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IBAMA REALIZA
OPERAÇÃO AGROTÓXICO
NO PARANÁ
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003
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Com o objetivo principal
de combater o uso de defensivos agrícolas
ilegais, o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
realiza até sábado (10), em propriedades
rurais do estado do Paraná, a Operação
Agrotóxico, centrada nas culturas do trigo
e milho. A operação consta também
de ações educativas. São repassadas
aos agricultores, por exemplo, informações
sobre os padrões técnicos adequados
para o armazenamento e a destinação
final de todas as embalagens vazias.
Os fiscais e técnicos orientaram os agricultores
para que não deixem de realizar a tríplice
lavagem das embalagens, e que obedeçam à
legislação que determina a devolução
das embalagens ao vendedor no prazo de um ano, a
partir da compra do produto. Até o último
dia 6, foram autuadas dez propriedades, por uso
de agrotóxicos ilegais e duas por armazenamento
irregular de embalagens vazias. O total em multas,
até o momento, alcançou o valor de
R$ 187 mil. Em duas semanas, 18 servidores, divididos
em sete equipes de fiscais e técnicos do
Instituto, vistoriaram centenas de depósitos
nas fazendas e nos revendedores, abrangendo vários
municípios, entre eles, Londrina, Maringá,
Campo Mourão e Cascavel. Além do Paraná,
a operação vai se estender a todas
as regiões do país onde haja utilização
de produtos sem registro e sem licença dos
Ministérios do Meio Ambiente, Saúde
e Agricultura.
Etapas
A Operação
Agrotóxico teve uma primeira etapa - com
destaque para a cultura da soja - abrangendo os
estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás
e parte de Minas Gerais. De acordo com a Diretoria
de Proteção Ambiental (Dipro), a maioria
dos herbicidas ilegais é produzida na China
e chega ao Brasil com embalagens e rótulos
diversos, facilmente reconhecíveis por fugirem
dos padrões legais de apresentação
e por serem escritos em espanhol ou com erros grosseiros
de português.
Nesta segunda operação, muitos agricultores
reclamaram ao Ibama que as revendas estão
demorando a arrumar um local para receber as embalagens
vazias, ou mesmo para direcioná-las para
uma Central de Recebimento. “Eles estão preocupados
porque sabem que sem um lugar para entregar as embalagens,
as multas vão incidir sobre eles, já
que, para multar aqueles que não devolverem
ao vendedor, bastará ao Ibama conferir a
data da compra nas revendas”, revela José
Aníbal Batista, coordenador da Operação
Agrotóxico, e responsável pelo Setor
de Poluição e Degradação
da Coordenadoria Geral de Fiscalização
Ambiental (Cgfis), da Dipro.
Segundo Batista, nem todos os agricultores têm
o cuidado de acomodar provisoriamente as embalagens
lavadas e furadas em locais cobertos. No entanto,
os dados recolhidos pela equipe do Ibama, durante
as vistorias no Paraná, apontam para uma
maior consciência do agricultor. “Uns começam
a entender, outros já entenderam que o risco
de usar herbicida ilegal e ser multado é
grande, além do que a pretensa economia é
mínima, menos de 2 % no custo médio
de produção”, informam os técnicos
do Ibama.
Ao risco de usar-se um produto sem controle de qualidade,
que ninguém pode assegurar que terá
eficiência agronômica, juntam-se outros
riscos maiores ainda: a contaminação
do meio ambiente - no caso das regiões Sul
e Centro-Oeste do país, a grande ameaça
é ao Aqüífero Guarani, o maior
reservatório de água potável
subterrânea do mundo - e a contaminação
direta das pessoas no manuseio e no consumo de alimentos
produzidos sem controle fitossanitário ou
sem antídotos para substâncias desconhecidas.
Paralelamente ao perigo que os agrotóxicos
ilegais representam, cresce a preocupação
com a saúde humana, mesmo quando se trata
de produtos licenciados. Um estudo realizado pela
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, em 2002, constatou que 81,2 %
das amostras de alimentos coletados em quatro grandes
capitais brasileiras exibiam resíduos de
agrotóxicos. Em 22 % das amostras contaminadas,
havia uma quantidade de resíduos que ultrapassava
os limites máximos permitidos pela legislação.
Em 31,7 %, foram encontrados agrotóxicos
não autorizados para as respectivas culturas,
como o dicofol e os ditiocarbamatos.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa