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15 ÔNIBUS
HÍBRIDOS, COM MOTORES DIESEL
E ELÉTRICO, SERÃO TESTADOS
EM SP
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2003
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Uma
frota de 15 ônibus híbridos,
com motores diesel e elétrico, será
testada na cidade de São Paulo para
averiguar a viabilidade econômica, técnica
e operacional dessa alternativa de transporte
público. O teste, com duração
de um ano, deverá ser iniciado em dezembro
próximo com os ônibus operando
em condições comerciais |
Pedro Calado/SMA
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no
corredor entre o Parque D. Pedro II e o Sacomã.
O secretário do Meio Ambiente do Estado,
professor José Goldemberg, obteve o
apoio da Fundação William e
Flora Hewlett, de Stanford, na Califórnia,
nos Estados Unidos, que vai colaborar para
a viabilidade econômica do projeto custeando
a conversão dos veículos e os
testes de laboratório e de campo para
avaliar o desempenho do sistema híbrido
e os níveis de emissão de poluentes
e de ruídos. Goldemberg disse, em reunião
realizada na terça-feira (1/7), na
Secretaria do Meio Ambiente, que se os testes
concluírem que os ônibus híbridos
constituem uma alternativa técnica
e economicamente viável, o transporte
coletivo sobre rodas deve seguir esse caminho.
“Como a renovação da frota de
ônibus deve se dar a cada cinco anos,
disse, teremos nesse prazo uma alternativa
limpa e silenciosa, |
que
certamente será valorizada pela população.”
Um grupo de trabalho, integrado por órgãos
estaduais e municipais, envolvendo ainda os
fabricantes dos equipamentos, está
definindo um cronograma e metodologias para
a realização do teste, que constitui
a primeira experiência em escala real
a ser realizada no Município de São
Paulo, onde os ônibus com motor diesel
constituem uma fonte significativa de poluição.
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Fundação
Hewlett
Para
Joseph Ryan, representante da Fundação
Hewlett no Brasil, o empenho do Governo do
Estado e da Prefeitura de São Paulo
em implementar o projeto foi decisivo para
viabilizar o apoio da instituição,
que administra um patrimônio de US$
5 bilhões para investir em programas
sociais. “A fundação desenvolve
um projeto global de qualidade do ar em grandes
cidades, elegendo como foco principal São
Paulo, Cidade do México e Beijin, na
China”, explicou. “Daqui a 30 anos, a população
mundial deve sofrer um acréscimo de
três bilhões de pessoas, que
vão viver em áreas urbanas.
É preciso que desenvolvamos sistemas
de transporte, de uso de energia e de manutenção
da qualidade do ar nas próximas duas
décadas, para atender as demandas futuras.” |
Outro
fator que influiu na decisão da fundação
é o fato do Brasil contar, atualmente,
com a melhor tecnologia de ônibus híbridos.
Um veículo com essa tecnologia custa,
nos Estados Unidos, US$ 250 mil a mais que
um ônibus diesel convencional, enquanto
em nosso país o custo adicional para
a conversão é de US$ 30 mil.
Segundo a Eletra, fabricante dos ônibus
híbridos, com sede em São Bernardo
do Campo, o veículo custa US$ 100 mil,
sendo 5% mais barato que um tróleibus
e 30% mais caro que um veículo com
motor diesel. A empresa aposta no sucesso
do equipamento que, em junho último,
obteve o segundo lugar na “The World Technology
Summit & Awards”, que é um concurso
de tecnologia, cuja importância é
equiparada ao Oscar. Um veículo da
Eletra já circula em Santiago, |
Pedro
Calado/SMA
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no
Chile, além de outros seis na Grande
São Paulo, havendo ainda quatro ônibus
para demonstração. Segundo o
fabricante, os ônibus híbridos
utilizam um motor diesel de 80 HP e um motor
elétrico que produz 260 HP, enquanto
um veículo convencional possui um único
motor diesel de 240 HP. Além da energia
gerada pelo motor auxiliar, esses veículos
aproveitam também a energia cinética,
desperdiçada nos veículos convencionais
em declives, por exemplo, armazenando-a para
aproveitamento nos momentos de maior exigência
de potência. Com essa configuração,
os ônibus híbrido, segundo a
Eletra, apresentam um nível de ruído
comparável ao dos tróleibus,
emitem 60% menos de poluentes, com um custo
operacional 30% menor e vida útil de
15 anos (semelhante à dos tróleibus).
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Grupo de
trabalho
O grupo de trabalho
é integrado por representantes das Secretarias
Estaduais do Meio Ambiente, que promoveu a reunião,
Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico
e Turismo e dos Transportes Metropolitanos e das
Secretarias Municipais do Verde e Meio Ambiente
e de Transportes. Com a presença de Hal Harvey,
diretor do Programa de Meio Ambiente da Fundação
Hewlett, e Michael Walsh, consultor internacional
com experiência em transporte pública,
foi realizada uma primeira reunião, coordenada
pela secretário-adjunto do Meio Ambiente,
Suani Coelho, para a definição das
responsabilidades de cada instituição.
Foram abordadas, ainda, questões como especificações
dos motores, catalisadores e filtros, combustível
e cronograma de testes de emissões e de campo,
envolvendo a CETESB - Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental, IPT - Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, IEE - Instituto de Eletrotécnica
e Energia, da Universidade de São Paulo,
EMTU - Empresa Metropolitana de Transporte Urbano
e SPTrans - São Paulo Transporte, que administra
o sistema de transporte no Município de São
Paulo, além da Eletra.
Fonte: SMA (www.ambiente.sp.gov.br)
Newton Mizuho Miura
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