Idalino
Nunes de Assis, do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais (STR) de Porto de Moz, e também
integrante da coordenação estadual
do CNS, agradeceu pelo apoio. “Há três
anos trabalho com o Greenpeace e nunca tive
dúvidas de que iríamos fechar
este acordo. O povo de Porto de Moz precisa
de muita ajuda”, afirmou. O presidente do
STR de Prainha, Delfem Ferreira, também
considerou o convênio uma vitória
para os comunitários da região.
Os objetivos do acordo são apoiar a
realização dos levantamentos
necessários para criar estas Unidades
de Conservação, conforme as
normas exigidas pelo governo federal, e realizar
ações coordenadas de apoio às
demandas de cooperação técnica
e financeira das populações
agroextrativistas da Amazônia que lutam
pela criação de Resex. As organizações
também querem fortalecer o trabalho
de difundir e gerar mecanismos de participação
em relação a políticas,
planos, programas e projetos relacionados
à criação destas unidades
de conservação de uso sustentável.
"A união do Greenpeace com o CNS
e o ED representa um importante passo para
a criação e posterior implementação
da reserva extrativista e para a preservação
da Amazônia por aqueles que vivem na
floresta e com ela têm uma relação
harmônica”, disse o coordenador da Campanha
da Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário.
O CNS é uma organização
que representa trabalhadores agroextrativistas
organizados em associações,
cooperativas e sindicatos. Criado em outubro
de 1985, resultado do trabalho de Chico Mendes,
o CNS é composto de seringueiros, coletores
de castanha, açaí, cupuaçu,
quebradeiras de coco babaçu, balateiros
(fazedores de balaio), piaçabeiros,
integrantes de projetos agroflorestais e extratores
de óleos e plantas medicinais. O CNS
teve papel ativo na criação
de pelo menos sete Resex brasileiras, entre
elas a reserva Chico Mendes, com 1 milhão
de hectares. O Greenpeace promove o uso ecológico
e socialmente responsável dos recursos
florestais, bem como o estabelecimento de
uma rede de áreas protegidas em regiões
de florestas primárias em todo o mundo.
O Greenpeace exige que as empresas parem imediatamente
de comprar madeira ilegal e criminosa de Porto
de Moz e Prainha, até que as reservas
sejam acordadas e criadas. A madeira proveniente
da região é explorada de forma
ilegal ou em planos de manejo aprovados com
base em documentos de terra precários.
A atividade madeireira na região é
realizada em terras griladas, sem o mínimo
respeito à legislação
florestal brasileira e aos direitos das comunidades
locais, que dependem da floresta para sua
sobrevivência. - Desde abril de 2000,
as comunidades ribeirinhas de Porto de Moz
lutam pela criação de uma reserva
extrativista na área, que recebeu o
nome de Verde para Sempre. A área da
reserva proposta pelas comunidades de Porto
de Moz tem aproximadamente 1,3 milhão
de hectares e vai abrigar cerca de 15 mil
pessoas. Reservas extrativistas são
área protegidas por lei, reconhecidas
pelo governo federal, que garantem que as
famílias que moram no local explorem
os recursos naturais da região de forma
limitada e organizada. |