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MMA LANÇA
CAMPANHA
“3ª JORNADA NA CIDADE SEM MEU CARRO”
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2003
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Evento espera
mobilizar pelo menos 50 cidades em todo o país
Os ministérios
do Meio Ambiente e das Cidades e o Instituto da
Mobilidade Sustentável Ruaviva lançaram,
nesta quarta-feira, a 3ª Jornada Brasileira
na Cidade sem meu Carro. A iniciativa pretende mobilizar
as cidades brasileiras para que, em 22 de setembro,
restrinjam o trânsito de automóveis
em suas zonas centrais. Os objetivos da Jornada
são: refletir sobre os problemas causados
por um modelo de mobilidade com base no automóvel;
fomentar o uso racional e solidário dos carros;
estimular o uso do transporte coletivo, de bicicleta
ou a pé.
O lançamento da campanha aconteceu nesta
tarde, no Ministério do Meio Ambiente, e
contou com as presenças da ministra Marina
Silva e do ministro das Cidades, Olívio Dutra,
do Secretário Nacional de Transportes e Mobilidade
Urbana do Ministério das Cidades, José
Carlos Xavier Grafite, da secretária de Qualidade
Ambiental do MMA, Marijane Lisboa, e da diretora
do Instituto Ruaviva, Liane Born, além de
parlamentares e representantes do Denatran (Departamento
Nacional de Trânsito) e de entidades civis.
A violência no trânsito, a poluição,
os congestionamentos e o estresse da chamada vida
moderna estão ligados, entre outros pontos,
à dependência da sociedade ao automóvel.
De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS), a atmosfera terrestre está
saturada pela quantidade de poluentes, e isso estaria
causando vários problemas de saúde
e até alterando as condições
de vida no planeta. Para a ministra Marina Silva,
o desafio a que se propõe o Governo Federal
com essa iniciativa é o de iniciar um processo
de criação de uma nova cultura, de
firmar novos valores. "A liderança pelo
exemplo é sempre muito forte", disse.
A ministra lançou, durante o evento, a proposta
para que seja feito um cadastro de pessoas dispostas
a tornar seus veículos verdadeiros "coletivos"
no Dia Mundial na Cidade sem meu Carro, 22 de setembro.
Assim, por exemplo, vizinhos e amigos poderiam se
deslocar para seus locais de trabalho fazendo uso
de um número menor de veículos.
O ministro das Cidades, Olívio Dutra, salientou
o fato de que 300 mil acidentes de trânsito
acontecem todos os anos no Brasil, deixando 350
mil pessoas feridas e 30 mil mortos. "Vivemos
uma tragédia nacional", destacou. Ele
declarou que a campanha não é contrária
à indústria automobilística,
mas que irá trabalhar para que a sociedade
tenha mais qualidade de vida, mais e melhores meios
de transporte público, novas relações
entre as máquinas e o Homem, com geração
de empregos e de renda. "Esperamos estar fecundado
todo o conjunto do Governo com essa atitude".
Para a engenheira e consultora de transportes Liane
Born, do Instituto Ruaviva, deve haver um grande
avanço na Jornada 2003 com a integração
dos setores de transportes e de meio ambiente. Segundo
ela, existem mais de 100 mil ônibus prestando
transporte coletivo urbano no Brasil, e essa frota
é responsável pelo mobilidade de 70%
da população brasileira, cerca de
120 milhões de pessoas. "Se o transporte
coletivo fosse mais eficiente e democrático,
esse número poderia ser bem maior",
afirma. "Não se trata de uma guerra
contra o automóvel. Queremos abrir um debate,
uma reflexão, sobre o sistema de transporte
adotado no Brasil".
As Jornadas vêm ocorrendo no país há
dois anos, ainda de forma tímida. Em 2001,
12 cidades participaram, e, em 2002, cerca de 25
municípios se engajaram na campanha. Com
a parceria governamental, deve haver um incremento
nas ações e no número de cidades
envolvidas. "Esperamos que pelo menos 50 municípios
restrinjam o trânsito nesse 22 de setembro",
disse Liane. Em 2002, 1,6 mil cidades em 24 países
integraram a campanha.
Os municípios que desejarem participar da
Jornada deste ano deverão declarar sua intenção
por meio de um termo de adesão. Deverão
ainda promover atividades e debates com a comunidade.
No dia 22 de setembro, o acesso de automóveis
a alguns setores da cidade deverá ser restringido,
permitindo apenas o trânsito de pedestres,
de ciclistas, de coletivos e de serviços
essenciais.
PIONEIRISMO
A cidade francesa
de La Rochelle, em 1997, foi a primeira a debater
abertamente o tema transporte público. Em
1998, com ampliação do movimento,
a ministra francesa do Meio Ambiente propôs
a países vizinhos e à União
Européia o evento Na Cidade sem meu Carro.
Já em 2000, mais de 14 países da União
se envolveram com a campanha.
No Brasil, o Estado de Santa Catarina instituiu,
em julho deste ano, a Lei Estadual 12.641, que criou
o Dia Catarinense sem Carros. "A definição
da data segue uma tendência mundial e quer
promover a conscientização da população
sobre as conseqüências do uso excessivo
do carro", explicou o deputado Afrânio
Boppré, autor da lei.
No Paraná, a capital Curitiba pode ser citada
como exemplo. Mesmo com 1,6 milhão de habitantes
e uma frota de 700 mil veículos, a cidade
aposta em alternativas como a bicicleta, com 150
quilômetros de ciclovias instaladas. Além
disso, foram feitos ajustes nas calçadas
para portadores de necessidades especiais e está
sendo desenvolvido projeto para aproximar os locais
de trabalho das zonas residenciais.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de Imprensa