 |
BASE DE
EXPORTAÇÃO DE PETRÓLEO
TERÁ ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003
|
 |
Especialistas da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vão fazer,
a pedido da Petrobras, avaliação ambiental
na base de operações da empresa, no
município amazonense de Coari. Localizada
a 600 quilômetros a oeste de Manaus, a cidade
fica às margens do rio Urucu, principal via
usada para transporte de equipamentos e outros tipos
de carga pesada até a base. O objetivo do
estudo é recuperar áreas onde há
erosão do solo e evitar que haja um maior
impacto no meio ambiente.
A coordenação ficará por conta
do pesquisador da UFAM, Francisco Evandro Aguiar,
especializado em climatologia. Ele já desenvolve
estudos de clima no local, onde dispõe de
estações meteorológicas. O
geógrafo Antônio José Teixeira
Guerra, do Laboratório de Geomorfologia Experimental
e Erosão dos Solos, da UFRJ, trabalhará
como consultor no projeto, devido à sua experiência
na área de conservação de solos
e formação de ravinas. Os pesquisadores
contarão com a ajuda de bolsistas de iniciação
científica.
O grupo fez uma visita à base de operações,
no mês passado, para um primeiro diagnóstico
e o estabelecimento de uma agenda de trabalho, junto,
inclusive, aos representantes da Petrobras. A empresa
está interessada não só em
recuperar danos causados pela própria presença
da atividade de exploração petroleira,
mas também quer saber como agir preventivamente.
"Embora a Amazônia seja uma região
de baixa declividade, registram-se processos erosivos
na base de Coari, principalmente por causa da construção
de estradas que interligam os poços e das
faixas de implantação de dutos",
conta Guerra.
Os processos erosivos, de acordo com a primeira
impressão dos pesquisadores, são de
nível inicial, portanto, de fácil
solução. "Não é
muito sério, mas inspira cuidados para que
o problema não se agrave", afirma o
geógrafo. Guerra explica que qualquer área
desprotegida de cobertura vegetal sofre risco de
erosão e, em Coari, já se formam inclusive
ravinas. A situação, segundo ele,
não se agravou mais, até o momento,
porque ali os solos são argilosos, menos
suscetíveis a movimentos de massa.
O objetivo do projeto, que deverá ter duração
de dois anos, é fazer mapeamento das áreas
atingidas pelo fenômeno, com uso de Sistema
de Posicionamento Global, o GPS. Além de
erosão, os pesquisadores vão procurar
áreas com movimento de massa, ou seja, pequenos
deslizamentos e também identificar pontos
do rio Urucu já acometidos pelo assoreamento.
"A Petrobras usa o rio Urucu para transporte
de maquinário pesado, o que só é
possível em seis meses do ano, quando a maré
está alta. Na estiagem, a profundidade do
rio tem atingido até 80 centímetros",
conta Guerra, também preocupado com a redução
na vazão do rio.
O grupo da UFAM e UFRJ vai, inicialmente, realizar
um diagnóstico das áreas atingidas,
além de determinar propriedades químicas
e físicas dos solos. Eles farão também
um estudo nos igarapés que contribuem para
a vazão do Urucu, porque alguns deles já
sofrem do processo de carreamento de sedimentos,
em função da erosão, e conseqüentemente
redução no volume d’água. De
acordo com Guerra, a expectativa é apresentar
soluções já nos primeiros meses
de trabalho de campo. Depois, eles vão realizar
trabalho contínuo de monitoramento ambiental.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Lana Cristina)