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GOVERNO TOMA PRIMEIRAS
MEDIDAS PARA FISCALIZAR
E COMBATER A EXPLORAÇÃO PREDATÓRIA
DO MOGNO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Fevereiro de 2003
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O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva assinou no último
dia 13/02 decreto prorrogando por 150 dias a suspensão
da exploração do mogno na região
Amazônica . No mesmo ato, criará uma
Comissão Especial que, em 100 dias, deverá
propor nova política de exploração
da madeira em bases sustentáveis. Ao estabelecer
100 dias de prazo para conclusão dos trabalhos
da Comissão, o presidente Lula quer assegurar
que a safra de mogno não será inviabilizada
a partir do segundo semestre deste ano, o que prejudicaria
os madeireiros que trabalham legalmente na extração
do produto.
Com o decreto assinado hoje, o governo começa
a criar condições normativas e de
fiscalização para combater a exploração
predatória do mogno, e estimular a exploração
sustentável do produto já no primeiro
ano de mandato.
A suspensão da exploração do
mogno foi decretada pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso em 14 de agosto de 2002, por seis
meses. A suspensão, portanto, teria validade
apenas até amanhã (14). Na exposição
de motivos encaminhada ao presidente Lula, os ministros
do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues,
destacam que a prorrogação da suspensão
é necessária para que se estabeleça
a melhor estratégia para solução
do problema da exploração do mogno.
A Comissão Especial do Mogno será
formada por representantes dos dois ministérios
e terá sob sua responsabilidade a elaboração
de uma política que permita a exploração
do mogno em bases sustentáveis. Caberá
ainda à Comissão avaliar e rever a
normatização sobre o assunto, propor
soluções para a situação
do mogno sem origem comprovada, estabelecer linhas
de pesquisas prioritárias para preservação
e manejo da espécie, propor medidas para
assegurar a transparência e o controle social
sobre a implementação das ações
definidas e definir critérios para que os
planos de manejo florestal sustentável já
aprovados pelo Ibama possam operacionalizar suas
atividades preparatórias para a safra de
2003.
Os membros da comissão deverão também
elaborar plano de ação para possibilitar
a implementação dos controles exigidos
pela Convenção Sobre Comércio
Internacional das Espécies da Fauna e da
Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção
(CITES) para a espécie, a ser efetivado até
novembro de 2003.
Neste último item, uma entidade científica
nacional passará a atestar, junto com o órgão
licenciador, que a madeira comercializada não
procede de áreas predatórias nem foi
extraída ilegalmente. Em dezembro de 2002
o mogno brasileiro teve novo enquadramento no CITES,
passando do anexo 3 para o anexo 2, o que significa
que, agora, é considerado espécie
ameaçada de extinção ou de
difícil controle. Em decorrência disso,
o Brasil tem novas responsabilidades neste tema.
Na exposição de motivos, os ministros
Marina Silva e Roberto Rodrigues observaram que
a exploração sustentável dos
recursos florestais é fundamental para o
desenvolvimento econômico e social da Amazônia.
Informaram que somente o setor madeireiro representa
15% do Produto Interno Bruto da Amazônia Legal,
gerando cerca de 500 mil empregos. O mogno é
considerado a espécie madeireira tropical
mais valiosa no mercado internacional e cuja renda
bruta gerada entre 1971 e 2001 atingiu cerca de
US$ 3,9 bilhões.
Segundo os dois ministros, o mogno vem sendo explorado
de forma não sustentável desde a década
de 60, causando danos ambientais, sociais e perdas
na arrecadação, como indica a apreensão
de cerca de 64 mil metros cúbicos de mogno
em toras no estado do Pará em 2002 e 21 mil
metros cúbicos em madeira beneficiada de
origem não comprovada.
"Defendemos a necessidade de o Governo Brasileiro
combater de forma firme e eficiente as práticas
ilegais e predatórias, e estabelecer políticas
públicas que promovam o manejo sustentável
do mogno", prosseguiram os ministros.
A Amazônia brasileira abriga a última
grande reserva de mogno do mundo, que é a
espécie madeireira de maior valor econômico
dentre todas as demais. A demanda por essa espécie
é muito grande, especialmente no mercado
internacional. Por isso, a espécie tem sido
alvo de intensa exploração ilegal
nas últimas décadas.
As iniciativas de controle e fiscalização
adotadas pelo governo brasileiro, entretanto, não
têm sido suficientes para resolver o problema
nem estimular o setor madeireiro a mudar a exploração
predatória da espécie.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa