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MATA ATLÂNTICA:
IBAMA QUER ABRIR
FISCALIZAÇÃO AO CONTROLE SOCIAL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2003
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Começará
pela Mata Atlântica a experiência do
Ibama de abrir a fiscalização para
o controle social. A partir de agora, as ações
de prevenção e combate aos crimes
ambientais no bioma Mata Atlântica em todo
o país poderão ser planejadas e executadas
com a participação cada vez maior
da sociedade por meio das ONG’s. A forma como essa
participação poderá acontecer
na prática começa a ser discutida
durante seminário de 8 a 11 de julho em Tamandaré,
a cerca de 110 quilômetros de Recife.
O evento organizado pelo Ibama e Ministério
do Meio Ambiente terá a participação
da Rede Mata Atlântica, que representa cerca
de 250 ONG’s, Ministério Público Federal
e Polícia Federal. O presidente do Ibama,
Marcus Barros, participa da abertura do seminário
dia 8/7, às 18hs, no auditório do
Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do
Nordeste-Cepene.
Além de definir as propostas de atuação
conjunta do Ibama e da sociedade na proteção
ambiental na Mata Atlântica, o seminário
também apresentará as novas diretrizes
de ação do setor de Fiscalização
do Ibama. “Trata-se de uma mudança na postura
do instituto que privilegia a educação
e o esclarecimento ao público sem, com isso,
perder o caráter ostensivo necessário
para a repressão aos crimes ambientais, conforme
prevê a legislação em vigor”
explica Flávio Montiel, diretor de Proteção
Ambiental do Ibama.
A Mata Atlântica é uma das 25 regiões
mais ricas em biodiversidade, mas também
uma das mais ameaçadas do mundo. Dos quase
um milhão e meio de quilômetros quadrados
(16% do território brasileiro) que ocupava
antes da chegada dos colonizadores, a Mata Atlântica
foi reduzida a menos de 12 por cento de sua extensão
original. O bioma abrange desde Piauí até
o Rio Grande do Sul e divide-se em fragmentos esparsos
no interior das regiões Nordeste, Sul e Sudeste
, além de manchas localizadas ao sul de Goiás
e de Mato Grosso do Sul.
Os remanescentes de Mata Atlântica abrigam
grande variedade de ecossistemas. Alguns deles chegam
a conciliar processos ecológicos litorâneos
àqueles próprios de florestas tropicais.
Apesar da devastação acentuada, o
bioma guarda significativa parcela da biodiversidade
brasileira, com altos níveis de endemismo
(ocorrência de espécies em uma região
exclusiva).
A Mata Atlântica detém um dos recordes
mundiais de diversidade botânica de plantas
lenhosas. Em um só hectare no sul da Bahia,
foram registradas 458 espécies em estudo
realizado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque
e o Herbário da Comissão Executiva
do Plano da lavoura Cacaueira-Ceplac. Em todo o
remanescente, encontram-se cerca 20 mil espécies
de plantas vasculares.
Em relação à fauna, a Mata
Atlântica tem 250 espécies de mamíferos
(55 deles endêmicos), 340 de anfíbios
(87 endêmicos),197 répteis (60 endêmicos),
1.023 aves (133 endêmicas – incluindo o Mutum
de Alagoas (Mitu mitu), a ave mais ameaçada
de extinção do país. Dos primatas
encontrados no país, 2/3 são oriundos
da Mata Atlântica.
Os domínios da Mata Atlântica também
abrigam 70% da população brasileira,
além das maiores cidades e pólos industriais
do país. A intensa ocupação
desse bioma evidencia-se pelo grau de devastação
da floresta. . Hoje, a Mata Atlântica tem
apenas entre 7 % e 8% de sua área de floresta
intacta.
Contatos: Jaime Gesisky (81) 3676 1387/ 1109/1166
– (61) 9976 1595.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa