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AMBIENTALISTAS
CONDENAM INVESTIMENTO FRANCÊS
EM USINA NUCLEAR NO BRASIL
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2003
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Na última
sexta-feira (29/08), ao mesmo tempo em que os ambientalistas
brasileiros comemoraram o fato de o governo Lula
ter excluído a construção da
usina nuclear de Angra 3 de seu plano plurianual
de investimentos, foi anunciada a intenção
do banco francês Societè Générale
de investir US$ 572 milhões na retomada da
aventura nuclear brasileira.
"Contrariando o próprio governo federal,
que não incluiu Angra 3 nem mesmo entre as
obras a serem consideradas nos próximos anos,
e muito menos entre aquelas prioritárias
em um futuro breve, a Eletronuclear revela estar
negociando investimentos internacionais para uma
usina que não foi autorizada pelo Congresso
Nacional e nem licenciada pelo Ministério
do Meio Ambiente", afirmou Lúcia Ortiz,
coordenadora da ONG Amigos da Terra.
"Em vez renegociar com fornecedores contratos
que já estão paralisados há
mais de 20 anos, o governo Lula deveria investigar
a compra de US$ 700 milhões em equipamentos
para uma obra que nunca foi oficializada",
disse Sérgio Dialetachi, coordenador da Campanha
de Energia do Greenpeace.
"A Eletronuclear, assim como o resto da indústria
nuclear mundial, está envolvida em muitos
segredos e pouca transparência. Queremos saber
que equipamentos são esses. Onde e como estão
estocados? O que só pode ser utilizado em
uma usina nuclear e o que poderia ser aproveitado
em outros tipos de usinas térmicas? E do
que for essencialmente "nuclear", o que
pode ser usado como peça de reposição
para Angra 1 e 2?", questionou Mário
Mantovani, diretor de relações institucionais
da Fundação SOS Mata Atlântica.
As entidades ambientalistas brasileiras lamentam
a participação da França, seja
por meio de seus bancos, seja por meio de suas indústrias,
na tentativa de retomada da aventura nuclear brasileira,
e informam que pedirão às autoridades
daquele país que, a exemplo do que fez o
governo alemão, se recusem a financiar usinas
que são inseguras, caras, sujas e ultrapassadas,
em dissonância com o que se espera do novo
governo brasileiro.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa