 |
MMA PARTICIPA
DE CONFERÊNCIA
SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Dezembro de 2003
|
 |
O secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone,
segue neste domingo para Milão, na Itália,
onde participará da 9ª Conferência
das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, que começou no dia 1º
e segue até o dia 12 de dezembro. Langone
representará a ministra Marina Silva no segmento
ministerial do evento. Na Conferência, devem
ser definidas regras para atividades florestais
em países em desenvolvimento que poderão
ser validadas no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL) do Protocolo de Kyoto.
O MDL prevê a criação de instrumentos
de mercado que levem à redução
dos custos para diminuir as emissões de poluentes
em escala global, ao mesmo tempo apoiando ações
para o desenvolvimento sustentável.
Em seu discurso na Conferência, o secretário-executivo
do MMA afirmará, entre outros pontos, que
o Brasil, apesar de não ter obrigações
explícitas em reduzir suas emissões,
de acordo com a Convenção sobre Mudanças
Climáticas, promove uma série de ações
que contribuem para o objetivo da Convenção:
reduzir a poluição lançada
na atmosfera que tem contribuído para a ampliação
do efeito estufa e para o aquecimento global.
Programas como ProÁlcool, Proconve (Programa
de Controle da Poluição do Ar Provocada
por Veículos Automotores), Procel (Programa
para Combater o Desperdício de Energia Elétrica),
Conpet (Programa Nacional da Racionalização
do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás
Natural), além do investimento em fontes
renováveis de energia (solar, eólica,
biomassa) e no combate ao desmatamento e às
queimadas têm contribuído para reduzir
a poluição lançada pelo país.
Langone participará, também, de encontros
paralelos com representantes dos governos alemão
e mexicano e ainda do Banco Europeu de Investimentos.
Esta nova Conferência das Partes acontece
em um momento de dúvida com relação
aos esforços para criar uma cooperação
internacional concreta para prevenir as alterações
climáticas. "O progresso na implementação
dos acordos na área de mudança do
clima está sendo prejudicado pela incerteza
em torno da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto",
disse Langone. Cientistas norte-americanos fizeram
nos últimos dias um novo alerta sobre o fato
de que as mudanças climáticas, como
as enfrentadas pela Europa, decorrem da poluição
causada pela atividade industrial, e que o Homem
sofrerá catástrofes de todos os tipos
e cada vez mais graves se as emissões de
poluentes não forem reduzidas.
A última Conferência das Partes (COP8),
em Nova Deli, na Índia, em 2002, foi palco
de impasses como a questão sobre quando os
países em desenvolvimento adotarão
ações concretas para reduzir suas
emissões. Durante o encontro, alguns países
industrializados queriam que os países em
desenvolvimento adotassem metas de redução
de emissões para o período pós-2012,
enquanto certos países em desenvolvimento,
particularmente a Índia, rejeitaram qualquer
discussão sobre compromissos.
Protocolo
de Kyoto
Exige dos países
industrializados a redução de suas
emissões em 5,2% em relação
aos níveis de 11000. O texto já foi
ratificado por 120 países, inclusive pelo
Brasil, e por quase todos os países industrializados,
menos Estados Unidos. Porém, ainda não
entrou em vigor porque requer a ratificação
por países que representem 55% das emissões
globais. No início desta semana, a Rússia
anunciou que não iria ratificar o Protocolo.
A adesão do país poderia fazer com
que o texto passasse a vigorar em nível global.
O Brasil tem um histórico de contribuições
positivas para o desenvolvimento de um regime internacional
sobre mudanças climáticas. O país
tem ainda uma matriz energética relativamente
limpa, com ampla base na geração hidrelétrica
em vez de combustíveis fósseis, e
com o uso do álcool em larga escala como
combustível de transporte. A maioria das
emissões nacionais, porém, tem origem
no desmatamento e queimadas de florestas tropicais.
O Brasil também assume um papel fundamental
nas negociações devido a sua posição
de liderança dentro do G77, grupo que reúne
nações em desenvolvimento.
A mudança climática global é
considerada um dos mais graves problemas ambientais
da atualidade, e é constatada na elevação
em quase 1ºC na temperatura média da
Terra nos últimos cem anos. É uma
conseqüência da ampliação
do efeito estufa, um fenômeno natural que
tem se intensificado pela emissão descontrolada
de poluentes.
Dois representantes do Fórum Brasileiro de
ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), Rubens Börn,
da Vitae Civilis, e José Adilson Vieira,
do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), participam
da Conferência das Partes com apoio do Ministério
do Meio Ambiente.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa