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FAZENDEIROS
AMEAÇAM GRUPO DE TRABALHO
DA FUNAI EM PRIMAVERA DO LESTE (MT)
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2003
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O Grupo de Trabalho
(GT) constituído pela Funai e formada por
sete técnicos, entre antropólogos
e engenheiros e analista de sistema, foi obrigado
a deixar o município de Primavera do Leste,
depois do cerco e ameaça dos fazendeiros
e pistoleiros, que acabaram por colocar fogo no
prédio da Administração Executiva
Regional (AER), durante a madrugada de hoje (14).
No momento do cerco aos técnicos, o coordenador
do GT, o antropólogo Ricardo Calaça
Manoel, tentou explicar que o GT era apenas o início
dos estudos para a revisão das terras indígenas
Sangradouro e Volta Grande e que o trabalho não
representava ameaça para ninguém.
Ainda assim, fazendeiros e outras pessoas chegaram
a incitar o linchamento dos técnicos da Funai.
O grupo se deslocou para Cuiabá, onde aguarda
as instruções de procedimentos da
sede do órgão indigenista, em Brasília.
Segundo Calaça, o conflito teve início
devido a ausência do administrador da Funai
em Primavera do Leste, Edmilson José de Figueredo,
que deveria passar os recursos para o início
dos trabalhos de revisão de limites das duas
terras indígenas.
"Nossa programação incluiu a
ida a Primavera do Leste por causa dos recursos
que estão locados nessa AER e o que deveria
ser apenas uma passagem, tornou-se um conflito,
no qual um índio Xavante chegou a nos confundir
com fazendeiro e quase atingiu geólogo e
ambientalista do GT, Gil Clementino Cavalcanti de
Albuquerque Filho, ao pararmos para abastecer a
toyota, no posto de gasolina da cidade, onde fomos
cercados por três carros", relatou o
coordenador do GT.
O administrador da AER explicou que aguardou a chegada
do grupo até a segunda- feira (11) e afirmou
que a situação em Primavera do Leste
é preocupante e todos, índios e servidores
da Funai, correm risco de vida. "Já
avisei que todos nós estamos ameaçados
em Primavera do Leste e que a situação
de conflito é muito grave. A Polícia
Federal vai realizar a perícia do incêndio
e apurar os últimos acontecimentos",
concluiu Figueredo, que está em Goiânia,
onde a Funai reúne a coordenação
de todas as administrações que atendem
os índios Xavante.
Fonte: Funai (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa