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ASSENTAMENTO
NAS CABECEIRAS DO RIO PARAGUAI
VÃO IMPLANTAR SISTEMA AGRO-FLORESTAL
Panorama Ambiental
Cuiabá (MT) – Brasil
Maio de 2003
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Cerca de mil famílias
de 7 assentamentos rurais do Incra localizados na
região das cabeceiras do rio Paraguai estarão
formalizando no próximo mês um fórum
de discussões para implantação
de sistemas agro-florestais que viabilize a ocupação
ecologicamente sustentável. Atualmente, o assentamento
São Francisco, com 70 famílias , no
município de Nortelândia, já desenvolve
o programa em parceria com o Instituto Centro de Vida
- ICV desde 1998, quando foi realizado com a comunidade
um levantamento de recuperação econômica
e ambiental da região. Mais recentemente, o
instituto conseguiu através do Fundo Mundial
para o Meio Ambiente, U$30 mil para a construção
de viveiros e a implantação do sistema
agro-florestal no São Francisco.
Num levantamento minucioso, feito anteriormente pelo
ICV na região, foi constatada a fragilidade
ecológica da área de entrono das cabeceiras
do rio Paraguai, o principal alimentador de águas
do Pantanal. O solo é frágil e só
se mantêm com a presença da floresta.
Depois de três anos de plantio, o solo perde
os nutrientes levados pelas chuvas e vira areia. Com
o plantio de árvores em meio à lavoura,
a terra tem condições de recuperação
e pode ser novamente usada.
Outro grave problema é que com o avanço
da monocultura da soja até mesmo às
margens do grande rio tem destruído na biodiversidade
e contaminado suas águas com uso de agrotóxicos
na época das chuvas.
A técnica de sistemas agro-florestais tem sido
uma solução para manter os assentados
nas áreas, pois com poucos recursos é
possível recuperar o solo e manter uma floresta
comercial, já que as espécies plantadas
servem para a construção civil, carvão
e móveis. Ao viabilizar economicamente estas
áreas, o uso do fogo é imediatamente
abandonado .
O sistema também utilizada plantas medicinais
e frutas que também tem mercado garantido no
Estado. Mas a grande expectativa é para a produção
de sementes que vem encontrando cada vez mais mercado
nacional em função da obrigatoriedade
do reflorestamento. No assentamento São Francisco,
os assentados estão fazendo a colheita e plantio
de sementes no viveiro e até o mês de
setembro está produzindo para o replantio nas
áreas agricultáveis na próxima
estação das chuvas.
O coordenador do ICV no assentamento São Francisco,
Erlon Bispo disse que nos últimos dois anos
já surgiram bons resultados. " A limpeza
das áreas usa o fogo de forma controlada e
organizada e não se ouve falar mais de gente
que esteja vendendo o lote e saindo da zona rural",
conta. O projeto agora vai se expandir para os outros
6 assentamentos de toda a região das nascentes
do rio Paraguai, envolvendo um total de mil famílias.
Na primeira etapa será organizado um seminário
com os assentados para discutir as viabilidades econômicas
da região e a implantação do
sistema agro-florestal.
Para isso será criado um fórum de representantes
que estará buscando financiamentos que viabilizem
o projeto.
Fonte: Instituto Centro de Vida
(www.icv.org.br)
Assessoria de imprensa |