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MODELOS
SIMULAM MOVIMENTO
DOS ESGOTOS LANÇADOS NO MAR
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2003
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O professor Paolo
Alfredini, do Laboratório de Hidráulica
da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, fez uma avaliação
do comportamento das correntes nas regiões
costeiras e estuarinas nos 8 mil km da costa brasileira,
mostrando as experiências e estudos desenvolvidos
nos últimos 50 anos. O trabalho foi apresentado
nesta terça-feira (2/12) no workshop “Emissários
Submarinos: Projeto, Avaliação de
Impacto Ambiental e Monitoramento”, que a CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,
órgão vinculado à Secretaria
do Meio Ambiente do Estado, está realizando
em parceria com a Escola Politécnica, da
Universidade de São Paulo. O evento, iniciado
na segunda-feira, encerra-se nesta quarta-feira
(3/12), tendo reunido especialistas de diversos
setores e de vários países. Segundo
Alfredini, “os dados sobre a circulação
das correntes costeiras e estuarinas são
muito importantes para o conhecimento do ambiente
marinho, podendo ser utilizados em modelos físicos
e numéricos que simulam os movimentos oceânicos
das baías onde foram depositados os efluentes
dos emissários submarinos”. Os modelos consideram
as correntes, ventos, ondas e outros fatores, para
a instalação adequada de emissários
submarinos, de forma a não prejudicar as
operações portuárias, a navegação
e outras atividades. Em Sidney, na Austrália,
que é uma cidade costeira, a pressão
da população foi muito importante
para a construção dos três emissários
submarinos, para que o lançamento de esgotos
não prejudicasse a qualidade do ambiente
marinho, garantindo a manutenção das
condições de balneabilidade das praias
para a recreação e qualidade dos peixes
para consumo. Peter Scanes, da Agência de
Proteção Ambiental de New South Wales,
falou sobre o Programa de Monitoramento Ambiental,
instituído há cinco anos em Sidney,
com medidas multidisciplinares para que os três
emissários de lançamento de esgoto
instalados nas três grandes baías na
costa da cidade tivessem uma performance adequada,
atendendo aos critérios relativos aos impactos
do ecossistema marinho e utilização
pública. “Os resultados desse programa mostraram
a importância do monitoramento desses lançamentos,
atestando que conseguimos reduzir os impactos ambientais
e os danos à saúde dos freqüentadores
das praias”, disse Scanes. O professor José
Juanes de la Peña, da Universidade de Cantábria,
na Espanha, falou sobre a avaliação
dos impactos ambientais e dos planos de monitoramento
para os emissários submarinos localizados
no litoral norte de seu país. “Para diminuir
os impactos produzidos há décadas
nos corpos aquáticos, as autoridades municipais
do norte da Espanha iniciaram, nos anos 90, um projeto
para a construção de um novo sistema
sanitário”, explicou. O governo espanhol,
diante da possibilidade dos lançamentos de
um estado prejudicar o litoral de outro, assumiu
o controle dos emissários e criou programas
de monitoramento, baseados em modelos que respondessem
à grande variedade de distúrbios ambientais,
com coletas contínuas para a avaliação
da movimentação das plumas. “Hoje
são cinco emissários em funcionamento
no norte da Espanha, e existe a previsão
de mais quatro em 2004”, finalizou José Juanes.
Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renata Egydio)