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REPOVOAMENTO
DO PALMITEIRO JUÇARA BENEFICIA
ENTORNO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2003
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As ações
de repovoamento do palmiteiro juçara fazem
parte do esforço para regularizar a exploração
desse recurso florestal na região do Vale
do Ribeira, principalmente no entorno dos Parques
Estaduais Intervales e Carlos Botelho, unidades
de conservação que sofrem uma forte
pressão pela ação clandestina
de palmiteiros.
Com o fomento à produção e
ao plantio de mudas junto a pequenos agricultores
familiares e comunidades tradicionais, estão
sendo criadas as condições para o
manejo de rendimento sustentável desse importante
recurso florestal da Mata Atlântica.
Repovoamento
do Palmiteiro Juçara (Euterpe edulis mart.)
no entorno do Parque Estadual Intervales
A atuação
da Fundação Florestal com populações
do entorno do Parque Estadual Intervales teve
início na elaboração
do Plano de Gestão Ambiental dessa
unidade de conservação quando
de sua recém-criação
em 8 de junho de 1995.
As comunidades beneficiadas
pelas ações de repovoamento
com palmiteiro juçara são:
Quilombo de Pedro
Cubas: De sua área total de
3.730,15 hectares, 145,20 hectares de floresta
tiveram semeaduras a lanço de juçara
durante dois anos consecutivos, 1998 e 1999.
A iniciativa pioneira de semeadura a lanço
foi |
Divulgação/FFSP
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realizada
por grupo dessa comunidade, mediante proposta
da Fundação Florestal como abordagem
sobre o interesse e disponibilidade para este
tipo de ação, ainda em 1997.
Nos anos seguintes, foi realizada a semeadura
nesses 145,20 hectares em parceria com a Mitra
Diocesana de Registro e Fundação
Palmares. Há necessidade de continuidade
de repovoamento deste tipo por mais três
anos. |
Quilombo
de André Lopes: Possui viveiro de
200 m2, instalado em 1999, com capacidade para produção
de até 20 mil mudas/ano. A primeira produção
atingiu 5.000 mudas, cuja venda renovou o interesse
no viveiro, que passou a produzir outras espécies
nativas florestais, que apresentam mais facilidade
de comercialização. A atividade do
viveiro, neste caso, tem sua importância para
a comunidade muito mais como alternativa de renda
imediata do que para recuperar a população
de juçara pela técnica de plantio
com mudas. No entanto, existe interesse no repovoamento
de áreas por meio da semeadura a lanço.
O viveiro instalado teve o seu material adquirido
pela parceria com a Mitra Diocesana de Registro
e Fundação Palmares.
Quilombo
Ivaporunduva: Promoveu repovoamento de
juçara em 80 hectares com semeadura a lanço,
nos anos de 1998 e 1999. O viveiro de 180 m2 teve
a sua implantação iniciada em 2000
(abril) e para a conclusão necessita da instalação
de irrigação e cobertura para substrato.
Para a obtenção de algum rendimento
mais imediato para os participantes e Associação,
está prevista a capacitação
para produção de mudas de outros tipos
de espécies nativas. O trabalho realizado
teve como parceiras a Mitra Diocesana de Registro,
a Fundação Palmares e a Fundação
Itesp.
Quilombo
São Pedro: Promoveu repovoamento
de juçara em 70 hectares com semeadura a
lanço, nos anos de 1998 e 1999, por meio
da parceria com a Mitra Diocesana de Registro e
Fundação Palmares. Definiram-se pelo
repovoamento na técnica de semeadura a lanço,
por avaliarem-na como a mais apropriada para a situação
de suas áreas.
Quilombo
Galvão: Devido à proximidade
de território com o Quilombo São Pedro
e mesmo por compartilharem ações e
desenvolverem trabalhos conjuntos, definiram-se
também pelo repovoamento com sementes. Estão
escolhendo área de aproximadamente 70 hectares
para início do repovoamento.
Quilombo
Nhunguara: Possui viveiro de 200 m2,
instalado em 2000, com capacidade para produção
de até |
20.000
mudas/ano. A primeira produção,
em meio a todas as atividades de instalação
do viveiro, alcançou 7.000 mudas. Constituiu-se
grupo inicial de 16 famílias que participam
ativamente das atividades do viveiro. Esse
trabalho conta com a parceria da Fundação
Itesp e Prefeitura de Iporanga.
Quilombo Maria Rosa:
No ano 2000, a comunidade instalou viveiro
de 200 m2 e produziu cerca de 5.000 mudas.
Os quilombolas também definiram a área
para o iniciar o repovoamento com sementes.
A Fundação Itesp é parceira
neste projeto. |
Divulgação/FFSP
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Quilombo
Pilões: No ano de 1999, a comunidade
iniciou o repovoamento de juçara em área
de 70 hectares. Pretende repetir por mais quatro
anos consecutivos a atividade e promover a recuperação
desse local.
Repovoamento
do Palmiteiro Juçara (Euterpe edulis mart.)
no entorno do Parque Estadual de Carlos Botelho
As ações
de repovoamento do palmiteiro juçara no entorno
do Parque Estadual Carlos Botelho ocorrem no Bairro
Rio Preto, município de Sete Barras e tiveram
início em 1997.
Os moradores do bairro promovem o repovoamento de
pequenas propriedades e posses para o manejo sustentado
em futuro próximo. Com a comercialização
do excedente das mudas produzidas obtêm rendimento
imediato.
Total de mudas produzidas entre 1998 e 2002:
Ano |
Produção
de Mudas |
1998/1999 |
15.000 |
1999/2000 |
13.500 |
2000/2001 |
6.011 |
2001/2002 |
7.500 |
Total |
36.011 |
Principais
resultados alcançados:
• Estimativa de área total repovoada: 140
hectares.
• A aproximação dos moradores do bairro
com os funcionários e a administração
do Parque estabeleceu uma melhora dessa relação
de vizinhança, antes marcada por conflitos.
• Capacitação de moradores para produzir
mudas de palmito juçara, com possibilidade
de diversificar tal produção com outras
espécies nativas.
• Possibilidade de novo avanço a partir da
adesão de médios e grandes proprietários
do bairro, adquirindo as mudas e até contratando
o serviço do plantio junto aos pequenos agricultores
envolvidos no projeto.
• Iniciativas de semeadura a lanço para o
repovoamento do juçara começam a ocorrer
e indicam postura positiva dos beneficiários
nas normas legais e possibilidade do retorno econômico
concreto diante do crescimento das mudas plantadas
ainda em 1998 e 1999.
• Reconhecimento dos impactos positivos do projeto
tanto pelas visitas, matérias jornalísticas
e reportagens de televisão, como pelo apoio
financeiro conseguido em fins de 2001 junto ao Consulado
Britânico para aumento da capacidade de produção,
capacitação dos beneficiários
para o manejo e comercialização de
espécies nativas.
Parceiros
• Mitra Diocesana de Registro
• Fundação Palmares
• Fundação Instituto de Terras do
Estado de São Paulo
• Prefeitura de Iporanga.
Fonte: Fundação Florestal
de São Paulo (www.fflorestal.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa