Recursos Hídricos - A gestão dos recursos
hídricos de forma integrada por meio dos
comitês de bacias hidrográficas foi
um dos principais pontos debatidos nesse grupo,
um dos maiores em número de pessoas inscritas,
com 423 participantes. O grupo debateu formas de
melhor articulação do poder público
com o fim de diagnosticar problemas e propor soluções
para a gestão dos recursos hídricos.
"Em vários momentos, foi discutida a
necessidade de garantia que o princípio da
cobrança pelo uso da água seja integralmente
aplicado na bacia de origem, controlado pelo respectivo
comitê de bacia", ressaltou Marrow Gaines
Campbell, facilitador do grupo e presidente da organização
não governamental Associação
Nascentes das Águas Puras (Anap). A proposta
fortalece a linha 66 do texto base, que diz: "implementação
da cobrança pelo uso da água nas diversas
bacias hidrográficas do país e aplicação
dos recursos oriundos nas bacias de origem e de
acordo com as prioridades estabelecidas pelos respectivos
comitês". O grupo também votou
pela não privatização das águas
subterrâneas, a exemplo do aqüífero
Guarani, o maior do mundo.
Meio ambiente urbano e infra-estrutura - Melhor
articulação entre os diversos atores
do Sistema Nacional do meio Ambiente, o Sisnama,
tendo como ferramenta a promoção efetiva
da Agenda 21 na busca da sustentabilidade brasileira.
Essa proposta foi o ponto de destaque no grupo Meio
Ambiente Urbano. "Temos que tomar a Agenda
21 brasileira como uma ferramenta e não apenas
como um documento" ressaltou Marcos Pellegrini
Bandini, da prefeitura de Ribeirão Pires
(SP) e participante do grupo. No grupo Infra-estrutura:
transporte e energia a articulação
e formulação de políticas conjuntas
entre os ministérios do Meio Ambiente, Transportes
e Minas e Energia foi colocada como fundamental
para minimizar os impactos ambientais em projetos
futuros ou em andamento em infra-estrutura.
Mudanças climáticas - A elaboração
de uma estratégia eficiente e urgente de
comunicação sobre as questões
climáticas no Brasil foi umas das colaborações
surgida nesse grupo. "A intenção
seria a de esclarecer assuntos sobre a escassez
de água em algumas regiões do Brasil
quando, muitas vezes, essa não é uma
questão de recursos hídricos, mas,
essencialmente, de mudanças climáticas",
ressaltou Leandro Pinheiro, engenheiro florestal,
assessor da coordenação geral de fiscalização
ambiental do Ibama e facilitador do grupo. Várias
propostas apontaram ainda a possibilidade de que
todas as nações devem ter responsabilidades
iguais quanto às mudanças climáticas,
embora diferenciadas pelo estágio de desenvolvimento
e condições de interferir neste processo.
Agricultura - A preocupação com a
questão mineral, através da inclusão
do termo "recursos minerais" no tema Agricultura,
pecuária, recursos pesqueiros e florestais.
Destaque também para o fortalecimento da
agricultura sustentável e orgânica,
assim como o repúdio aos alimentos geneticamente
modificados. Nesse tema, os participantes, dentre
eles pescadores, defenderam ainda o compartilhamento
dos entrepostos pesqueiros em conjunto com a comunidade
e também solicitaram reforço das ações
de fiscalização dos períodos
de defeso de pesca.
Biodiversidade - Inclusão das comunidades
tradicionais na gestão das áreas protegidas
e fortalecimento dos municípios no sentido
de implementação efetiva das secretarias
municipais de meio ambiente. Esses foram os pontos
relevantes da discussão no tema Biodiversidade
e Espaços Territoriais Protegidos, que também
incluiu entre as propostas acrescidas ao texto base
"mecanismos claros e transparentes de repasse
da informação genética advinda
da biodiversidade brasileira".
Em todas as discussões da Pré-conferência
Nacional do Meio Ambiente do Estado de São
Paulo ficou clara a necessidade de fortalecimento
da participação da sociedade civil
na gestão dos recursos naturais, assim como
o fortalecimento da educação ambiental
como ferramenta dessa participação.
Com o tema Vamos Cuidar do Brasil, a Pré-conferência
de São Paulo foi realizada pela Gerência
executiva do Ibama/SP e prefeitura de Botucatu,
com apoio da Associação Nacional dos
Municípios em Meio Ambiente (Anamma), Prefeitura
de Santo André e das organizações
não governamentais Biobrás, Terrae
e Vidágua. O evento contou ainda com o apoio
da Petrobrás.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de comunicação