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SOCIEDADE
MOSTRA AVANÇOS E
COBRA DO GOVERNO POLÍTICA FLORESTAL
Panorama Ambiental
Boa Vista (RR) – Brasil
Junho de 2003
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Um novo rumo para
o desenvolvimento sustentável da Amazônia,
com prioridade para uma economia de base florestal,
é o que mais de 600 representantes de diferentes
interesses sociais e econômicos da Amazônia
solicitaram hoje em Belém aos ministros da
Integração Nacional Ciro Gomes e do
Meio Ambiente Marina Silva. O pleito consta da Carta
de Belém, formulada por empresários
do setor florestal, líderes comunitários,
sindicalistas, organizações ambientalistas,
pesquisadores e profissionais liberais da área
florestal, representantes de instituições
financeiras públicas e privadas, assim como
lideranças políticas regionais, reunidos
na capital paraense.
O encontro foi organizado por Imazon, Imaflora e
Amigos da Terra, instituições da sociedade
civil engajadas em atividades de desenvolvimento
sustentável, e marcou uma inédita
convergência entre os setores privado, público
e o chamado terceiro setor. No encontro foi também
lançado o novo grupo de produtores florestais
certificados da Amazônia.
"O esgotamento do modelo de desenvolvimento
baseado na conversão da floresta e extração
predatória de recursos naturais é
claro", ressalta Adalberto Veríssimo,
do Imazon. "Ele gera um ilusório e rápido
crescimento nos primeiros anos (boom) seguido de
um severo declínio em renda, emprego e arrecadação
de impostos (colapso)". O ministro Ciro Gomes
respondeu que o manejo com certificação
florestal passa a constituir uma das grandes prioridades
de investimento do Fundo Constitucional do Norte,
que conta com 1.2 bilhão de reais para este
ano.
O novo Presidente do BASA, Mâncio Lima Cordeiro,
anunciou o primeiro financiamento para uma empresa
amazônica com certificação florestal
pelo selo internacionalmente reconhecido do FSC.
"A certificação é um indicador
fundamental para identificarmos as empresas com
compromisso social e ambiental", reforça
André de Freitas, do Imaflora, ao lembrar
que "a demanda por produtos com certificação
florestal chegou atingir cinco vezes a oferta atual."
A empresa - Juruá Florestal, do Pará
- recebeu 1.2 milhão de reais, além
de 1.5 milhão do banco privado ABN Real,
também presente no encontro para apresentar
sua política florestal.
"Uma economia com base no manejo sustentável
pode gerar 500 mil empregos diretos e indiretos
nos próximos quatro anos", afirmou Roberto
Smeraldi, de Amigos da Terra. Para o ambientalista,
"é necessário que o governo faça
a sua parte, entre outras coisas viabilizando com
urgência o manejo sustentável em florestas
públicas de produção".
A ministra Marina encerrou o evento declarando que
este desafio da sociedade está bem vindo:
"Vocês plantaram essa semente 3 anos
atrás e a gente inicia colher os primeiros
frutos hoje", aludindo ao primeiro empréstimo
florestal do BASA.
Fonte: Amazônia (www.amazonia.org.br)
Redação