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BRASIL MOSTRARÁ
NA ÁFRICA EXPERIÊNCIA
NA CONSERVAÇÃO DE CARNÍVOROS
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2003
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O Brasil levará
para o Congresso Mundial de Parques, de 8 a 17 de
setembro, em Durban, na África do Sul, a
experiência acumulada ao longo de vários
anos pesquisa e de trabalhos desenvolvidos no campo
sobre a interação entre predadores
naturais, sobretudo onças, e a populações
humanas. Os pesquisadores Peter Crashaw (Floresta
Nacional de São Francisco de Paula/Ibama)
e Rogério Cunha de Paula (Centro Nacional
de Pesquisa para Conservação dos Predadores
Naturais-Cenap/Ibama) farão palestras e coordenarão
grupos em um wokshop que discutirá problemas
e soluções para os conflitos entre
os predadores e populações humanas
em regiões rurais e urbanas.
Um dos principais objetivos do workshop será
estabelecer uma rede de especialistas de todo o
planeta que trabalham diretamente com problemas
ligados à interação de animais
selvagens e comunidades humanas nos cinco continentes.
O estabelecimento do grupo de especialistas será
coordenado pela União Internacional para
a Conservação da Natureza (IUCN, na
sigla em inglês), responsável pela
organização do evento. A IUCN mantém
diversos outros grupos de especialistas semelhantes
que tratam com temas também relacionados
à conservação da vida selvagem.
O futuro grupo, do qual os pesquisadores brasileiros
serão os representantes da América
do Sul, deverá traçar as linhas para
uma ação global que possa minimizar
os impactos negativos da interação
homem/predadores. O desafio tem escala mundial,
mas os fatos ocorrem em âmbito local, no interior
de cada país. “É preciso olhar a questão
de modo global devido às semelhanças
que se verificam nesse aspecto em vários
países, mas agir de maneira local”, enfatiza
Rogério de Paula.
Conforme o especialista, cada país participante
do encontro deverá apresentar situações
cujo foco seja a interação dos animais
e populações humanas. Problemas desse
nível ocorrem em todos os países.
A participação brasileira no evento
deverá enfatizar o modo como a diversidade
sócio-econômica e cultural do País
resulta em situações de conflito entre
o homem e os animais.
Rogério de Paula compara a caça praticada
por populações pobres do Brasil como
forma de subsistência àquela praticada
por algumas elites com o único objetivo de
diversão, como é o caso das temporadas
anuais de caça realizadas no Rio Grande do
Sul. Cita ainda a caça motivada por aspectos
culturais, como no Pantanal - onde matar uma onça
é símbolo de masculinidade – ou mesmo
o abate de predadores por proprietários rurais
que se acham prejudicados economicamente.
Esse fato ocorre em praticamente todo o território
nacional. “Precisamos estabelecer novos modos de
relacionamento entre os homens e os animais, já
que a sobrevivência da fauna selvagem é
fundamental para o equilíbrio ecológico.
Sem esse equilíbrio, o homem é diretamente
afetado. Caso não haja uma convivência
harmoniosa, alerta o pesquisador, poderemos viver
um caos ecológico.
Ascom - (61) 316-1015
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de Comunicação