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PPA DEVERÁ
TER PROGRAMAS
PARA CADA BIOMA BRASILEIRO
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2003
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O Ministério
do Meio Ambiente conseguiu inserir na proposta do
novo PPA (Plano Plurianual) a criação
de programas específicos para os biomas brasileiros
- Cerrado, Mata Atlântica/Campos Sulinos, Amazônia,
Pantanal, Caatinga e Zona Costeira e Marinha. A informação
foi divulgada nesta terça-feira pelo secretário
de Biodiversidade e Florestas do MMA, João
Paulo Capobianco, em seminário sobre Áreas
e Ações Prioritárias para Conservação
e Uso Sustentável da Biodiversidade Brasileira,
no Ibama. "O Plano atual possui cerca de 50 programas
com relação direta ou indireta com a
preservação da biodiversidade. Nosso
objetivo é fazer com que o novo PPA amplie
a gama de projetos voltados à proteção
ambiental. A ministra Marina Silva anunciou há
poucos dias a criação de um Grupo de
Trabalho específico para a Mata Atlântica.
Nosso objetivo é definir GTs também
para os outros biomas", disse Capobianco.
O Seminário reuniu técnicos e ambientalistas
para discutir a analisar o trabalho desenvolvido no
âmbito do Projeto de Conservação
e Utilização Sustentável da Diversidade
Biológica Brasileira (Probio), assinado em
1996 entre o Governo Federal e o Banco Internacional
para a Reconstrução e Desenvolvimento
(Bird). Sob coordenação do MMA e com
a participação de grande número
de instituições governamentais e não-governamentais,
se realizaram estudos técnicos e workshops
sobre os biomas (grande região com características
semelhantes) brasileiros. Como resultado, foram definidas
mais de 900 áreas prioritárias para
preservação da diversidade biológica.
Foram identificadas ainda alternativas para o uso
sustentável dos recursos naturais e apontadas
lacunas de conhecimento. "Trata-se de um consenso
nacional sobre os locais mais importantes para o desenvolvimento
de ações efetivas pela conservação
da biodiversidade", avaliou David Oren, gerente
científico da The Nature Conservancy do Brasil,
uma das entidades envolvidas nos trabalhos do Probio.
A definição das áreas prioritárias
teve como base fatores como endemismo (existência
de uma espécie apenas em determinado local),
elevada diversidade biológica e pouco conhecimento
sobre a região ou sobre as espécies.
Os documentos síntese para cada bioma trazem
recomendações como regularização
fundiária, criação de unidades
de conservação, legislação
específica, implementação de
corredores ecológicos, pesquisas científicas,
planos de manejo e desenvolvimento de atividades econômicas
sustentáveis. A avaliação e ações
prioritárias para conservação
de cada bioma pode ser conferida na página
do MMA, no endereço http://www.meioambiente.gov.br/port/sbf/chm/probio/sub.html.
De acordo com Bráulio Dias, gerente do Projeto
de Conservação da Biodiversidade do
MMA, todo o conjunto de relatórios, mapas e
livros gerados sobre os biomas brasileiros já
está sendo usado. "Todo esse material
serve como base para se trabalhar a manutenção
da diversidade no país", disse. O material
está sendo usado, por exemplo, em projetos
como o Arpa (Programa de Áreas Protegidas da
Amazônia), pelo Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)
e pela Diretoria de Florestas do MMA para a definição
das melhores áreas para o desenvolvimento de
suas ações específicas. "Mais
do que fiscalizar temos agora que implementar programas
e projetos com base nos resultados do Probio",
salientou Capobianco.
Ameaças
Para David Oren, as
principais ameaças à biodiversidade
brasileira são as obras de infra-estrutura,
a ampliação das cidades, a expansão
da fronteira agrícola e o desmatamento. "O
Cerrado, por exemplo, sofre por ter solos facilmente
transformados em áreas agrícolas",
explicou. "O Brasil, no entanto, deve se sentir
muito orgulhoso por ser o país mais rico do
planeta em biodiversidade, porque isso representa
recursos renováveis para seu povo", completou
o gerente da The Nature Conservancy.
Convenção
A Secretaria de Biodiversidade
e Florestas do MMA realiza nesta quarta-feira (11)
o seminário Convenção sobre Diversidade
Biológica - Posições adotadas
pelo Brasil nas Reuniões da Conferência
das Partes. O evento será no Auditório
Guimarães Rosa, no Ministério do Meio
Ambiente, a partir das 9h.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa |