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IBAMA CONSIDERA INVIÁVEL
AMBIENTALMENTE
A CONSTRUÇÃO DA USINA ITUMIRIM
EM GOIÁS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Fevereiro de 2003
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A Diretoria de Licenciamento
e Qualidade Ambiental (Diliq), do Ibama, divulgou
parecer técnico na última quinta-feira
(20/02), considerando inviável a localização
proposta para a instalação da Usina
Hidrelétrica de Itumirim, no Rio Corrente,
em Goiás. O Instituto entende que a formação
do reservatório causará impacto à
fauna do Parque Nacional (Parna) das Emas e seus
ambientes de transição. Foi a segunda
vez que o Ibama manifestou-se contrário à
instalação da usina.
Na primeira ocasião, em 26/03/01, o parecer
técnico da Diliq considerou que o Parque
Nacional das Emas e o local determinado para a construção
da usina - rio Corrente, próximo ao povoado
de Itumirim, entre os municípios de Aporé
e Serranópolis - são algumas das últimas
áreas em bom estado de conservação
do bioma de cerrado com características únicas
de fauna e flora deste ecossistema.
Apontou também que o empreendimento causará
impacto no Parna e que antes da instalação
de qualquer empreendimento no entorno do mesmo seria
necessária a definição da área
de amortecimento, conforme a Lei do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (Snuc).
Em função disso, a localização
proposta pelos empreendedores foi considerada inviável,
uma vez que a formação do reservatório
impactaria diretamente na fauna do Parna e seus
ambientes de transição.
Diante de nova solicitação de avaliação
ambiental feita pelo empreendedor, desta vez pedindo
a análise da viabilidade de construção
da usina com um rebaixamento da cota proposta anteriormente,
foi feita uma outra vistoria no local. "O objetivo
era avaliar a possibilidade de ganho ambiental na
redução da cota máxima de 680
metros para 678 metros e também da nova cota
de operação de 675 metros. Os técnicos
procuraram avaliar o ganho de área que deixaria
de ser submersa e a flora destas áreas",
explica o coordenador geral de Licenciamento Ambiental
do Ibama, Leozildo Tabajara Benjamim.
A conclusão apresentada desta vez no parecer
técnico do Ibama aponta que com a implantação
da usina seria formado um reservatório de
4.659,84 hectares, ocasionando o alagamento de 77,667
hectares "de extrema importância ecológica
para a fauna da região e do Parque Nacional
das Emas", aponta o coordenador.
Finalizando, Benjamim explica que o ideal é
que todo processo licitado para beneficiamento de
energia seja antes viabilizado ambientalmente. "É
necessário que a Aneel faça um Estudo
de Impacto Ambiental ou um estudo mais abrangente
da bacia onde se localiza o empreendimento e verifique
a sua viabilidade ambiental. Assim, quando o trâmite
chegar para a análise do Ibama, poderemos
apontar a sua viabilidade ambiental sem inviabilizar
um empreendimento que a Aneel já licitou",
concluiu o coordenador.
Ibama autoriza operação
da Usina de Queimado
Empreendimento beneficia
populações de Minas, Goiás
e Distrito Federal
Com um potencial instalado de 105 MW, o suficiente
para abastecer uma cidade com 260 mil habitantes,
a Usina Hidrelétrica de Queimado, no Rio
Preto, em Unaí, Minas Gerais, recebeu do
Ibama a Licença de Operação
e deverá dar início nos próximos
dias ao enchimento do reservatório com 40,11
quilômetros quadrados. Durante o processo
de licenciamento, os estudos e relatórios
apontaram a necessidade da realização
de diversas medidas tanto na área ambiental
quanto social, em função da implantação
do empreendimento.
A formação do lago provocou a realocação
de 19 famílias (cerca de 70 pessoas), que
deverão ser indenizadas por perdas das áreas
de lavoura, pastagens e benfeitorias, o deslocamento
de rebanhos e o comprometimento da produção
de grãos e de leite.
O Ibama exigiu o desenvolvimento de um projeto de
salvamento arqueológico e preservação
da memória do patrimônio natural da
região de abrangência, que, além
do município de Unaí, envolve Cristalina,
em Goiás e o entorno do Distrito Federal.
Por determinação do Ibama serão
desenvolvidos, também, projetos nas áreas
de saúde, saneamento e educação.
O Consórcio terá 180 dias para apresentar
ao Ibama o Plano Diretor que vai ordenar o uso e
ocupação do entorno do reservatório,
onde poderá estar prevista a construção
de equipamentos de lazer para a população,
como clubes, bares e condomínios, além
de contemplar áreas que permitam o desenvolvimento
de atividades esportivas e educacionais para a população.
Na área ambiental o Ibama determinou que
sejam realizados projetos de recomposição
de matas ciliares e, atendendo a Lei do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação,
o Consórcio Cemig/CEB deverá repassar
R$ 900 mil para estruturação do Parque
Nacional Grande Sertão Veredas, em Minas
Gerais, e R$ 1 milhão, para implantação
de programas de uso público no Parque Nacional
de Brasília (Água Mineral).
O Ibama determinou, ainda, o salvamento e monitoramento
da fauna (peixes, aves migratórias, répteis,
anfíbios, andorinhões, jacarés,
lontras) e a implantação de canal
junto da barragem, para permitir o deslocamento
dos peixes do rio.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa