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MEDIDA PROVISÓRIA
BENEFICIA MONSANTO
E TENTA LEGALIZAR A ILEGALIDADE
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2003
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O Greenpeace
considera extremamente grave e lamentável
a publicação da medida provisória
113, de 26 de março de 2003.
- A medida provisória
fere a legislação ambiental e uma
sentença judicial, que exigem a realização
de estudo de impacto ambiental e na saúde
humana, além de normas de rotulagem plena
e rastreabilidade.
- A medida provisória fere a maioria da população
brasileira que prefere consumir um alimento convencional
à um transgênico.
- A medida provisória favorece uma minoria
de agricultores que plantaram soja transgênica
ilegalmente, como também premia a Monsanto,
por conseguir colocar no mercado interno um produto
sem avaliação de impacto no meio ambiente
brasileiro e na saúde da população.
Perdem com a medida provisória, a maioria
dos agricultores e os consumidores brasileiros que
terão que engolir soja transgênica
plantada ilegalmente no Rio Grande do Sul. A contaminação
da safra está em uma área isolada
do país e sua liberação interna
poderá até minar iniciativas de sucesso
no controle da safra, como vem acontecendo no Estado
do Paraná.
- Ao permitir a comercialização da
safra de soja contaminada no mercado interno, o
Governo Federal deixará de cumprir suas promessas,
assumidas durante a campanha eleitoral, de assegurar
a realização de Estudos de Impacto
Ambiental, toxicológicos e socioeconômicos,
a repressão a plantios clandestinos e ilegais
e a garantia de informação plena ao
consumidor, uma vez que nem a legislação
brasileira garante a rotulagem plena de transgênicos
no país.
- No início de março, o governo havia
apontado corretamente, depois de uma reunião
interministerial para tratar do tema, que a responsabilidade
da contaminação da safra gaúcha
é fruto da omissão de controle e fiscalização
da safra anterior, e havia reafirmado sua disposição
em garantir o cumprimento das medidas judiciais
que impedem o cultivo e a comercialização
de transgênicos no Brasil, buscando uma solução
para escoar a safra contaminada sem violar a proibição
do cultivo no mercado interno.
- Nos Estados Unidos e Canadá, a Monsanto
vem processando agricultores que estão plantando
transgênicos sem pagar os direitos da empresa
e já ameaçou agricultores argentinos
de fazer o mesmo. Aqui no Brasil, a empresa também
não assume qualquer responsabilidade, além
de fazer propaganda de seu produto ilegal. Nos países
que já plantam soja transgênica há
alguns anos, como Argentina e Estados Unidos, foram
constatados aumento no uso de agrotóxicos
e resistência de ervas daninhas.
Nossas propostas
O Greenpeace
espera que o governo Lula:
- Republique a medida
provisória, impedindo que a soja contaminada
seja vendida no mercado interno;
- Adote medidas de controle e fiscalização
imediatas tanto no campo quanto nos produtos comercializados;
- Mantenha suas propostas de governo, respeitando
a opinião da maioria da população
que não quer consumi-los, e que não
abra o mercado brasileiro para a soja transgênica
da Monsanto, tirando a competitividade do grão
brasileiro no mercado internacional.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa