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QUINZE MILHÕES
DE EUROS PARA PROJETOS DO MMA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Novembro de 2003
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O Ministério
do Meio Ambiente, o Instituto Alemão de Crédito
para a Reconstrução (KfW, do alemão
Kreditanstal fur Wiederaufbau) e o Banco do Brasil
assinaram ontem garantindo recursos para a segunda
fase do Promanejo e para a terceira fase do PDA. Pelo
acordo firmado, serão doados 10,2 milhões
de Euros para os Projetos Demonstrativos (PDA) e 5,1
milhões de Euros para o Projeto de Apoio ao
Manejo Florestal Sustentável na Amazônia
(Promanejo), no âmbito do PPG7 (Programa Piloto
para a Proteção das Florestas Tropicais
do Brasil).
Participaram da cerimônia, no Ministério
do Meio Ambiente, a ministra Marina Silva, o chefe
da Divisão de Agricultura e Manejo de Recursos
Naturais para América Latina e Caribe do KfW,
Hans Aeppli, o embaixador da Alemanha no Brasil, Uwe
Kaestner, o vice-presidente do Banco do Brasil, Ricardo
Conceição, o presidente do Ibama, Marcus
Barros, secretários e técnicos do MMA,
além de representantes da Rede de ONGs da Mata
Atlântica e do Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA).
"Pelo caráter da cooperação
entre Alemanha e Brasil, ela parece mais uma grande
parceria que vem proporcionando a execução
de projetos que agregam ao necessário desenvolvimento
o respeito às questões ambientais e
aos aspectos sociais", destacou a ministra Marina
Silva. Os Projetos Demonstrativos têm como função
principal mostrar à sociedade brasileira o
"como fazer", como produzir sem destruir
a natureza, agregando valor à produção
e proporcionando justiça social e desenvolvimento
local.
O PDA procura contribuir para a proteção
e para o uso sustentável dos recursos naturais
da Amazônia e da Mata Atlântica com foco
na preservação e recuperação
da diversidade biológica e na melhoria da qualidade
de vida da população. Em sua terceira
fase, o Programa pretende expandir em escala as experiências
já desenvolvidas, alcançando outras
ações do PPG7 e fortalecer a capacidade
das comunidades locais no planejamento e na execução
de atividades sustentáveis.
De acordo com Rosenilde dos Santos Costa, vice-presidente
do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e membro
do movimento das quebradeiras de coco babaçu
do Maranhão, o PDA é um dos projetos
mais significativos para as comunidades rurais. "Esses
recursos contribuirão para a continuidade de
projetos muito significativos para as populações
extrativistas da Amazônia e da Mata Atlântica",
disse. Segundo Fábio Abdala, também
do GTA, o PDA foi um dos programas que mais investiu
no "protagonismo social", já que
seus principais executores são associações
comunitárias e cooperativas, por exemplo.
"Nossa expectativa, agora, é a de que
possamos consolidar e ampliar ações
promissoras que são executadas em vários
pontos da Amazônia e da Mata Atlântica",
salientou. Para o ambientalista, é necessário,
no entanto, inserir as ações do PDA
em "uma grande cadeia de desenvolvimento local",
fazendo com que as iniciativas saiam da "demonstração"
e ganhem caráter de política pública.
Conforme Mirian Prochnow, da Rede de ONGs da Mata
Atlântica, o PDA é o programa mais importante
para o bioma, com dezenas de projetos financiados
nos 17 estados cobertos pelo bioma, em linhas como
conservação, preservação,
recuperação e enriquecimento de florestas
secundárias. "Isso possibilitou que novas
alternativas de produção e de consumo
fossem construídas. Hoje, se alguém
tiver interesse em saber como produzir sem destruir,
como preservar, temos exemplos para mostrar".
Para Mirian, da Associação de Preservação
do Meio Ambiente do Vale do Itajaí (Apremavi),
de Santa Catarina, é fundamental, ainda, a
continuidade do Sub-Programa Mata Atlântica
do PPG7 e de todas as iniciativas para preservação
da floresta. "Isso é fundamental para
os 120 milhões de brasileiros que vivem na
área de domínio da Mata Atlântica",
ressaltou. Já o Promanejo, vem contribuindo
para o desenvolvimento de iniciativas que reduzam
o desmatamento na Amazônia e promovam o manejo
florestal equilibrado.
A prioridade para a segunda fase do Programa é
promover e divulgar o bom uso das matas e aprimorar
a regulamentação da política
florestal, assim como organizar os resultados obtidos
com o trabalho até o momento. O Programa é
desenvolvido em quatro componentes: realização
de estudos estratégicos; apoio a iniciativas
na área do manejo florestal; desenvolvimento
e teste do Sistema de Controle da Atividade Madeireira;
apoio à gestão da Floresta Nacional
(Flona) de Tapajós.
As ações do Promanejo abrangem quase
toda a Amazônia Legal. As 14 iniciativas apoiadas
estão distribuídas no Acre, Amazonas,
Pará, Mato Grosso, e Rondônia. O Projeto
apoia ainda a Gestão da Floresta Nacional do
Tapajós localizada no municípios de
Aveiros, Belterra e Santarém, no Pará.
Além disso o projeto contempla toda a região
amazônica nas suas ações de desenvolvimento
de novos métodos e instrumentos de controle
e monitoramento da atividade madeireira e realização
de estudos e análise para identificação
de diretrizes de políticas públicas
para adoção do manejo florestal.
Atualmente, o PPG7 é considerado o maior programa
em nível global para a proteção
das florestas tropicais e manejo sustentável
de recursos em um país. Até o momento,
o governo alemão já repassou 220 milhões
para a execução do Programa. No dia
27, o presidente alemão, Johannes Rau, participará
de cerimônia com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em comemoração aos 40
anos da cooperação alemã com
o Brasil, com ênfase em formação
profissional, combate à pobreza e proteção
ambiental.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
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