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CETESB ORGANIZA
SEMINÁRIO
SOBRE GESTÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
EM SP
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2003
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Com
auditório completamente lotado, o seminário
“Gestão de Áreas Contaminadas
no Estado de São Paulo”, realizado
nesta terça-feira (9/12) pela CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,
em sua sede, marcou a celebração
dos dez anos do Projeto de Cooperação
Técnica Brasil-Alemanha, por meio de |
José Jorge
Neto/SMA  |
convênio
firmado entre a CETESB e a GTZ, a agência
de cooperação técnica
alemã. A realização do
evento teve, também, o objetivo de
apresentar, de maneira abrangente e com dados
atualizados, a problemática das áreas
contaminadas no Estado, contribuindo também
para o aprimoramento do texto do “Anteprojeto
de Lei sobre Proteção da Qualidade
do Solo e Gerenciamento de Áreas Contaminadas”,
cuja minuta está sendo elaborada por
órgãos vinculados à Secretaria
de Estado do Meio Ambiente - SMA. A secretária-adjunta
do Meio Ambiente, Suani Teixeira Coelho, que
abriu o evento, enfatizou a importância
do encontro, manifestando a expectativa de
que até o início de 2004 a discussão
e processo de contribuições
ao texto do anteprojeto, incluindo colaborações
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levantadas
durante o seminário, já estejam
concluídas e em condições
de encaminhamento para a apreciação
do governador Geraldo Alckmin.
O presidente da CETESB, Rubens Lara, destacou
a atual condição de liderança
da agência ambiental paulista na questão
de áreas contaminadas, na América
do Sul, como conseqüência dos trabalhos
de cooperação firmada com o
governo alemão e revelou a intenção
de iniciar, no início do ano, diversos
entendimentos, inclusive com a GTZ, para promover
a transferência do conhecimento adquirido
pela CETESB, para outros Estados brasileiros
e países. O vice-cônsul geral
da Alemanha em São Paulo, Schmidt Bremme,
lembrou o desafio representado pelos problemas
ambientais no mundo, ressaltando a importância
das parcerias firmadas entre o Brasil e a
Alemanha, para a busca de soluções
priorizando o desenvolvimento sustentável.
O responsável pelo Programa Gestão
Ambiental Urbano e Industrial da GTZ, Detlev
Ullrich, e o diretor de Engenharia, Tecnologia
e Qualidade Ambiental da CETESB, Lineu Bassoi,
fizeram questão de salientar o mérito
dos técnicos diretamente envolvidos
no desenvolvimento dos trabalhos de cooperação,
mencionando os nomes dos coordenadores: do
lado brasileiro, o engenheiro Eduardo Serpa,
gerente do Departamento de Tecnologia do Solo,
Águas Subterrâneas e Resíduos
Sólidos da CETESB, e pelo lado da GTZ,
o geólogo Andreas Marker. |
Anteprojeto
de lei
O procurador do Estado,
Marcelo Sodré, fez uma apresentação
sobre a Anteprojeto de Lei sobre Proteção
da Qualidade do Solo e Gerenciamento de Áreas
Contaminadas. A minuta do anteprojeto é o
resultado, entre outros, das discussões e
análises efetuadas pelo grupo de trabalho
especialmente formado no âmbito do CONSEMA
- Conselho Estadual do Meio Ambiente, para propor
soluções ao problema das áreas
contaminadas. A minuta levou em consideração,
principalmente, a viagem de uma missão de
funcionários da SMA à Alemanha, em
junho último, para conhecer a legislação
ambiental sobre áreas contaminadas e as aplicações
administrativas e práticas adotadas naquele
país. A Alemanha tem 360 mil áreas
suspeitas de contaminação. Em São
Paulo, conforme a mais recente relação
divulgada pela CETESB, em outubro, são 727
áreas contaminadas. A minuta do anteprojeto
deve dar origem a uma lei de proteção
da qualidade do solo, preservando-a contra alterações
nocivas por contaminação, definindo
as responsabilidades, a identificação,
o cadastramento e a remediação a que
deverão ser submetidas essas áreas,
para tornar seguro seu uso atual e futuro. Além
de ser uma proposta inédita na legislação
brasileira, o anteprojeto traz uma série
de inovações, entre as quais a possibilidade
de participação direta da sociedade
na sua elaboração. Outra inovação
prevista é a criação do Fundo
Estadual para Prevenção e Remediação
de Áreas Contaminadas, um instrumento econômico
para garantir ao poder público os recursos
necessários à recuperação
de áreas, cuja responsabilidade pela contaminação
seja de difícil identificação,
tendo como fontes, entre outras, as compensações,
multas e licenças ambientais.
Saúde
O
diretor de Meio Ambiente do Centro de Vigilância
Sanitária - CVS, da Secretaria de Estado
da Saúde, Luís Sérgio
Valentim, enfatizou a importância da
integração das ações
de saúde e de meio ambiente em relação
às áreas contaminadas. Valentim
explicou que essas ações, por
parte dos representantes da Saúde Pública,
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intensificaram
nos últimos dois anos, após
a ampla divulgação do caso de
contaminação do terreno onde
estava instalado o condomínio residencial
Barão de Mauá, no Município
de Mauá. Lembrou outros casos recentes
de áreas contaminadas, que envolveram
intensamente os técnicos de saúde,
como os da Shell, em Paulínia, Ajax,
em Bauru, condomínio Morada dos Príncipes,
em Campinas, Shell, na Vila Carioca, em São
Paulo; e da Favela Paraguai, em São
Paulo. O representante do CVS citou outras
iniciativas importantes, como a Resolução
Conjunta SS/SMA-01, que define procedimentos
para ações conjuntas das secretarias
estaduais do Meio Ambiente e da Saúde,
e a Portaria CVS-20, que instituiu, no âmbito
do Sistema Estadual de Toxicovigilância
- SETOX, a Comissão Permanente de Especialistas
em Toxicologia para Áreas Contaminadas.
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José
Jorge Neto/SMA
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Entre
os desafios futuros, para o enfrentamento
da questão das áreas contaminadas,
Valentim menciona a adaptação,
consolidação e sistematização
no Sistema Único de Saúde Estadual,
do uso de metodologias para avaliação
e gerenciamento de riscos, além da
busca de mecanismos para financiamento das
ações. |
Gerenciamento
de Áreas Contaminadas
O gerente do Departamento
de Tecnologia do Solo, Águas Subterrâneas
e Resíduos Sólidos da CETESB, Eduardo
Serpa, fez uma resumida apresentação
do projeto de cooperação com a GTZ,
que teve o objetivo de promover a capacitação
tecnológica da CETESB para tratar da questão
das áreas contaminadas. Lembrou que os recursos
iniciais previstos para o projeto eram da ordem
de 9,5 milhões de marcos alemães,
ou US$ 8 milhões de dólares, sendo
metade proveniente da GTZ e o restante do Governo
do Estado de São Paulo. Segundo Serpa, além
da capacitação técnica, o projeto
teve como resultados práticos o Sistema de
Cadastro de Áreas Contaminadas, o Manual
de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, a
realização de seminários sobre
gerenciamento e tecnologias de remediação
e o Relatório de Estabelecimento de Valores
Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas.
O técnico da CETESB referiu-se, ainda, à
divulgação da lista de áreas
contaminadas no Estado, que está disponível
no site da CETESB (www.cetesb.sp.gov.br), para a
consulta da população. Outro ponto
mencionado foi o Anteprojeto de Lei sobre Proteção
da Qualidade do Solo e Gerenciamento de Áreas
Contaminadas, que deverá contribuir para
o aprimoramento das ações de controle
sobre tais áreas, sem esquecer de mencionar
que, na esfera federal, um grupo de trabalho coordenado
pelo Ministério do Meio Ambiente deverá
apresentar em breve uma proposta de Resolução
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, que
tratará da questão em âmbito
nacional.
Manual de
gerenciamento
A cooperação
entre a CETESB e a GTZ resultou, ainda, no Manual
de Gerenciamento de Áreas Contaminadas que
está disponível no site www.cetesb.sp.gov.br,
apresentado em forma de fascículos por assunto,
possibilitando atualização e inserção
de novos capítulos. A publicação
fornece conceitos, informações e metodologias
necessárias para a padronização
de ações, tanto de técnicos
da CETESB como de empresas privadas, para a solução
dos problemas gerados pelas áreas contaminadas.
O engenheiro Alfredo Rocca, da CETESB, que fez uma
apresentação do manual aos participantes
do seminário, mostrou como as informações
podem ser acessadas pela Internet. Anunciou ainda
que, brevemente, três novos capítulos
serão acrescentados tratando de questões
como investigação detalhada de áreas
contaminadas, avaliação de riscos
e remediação. O primeiro item compreende
questões como a delimitação
total da contaminação para identificar
todos os receptores de riscos presentes; o segundo
vai quantificar os riscos aos receptores identificados
na etapa anterior, incluindo a definição
de metas de remediação; e o terceiro
vai apresentar as técnicas para restabelecer
a área para um uso seguro. “Esperamos contribuições,
críticas e sugestões, porque são
assuntos de competência e responsabilidade
da CETESB e também das empresas que assessoram
os empreendedores”, concluiu Rocca.
Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mário Senaga e Wanda
Carrilho)
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