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MANUAL DE MANEJO DE FAUNA SILVESTRE
É LANÇADO PELO IBAMA EM BELÉM

Panorama Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Março de 2003

Foi lançado na última sexta-feira, 21/3, em Belém, o Manual de Manejo de Fauna Silvestre. Elaborado pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais-CNPT/Ibama, o manual destina-se aos moradores das Reservas Extrativistas que pretendem criar animais silvestres para obtenção de alimento e renda nas comunidades.
O manual é um completo guia para se compreender todos os aspectos técnicos e legais necessários ao desenvolvimento da criação de fauna selvagem em regime extensivo e semi-extensivo, modelo que já está em fase de experimentação em duas reservas extrativistas criadas pelo Ibama na Amazônia: Tapajós-Arapiuns (Pará) e Cazumbá-Iracema (AC).

Fontes de proteína animal para alimentação estão em declínio nas florestas

O Manual de Manejo de Fauna Silvestre é o resultado do trabalho dos ecólogos e mestres em ecologia Alberto Costa de Paula e Scoth Morrow Lindbergh. Ambos estarão presentes ao evento do lançamento do manual, em Belém. Segundo eles, as fontes tradicionais de proteína animal provenientes da caça de subsistência para a alimentação das populações residentes nas florestas está em declínio em todo o mundo. A causa está na destruição de ecossistemas ou na caça indiscriminada. “A Amazônia é uma das poucas regiões onde o declínio das populações animais ainda pode ser revertido”, garantem.
Para os dois estudiosos do assunto, a publicação do manual é primeiro passo no para se estabelecer no país os procedimentos que poderão ajudar a reverter a diminuição dos animais silvestres nas regiões de floresta onde existem populações tradicionais. De acordo com os autores, há uma exploração excessiva, com técnicas de caça impróprias, praticada principalmente por moradores das cidades vizinhas às reservas e dos assentamentos agrícolas.

Animais silvestres serão fonte de alimento e renda para populações tradicionais

As populações tradicionais das Reservas Extrativistas (Resex) poderão criar animais silvestres destinados à alimentação e comercialização. Trata-se de uma proposta inédita cujo objetivo é aumentar a oferta de proteína para os habitantes das reservas e permitir a geração de renda com a venda do excedente de animais que serão criados em regime semi-intensivo (animais soltos em grandes áreas fechadas). Os projetos-piloto serão implantados nas Resex Tapajós-Arapiuns, no Pará, e Cazumbá-Iracema, no Acre. As espécies utilizadas inicialmente serão a capivara e a queixada, cujas carnes apresentam baixos teores de gordura e grande apelo
Reprodução/Ibama
mercadológico. Para atender à legislação ambiental, as reservas deverão se ajustar à legislação sobre o assunto, recentemente editada pelo Ibama. A implantação do projeto será responsabilidade do Centro Nacional de Populações Tradicionais – CNPT/Ibama. No Brasil, existem 24 Reservas Extrativistas que somam quase 5 milhões de hectares de áreas protegidas – 4.122 milhões só na Amazônia -, onde a exploração dos recursos naturais segue os parâmetros sustentáveis, as famílias têm garantia à terra, as comunidades são organizadas e capacitadas, a cultura é preservada e o meio ambiente conservado para as gerações futuras. Mais de 50 mil pessoas se beneficiam diretamente com a existência das reservas extrativistas no país.
“A criação de animais silvestres para a população das reservas representa uma importante alternativa alimentar e condição para que a fauna da região se recupere, pois, mesmo com a finalidade exclusiva da subsistência (tolerada por lei), pratica-se uma modalidade de caça que pode comprometer o futuro das espécies nativas, pois é feita sem a devida orientação técnica” afirma o chefe do CNPT, Atanagildo de Deus Matos. Pesquisas demonstram que 22% a 77% (53% na média) da dieta alimentar das comunidades extrativistas é suprida pela caça.
Segundo Atanagildo, os planos de manejo que serão implantados nas reservas
garantirão a manutenção ou mesmo a ampliação das populações de animais nativos de cada região. Nenhuma espécie ameaçada de extinção será usada nas reservas.
O CNPT já está treinando os moradores das reservas para a prática correta do manejo de animais silvestres. O Manual de Manejo de Fauna Silvestre é o instrumento básico para a criação dos animais. Antes da implantação efetiva do projeto, os técnicos fazem um amplo levantamento das espécies e da população de animais existentes. Depois de iniciar a atividade, continuam a monitorar os animais com o objetivo de identificar e controlar os impactos ambientais. Com o acesso regularizado, espera-se que haja a recuperação de muitas espécies. Um amplo trabalho de informação e educação ambiental ocorrerá durante o desenvolvimento dos projetos.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Alberto Costa/Jaime Gesisky

 
 
 
 

 

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