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AMAZONAS
TEM CAMPANHA CONTRA VENDA ILEGAL
DE ARTESANATO DE ANIMAIS SILVESTRES
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2003
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"Não
tire as penas da vida" é o apelo da
campanha que o Ibama do Amazonas lançou na
última sexta-feira (13/06) contra a venda
ilegal de artesanato com subprodutos da fauna silvestre,
indústria clandestina que só no estado
extermina anualmente cerca de 26 mil animais, metade
araras. Aproveitando a proximidade do festival dos
Bumbás de Parintins, a campanha pretende
conscientizar os turistas a só adquirir artesanatos
ecologicamente corretos - etiquetados com as logomarcas
do Ibama e da Funai, identificando que os adornos
usados nas peças são de animais provenientes
de áreas indígenas e/ou de criadouros
legalizados.
O chefe do Núcleo de Fauna do Ibama/AM, Paulo
Cezar Andrade, que coordena a campanha de conscientização
ambiental em parceria com a Funai e as agremiações
folclóricas Boi-bumbá Caprichoso e
Boi-bumbá Garantido, acredita que "só
a conscientização da população
e dos turistas fará com que o festival de
Parintins seja realmente ecológico e impeça
a matança de milhares de animais silvestres
para a confecção de colares, brincos,
cocares, chaveiros, roupas, entre outros".
O Ibama etiquetou, ano passado, trinta mil peças
de artesanato indígena confeccionadas com
subprodutos da fauna (penas, plumas, peles, couro,
ossos e dentes) em treze lojas cadastradas pela
Funai no município de Parintins, para as
quais foram abatidos 6.500 animais, metade araras.
Estas, são legais. Já a operação
de fiscalização realizada em Manaus,
incluindo lojas não registradas, apreendeu
5.002 peças que significam o abate clandestino
de 1.088 animais, 544 araras.
A campanha com cartazes, folderes, faixas, adesivos,
camisetas e peças publicitárias será
divulgada na mídia regional e nacional, em
escolas, aeroportos, portos fluviais, feiras, embarcações
e nas imediações do bumbódromo.
Os lojistas e barraqueiros serão cadastrados
pelo Ibama e o artesanato registrado pela Funai.
O comércio de artesanato indígena
é uma atividade que remonta ao início
da colonização do Brasil. Antes, porém,
cocares, brincos e pulseiras, por exemplo, eram
confeccionados com penas de animais abatidos para
consumo doméstico ou criados como bichos
de estimação. Hoje, denuncia o Ibama/AM,
os infratores invadem ninhais, depredam ninhos,
incendeiam árvores e matam filhotes. "Qualquer
ave está sujeita a levar um tiro no período
que prescede o festival de Parintins. Basta que
seja bonita e tenha penas coloridas", diz Andrade.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa