AUMENTO DA DEVASTAÇÃO NA AMAZÔNIA MOBILIZA INSTITUTOS DE PESQUISA Panorama Ambiental Brasília (DF) – Brasil Julho de 2003

O governo federal lançou nas últimas duas semanas uma série de iniciativas para tentar controlar o desmatamento na Amazônia, que apresentou um crescimento de 40% em 2001 e 2002, em relação ao biênio anterior. De acordo com dados de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área desmatada passou de 18.166 km2 para 25.476 km2. A região leste e sul da Amazônia, conhecida como o Arco do Desmatamento, concentra 75% da área desmatada. Nessa região estão os estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, cujas atividades agrícolas e pecuárias são um dos responsáveis pela devastação da floresta.
A primeira reação às estatísticas surgiu do próprio Inpe que disponibilizará, em seu novo site, novas imagens de satélite das áreas desmatadas a cada 15 dias. A idéia é informar exatamente onde estão ocorrendo as derrubadas e queimadas na floresta, de modo a permitir que as entidades reponsáveis atuem rapidamente. O Inpe também vai divulgar um relatório das principais causas da degradação ambiental e a situação atual de cada localidade.
Outra iniciativa é a Rede de Geoinformação e Modelagem Ambiental da Amazônia (Geoma), criada pelo governo federal para mapear os prognósticos da região. Diversos institutos de pesquisas, como o Inpe e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), participam do projeto, que receberá uma verba de R$ 3 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Os pesquisadores envolvidos terão como objetivo desenvolver um banco de dados que servirá para traçar um mapa econômico e ecológico da Amazônia com base na previsão dos futuros problemas. Um outro banco de dados da região está sendo desenvolvido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para auxiliar os estudos voltados para a conservação da Amazônia. O material poderá ser acessado gratuitamente pela Internet.
Na última quarta-feira (9), representantes de ONGs se encontraram na sede do Ibama com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pediram mais rigor contra o desmatamento na Amazônia. Algumas ONGs, como o Greenpeace e a International Conservation, sugeriram a adoção de um programa "Desmatamento Zero" no Arco do Desmatamento, mas a ONG Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA) teme a criação de mais conflitos da região e sugere um controle social paralelo à fiscalização rigorosa.

Fonte: Agência Brasil (www.radiobras.gov.br)
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Assessoria de imprensa