A
liberação da safra gaúcha
contaminada no mercado interno também
afronta a maioria dos brasileiros. Segundo
uma pesquisa de opinião do IBOPE realizada
em dezembro de 2002, 71% da população
preferem consumir um alimento não transgênico,
e 65% são favoráveis à
proibição do plantio comercial
enquanto não há consenso na
comunidade científica sobre a segurança
ambiental e alimentar destes organismos (3).
A soja transgênica também é
um risco para a segurança alimentar
do país, pois os produtos da Monsanto
são responsáveis por mais de
90% do total da área plantada com cultivos
transgênicos no mundo, e a empresa já
está ameaçando tomar medidas
contra os produtores brasileiros que plantaram
a soja Roundup Ready sem pagar royalties (4).
O Brasil é o único grande produtor
de soja capaz de atender à demanda
crescente no mercado internacional pelo grão
não transgênico, e vem exportando
cada vez mais. A falta de controle e fiscalização,
e a liberação da safra contaminada
podem prejudicar esta vantagem comparativa
que o Brasil tem em relação
a seus concorrentes diretos, como Argentina
e Estados Unidos. O Greenpeace lançou
uma campanha de envio de mensagens às
lideranças da Câmara dos Deputados
demandando que os parlamentares cumpram com
sua responsabilidade em zelar pelo meio ambiente,
a saúde da população
e a economia do país. "É
inaceitável que esta soja seja liberada
para o mercado interno. O uso de grãos
transgênicos representa um risco desnecessário",
conclui Paoli.
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