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MUSEU DA
BORRACHA SERÁ REINAUGURADO
NESTA QUARTA-FEIRA
Panorama Ambiental
Rio Branco (AC) - Brasil
Novembro de 2003
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Criado no
Governo Mesquita, estará será a primeira
sede própria da instituição
depois de 25 anos
O Dia Nacional da
Cultura, instituído no país por iniciativa
do então senador acreano Jorge Kalume, será
comemorado, no Acre, com a reinauguração
do Museu da Borracha, criado no Estado, também
no dia 5, há exatos 25 anos. A iniciativa
foi do então governador Geraldo Gurgel de
Mesquita, em comemoração, em 1978,
ao primeiro centenário da Migração
Nordestina para o Acre.
O ato de reinauguração do Museu, que
agora ganhará sede própria na Avenida
Ceará (antigo prédio da Sudhevea)
depois de ter perambulado por vários espaços
públicos, será presidido pelo governador
Jorge Viana. O Dia Nacional da Cultura foi instituído
por Jorge Kalume em homenagem ao jurista Ruy Barbosa,
nascido a cinco de novembro de 1849 e falecido a
31 de dezembro de 1913. Kalume também vai
comparecer à solenidade.
O Departamento de Patrimônio Histórico
da Fundação “Elias Mansour”, que cuida
da memória do Estado, avalia que o Museu
da Borracha é a central museológica
do Estado. “É a base de tudo o que temos
em termos de patrimônio. É a partir
dali que organizamos exposições no
Seringal Bom Destino, no Memorial dos Autonomistas
e até mesmo no Palácio Rio Branco”,
disse o historiador Marcus Vinícius Neves,
um dos responsáveis pela recuperação
do espaço físico que agora deverá
abrigar o Museu de forma definitiva. “Este Museu
passou por vários locais e a falta de uma
sede que abrigasse seu acervo não fazia justiça
à história de sua criação”,
acrescentou.
De acordo com o historiador, o governador Mesquita
homenageou o Nordestino criando um Museu que preservasse
sua memória, que é a própria
memória do Acre. O que o ex-governador não
imaginava é que, de tudo o que ele criou,
envolvendo vários órgãos como
a Cila, a Colonacre, a Cageacre, só este
fosse resistir tanto. “O Museu é talvez uma
das únicas criações de Mesquita
que a incúria não conseguiu destruir”,
acrescentou Vinícius Neves.
O Museu da Borracha, segundo o historiador, tem
um valor inestimável para a cultura e o patrimônio
do Acre porque ali estão guardados e preservados
peças importantes da história acreana,
como, por exemplo, tudo o que diz respeito à
exploração da borracha nos 100 anos
de Acre. Ali estão objetos religiosos que
mostram um período importante da vida nos
seringais, como os missais (livros pelos quais as
missas eram rezadas), pias batismais em madeira,
além do acervo da mais legítima religião
brasileira, a do Santo Daime. As fardas, os vegetais
e outros acervos da cultura do Santo Daime também
estão no museu.
Peças não menos importantes, segundo
Vinícius, são as que estão
relacionadas à Revolução Acreana.
Desde o fardamento utilizado pelos revolucionários
acreanos, às armas utilizadas nos campos
de batalha por brasileiros e bolivianos – tudo está
lá, como peças e testemunhos vivos
da História Acreana. “ Além de todo
esse acervo, estamos recebendo peças fantásticas”,
acrescenta o historiador.
O Museu da Borracha é, ainda, a maior homerateca
(onde se guardam jornais antigos) da Amazônia.
Ali estão depositados jornais que serviam
como meios de comunicação muito antes
da deflagração da revolução
desencadeada por Plácido de Castro às
publicações mais recentes da imprensa
acreana. O Museu Guarda ainda toda a pauta de musica
da extinta banda da guarda territorial, que é
composta de peças importantes como as composições
de Sandoval dos Anjos e Zeca Torres, dois dos maestros
mais importantes que o Acre já conheceu.
O Museu abriga ainda livros contábeis dos
antigos seringais, através dos quais se conhece
a estrutura do primeiro ciclo econômico do
Acre, como guarda ainda livros importantes sobre
a Amazônica. O acervo do Museu acaba de ser
enriquecido com a doação, pela Rádio
Difusora Acreana, de pelo menos sete mil discos
de vinil. “Aqui um verdadeiro mosaico do patrimônio
e da história do Acre”, disse Marcus Vinícius.
Fonte: Governo do Acre (www.ac.gov.br)
Assessoria de imprensa