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AMBIENTALISTAS
BRASILEIROS QUEREM
CONSTRUIR UM PAÍS SUSTENTÁVEL
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2003
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"Vamos Cuidar
do Brasil". Este é o “slogan” da Conferência
Nacional do Meio Ambiente que ocorrerá em
duas versões, adulto e infanto-juvenil, no
final de novembro, em Brasília, quando será
produzido um documento oficial para orientar as
ações do governo e da sociedade na
construção de um país sustentável.
Para preparar as reivindicações e
propostas de São Paulo, as organizações
não- governamentais - ONGs prepararam, com
o apoio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado,
a Pré-Conferência Nacional do Meio
Ambiente Setorial e Entidades, Fóruns, Redes,
Movimentos e Ativistas Ambientalistas do Estado
de São Paulo, realizada no Memorial da América
Latina, nesta sexta-feira (5/9). Na abertura do
encontro, o secretário do Meio Ambiente,
professor José Goldemberg, lembrou que a
ministra Marina Silva, na sua posse, "colocou
a transversalidade como eixo de sua gestão,
e eu entendo o que ela quis dizer porque, quando
fui ministro, convivi com setores do governo que
não dão a mínima para o meio
ambiente”. “Para esse setores, o importante é
o desenvolvimento a qualquer custo. No período
em que atuei na área federal, não
encontrei um prefeito da Amazônia que fosse
contra a derrubada das florestas e quando lhes explicava
que essa derrubada só se faria uma vez, porque
a floresta nunca mais cresceria da mesma forma,
eles ficavam perplexos", disse. O secretário
lembrou, ainda, que em São Paulo o governo
organizou câmaras setoriais, entre as quais
a de desenvolvimento sustentável. Como exemplo
de transversalidade citou a mudança no traçado
do Rodoanel, que não mais passará
pela Serra da Cantareira. A partir de um documento-base,
produzido pela Coordenadoria Nacional da Conferência
para criar um repertório comum para o todo
Brasil, os ambientalistas formaram grupos de trabalho
para discutir os seis temas estratégicos
que deverão compor o documento final: Recursos
Hídricos; Biodiversidade e Espaços
Territoriais Protegidos; Agricultura, Pecuária,
Recursos Pesqueiros e Florestas; Infra-estrutura:
Transportes e Energia; Meio Ambiente Urbano; e Mudanças
Climáticas. No final dos trabalhos, os participantes
apresentaram as emendas, substituições
e reformulações que julgaram pertinentes
para compor o texto. Porém, esse texto ainda
será discutido uma vez mais em outubro, durante
um encontro estadual das entidades, no município
de Botucatu.
O SISNAMA
A transversalidade
é o componente fundamental para que a questão
ambiental passe a ser estruturadora do processo
de desenvolvimento, garantindo a possibilidade de
superar ações pontuais e de viabilizar
a ação dos organismos ambientais a
partir do planejamento. É por esse motivo
que as pré-conferências, que estão
se realizando nos Estados, se dedicam ao fortalecimento
do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA,
promovendo o diálogo e a articulação
com os demais sistemas voltados às áreas
específicas de gestão ambiental, como
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos e o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação. Criado há 22
anos, o SISNAMA ainda não foi completamente
estruturado, necessitando de avanços em sua
forma de atuação integrada, aprimorando
a articulação entre os diferentes
órgãos que o compõe. Para que
a Política Nacional de Meio Ambiente possa
se consolidar e trilhar o caminho em direção
à sustentabilidade, a capacidade coordenadora-executora
do SISNAMA deve ser fortalecida. Somente dessa maneira
será possível dar respostas concretas
aos problemas ambientais, rumo a criação
do pacto para cuidar do Brasil, afirma o documento-base.
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
do Estado de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Cris Olivette