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INCLUSÃO
DE PROJETOS FLORESTAIS NO MDL
PODE SER DEFINIDA NESTA SEMANA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Dezembro de 2003
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Regras para a inclusão
de projetos de florestamento e de reflorestamento
no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo
de Kyoto poderão ser aprovadas na plenária
final da 9ª Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em Milão, na Itália, nesta sexta-feira.
"Os projetos florestais brasileiros, por exemplo,
poderão em breve ser apresentados ao mercado
de créditos de carbono", explicou o
secretário-executivo do Ministério
do Meio Ambiente, Claudio Langone, que participa
da Conferência. As regras foram acordadas
nessa terça-feira em reuniões do segmento
ministerial do evento.
O MDL prevê a criação de instrumentos
de mercado que levem à redução
dos custos para diminuir as emissões de poluentes
em escala global, ao mesmo tempo apoiando ações
para o desenvolvimento sustentável.
De acordo com Langone, houve muita dificuldade nas
negociações. "O tempo de validade
de cada empreendimento florestal e a criação
de regras simplificadas para projetos de pequeno
porte foram pontos polêmicos". Projetos
de pequeno porte são aqueles que irão
absorver da atmosfera menos de oito mil toneladas
de dióxido de carbono a cada ano. As normas
simplificadas deverão ser definidas em 2004.
Nesta quarta-feira, os países que foram sede
de Cúpulas das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente, Suécia, Brasil e África
do Sul, reuniram-se com representantes do governo
norueguês para a formação de
um grupo de apoio político à próxima
reunião da Comissão de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas.
O encontro será em Oslo, na Noruega, em abril
de 2004, e tratará prioritariamente dos temas
água, saneamento e meio ambiente urbano.
Protocolo
de Kyoto
Organizações
não-governamentais que participam da 9ª
Conferência das Partes pediram a ratificação
da Rússia ao Protocolo de Kyoto. O documento
pede aos países industrializados a redução
de suas emissões em 5,2% em relação
aos níveis de 11000. O texto já foi
ratificado por 120 países, inclusive pelo
Brasil, e por quase todos os países industrializados,
menos Estados Unidos. Porém, ainda não
entrou em vigor porque requer a ratificação
por países que representem 55% das emissões
globais. Nos últimos dias, a Rússia
anunciou que não iria ratificar o Protocolo.
A adesão do país poderia fazer com
que o texto passasse a vigorar em nível global.
O Brasil tem um histórico de contribuições
positivas para o desenvolvimento de um regime internacional
sobre mudanças climáticas. O país
tem ainda uma matriz energética relativamente
limpa, com ampla base na geração hidrelétrica
em vez de combustíveis fósseis, e
com o uso do álcool em larga escala como
combustível de transporte. A maioria das
emissões nacionais, porém, tem origem
no desmatamento e queimadas de florestas tropicais.
O Brasil também assume um papel fundamental
nas negociações devido a sua posição
de liderança dentro do G77, grupo que reúne
nações em desenvolvimento.
As mudanças climáticas são
consideradas um dos mais graves problemas ambientais
da atualidade, e são constatadas na elevação
em quase 1ºC na temperatura média da
Terra nos últimos cem anos. São conseqüência
da ampliação do efeito estufa, um
fenômeno natural que tem se intensificado
pela emissão descontrolada de poluentes.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa