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PARQUE ECOLÓGICO
DE CAMPINAS REALIZA
MOSTRA DA CULTURA DOS ÍNDIOS “IKBAKTSA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2003
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Mais de quatro mil
crianças da rede escolar de Campinas já
agendaram uma aula sobre a cultura dos índios
"rikbaktsa", que habitam a região
noroeste do Estado do Mato Grosso, às margens
do Rio Juruena. Essa aula vai acontecer no Parque
Ecológico Monsenhor Emílio José
Salim, nesse município, durante a XI Mostra
da Cultura Indígena.
SMA/Divulgação
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A
mostra, que permanecerá aberta de 1°
a 30 de abril, foi organizada pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, em parceria com
a Prefeitura de Campinas. Os visitantes poderão
apreciar fotografias e objetos do artesanato
típico dessa etnia indígena,
como cocares, colares, braçadeiras,
pilões e botoques de madeira com os
quais enfeitam o nariz e a orelha.
O evento, produzido especialmente para o público
escolar, conta com a monitoria de um casal
indígena, que faz palestras, exibe
vídeos e faz exibições
de arco e flecha. Na tulha, onde antigamente
se fazia a secagem de grãos de café,
há a mostra e venda de artigos indígenas
de várias etnias, organizadas pelo
Programa Artíndia, da Fundação
Nacional do Índio - FUNAI. A mostra
conta, ainda, com a participação
das livrarias Pontes, de Campinas, e Liubliu,
de Barão Geraldo, que expõem
o seu acervo de publicações
sobre o tema. Os artistas plásticos
Marcos A. Rossi e Andrade Jr. também
exibem o seu trabalho sobre a temática
indígena.
Na abertura da mostra, foi relançado
o livro "Meu Avô Apolinário
- Um mergulho no rio da s. |
minha
vida", de Daniel Munduruku, um escritor
indígena premiado este ano pela UNESCO
pelo seu trabalho sobre as diferenças
culturais.
O Parque Ecológico Monsenhor Emílio
José Salim, administrado pela Fundação
Florestal, órgão da Secretaria
do Meio Ambiente, localiza-se na Rodovia Heitor
Penteado, km 3,5, Jardim das Palmeiras, em
Campinas. O horário de visitação
é das 9 às 18 horas, inclusive
aos sábados e domingos. As visitas
monitoradas de escolares poderão ser
agendas pelos telefones 0(XX)19-3252.9988
ou 3294.3479. |
Os "rikbaktsa"
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O
termo "rikbaktsa" - que significa
os "seres humanos" - designa os
índios também conhecidos como
os "canoeiros", referindo-se à
sua habilidade no manejo de canoas, ou também
como os "orelhas-de-pau", pelo uso
de enormes botoques feitos de um tipo de madeira
conhecida por caxeta, introduzicos nos lóbulos
alargados das orelhas.
Segundo o pesquisador Rinaldo S.V. Arruda,
em seu livro "Rikbaktsa, os canoeiros
do Rio Juruena", a sua população
atual é de cerca de 1.025 pessoas distribuídas
por mais de trinta aldeiras ao longo dos rios
Juruena, Sangue e Arinos, num território
que soma 320 mil hectares. Falam uma língua
do tronco lingüístico "macro-jê".
Tidos como guerreiros ferozes, ainda hoje
impõem respeito à população
regional pela sua persistência na defesa
de seus direitos, território e cultura.
As suas relações com as tribos
vizinhas se caracterizaram pela hostilidade,
opondo ainda |
SMA/Divulgação
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SMA/Divulgação
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resistência
armada aos seringueiros até 1962, quando
foram pacificados pelos jesuítas.
Essa pacificação foi financiada
pelos seringalistas, abrindo caminho para
outras frentes de interesse econômico,
como a de madeireiras, mineradoras e agropecuárias.
Nesse período, com o contato com os
brancos, epidemias de gripe, sarampo e varíola
dizimaram 75% da população então
calculada em cerca de 1.300 pessoas.
Hoje, os "rikbaktsa" vivem em três
territórios indígenas: o Rikbaktsa,
demarcado em 1968, o Japuíra, demarcado
em 1986, e um mais recente que é o
Território Indígena do Escondido,
demarcado em 1998, totalizando 320 mil hectares.
Essas áreas ainda continuam atraindo
garimpeiros, além da cobiça
das madeireiras.
Por este motivo, segundo Rinaldo Arruda, os
"rikbaktsa" procuram saídas
econômicas desenvolvendo projetos auto-sustentáveis,
buscando recursos financeiros e ajuda técnica
para enfrentar a pressão das madeireiras
e das mineradoras. |
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Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Newton M. Miura)
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