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MICO-LEÃO-DOURADO
SE RECUPERA
EM LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADOS
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2003
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A espécie
passou para uma categoria de menor ameaça
na lista vermelha da União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN)
A conservação
do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)
recebeu um importante reconhecimento hoje depois
que a União Internacional para a Conservação
da Natureza (IUCN) divulgou a atualização
de sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas
de Extinção. Na nova lista, que inclui
espécies ameaçadas de todo o mundo,
o mico passou de Criticamente Ameaçado de
Extinção (no levantamento de 2000)
para Ameaçado de Extinção.
O mico-leão-dourado, que só vive na
Mata Atlântica de baixada costeira na bacia
do rio São João e Região dos
Lagos no Rio de Janeiro, foi a única espécie
de primata que conseguiu passar para uma categoria
de menor ameaça na nova Lista Vermelha.
Quando o WWF, o Smithsonian Institution e outros
parceiros começaram a trabalhar com a proteção
desta espécie ameaçada, em 1971, restavam
apenas cerca de 200 indivíduos da espécie
vivendo na natureza. Em 30 anos de cooperação
internacional e um árduo trabalho de campo,
a população de micos-leões
atingiu uma importante conquista em março
de 2001, quando o milésimo mico nasceu na
natureza.
O Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado
é o primeiro e mais antigo projeto apoiado
pelo WWF no Brasil, sendo executado pela Associação
Mico-Leão-Dourado (AMLD), criada para coordenar
todos os trabalhos de conservação
da espécie. Desde então, com o uso
de técnicas como a reintrodução
na natureza de animais nascidos em cativeiro, a
translocação de animais vivendo em
áreas isoladas, a educação
ambiental e a proteção e restauração
de hábitat para a espécie, o programa
tornou-se um exemplo único de parceria internacional
envolvendo 40 organizações e 148 zoológicos.
O resultado desse esforço pode ser medido
pelo fato que cerca de um terço da população
de micos-leões-dourados vivendo na natureza
é resultado direto do programa de reintrodução,
que tem repovoado florestas onde a espécie
estava extinta, envolvendo mais de duas dezenas
de propriedades particulares em Silva Jardim, Rio
Bonito e Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro.
Apesar da nova classificação da IUCN,
a espécie continua ameaçada, uma vez
que estudos concluíram que são necessários
pelo menos 2 mil micos vivendo na natureza para
garantir a sobrevivência a longo prazo da
espécie. Contudo, para chegar à essa
população, o hábitat do mico
precisa aumentar dos cerca de 17 mil hectares atuais
para 25 mil hectares de Mata Atlântica contínua
na região, até o ano 2025. Com poucas
chances do aumento rápido da população
vivendo na natureza, devido à fragmentação
do pouco que resta da Mata Atlântica na região,
a AMLD junto com o WWF e outros parceiros precisam
continuar lutando para recuperar e proteger o hábitat
do mico.
Um importante passo para atingir o objetivo de salvar
o mico do risco de extinção foi alcançado
em junho de 2002, quando uma Área de Proteção
Ambiental (APA) de 145 mil hectares foi criada na
Bacia do Rio São João, no Rio de Janeiro,
incluindo as únicas áreas de Mata
Atlântica onde vive o mico-leão-dourado.
Com a criação da área, foram
estabelecidos critérios específicos
para a ocupação e uso da terra, garantindo
a integridade da biodiversidade local e a qualidade
ambiental da bacia.
A Lista Vermelha da IUCN é a lista mais completa
sobre a situação de espécies
da flora e fauna de todo o mundo. A lista usa uma
série de critérios científicos
para avaliar o risco de extinção de
milhares de espécies e subespécies.
Há nove categorias avaliando o nível
de ameaça de extinção enfrentado
pela espécie: extinto, extinto na natureza,
criticamente ameaçado, ameaçado, vulnerável,
quase ameaçado, mínimo de preocupação,
dados insuficientes ou não avaliado. Uma
espécie é considerada ameaçada
de extinção se ficar nas categorias
Perigosamente Ameaçado, Ameaçado ou
Vulnerável.
O WWF-Brasil é uma organização
da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos,
com sede em Brasília, com atuação
nacional para que a sociedade brasileira conserve
a natureza, harmonizando a atividade humana com
a proteção da biodiversidade e o uso
racional dos recursos naturais em benefício
dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
Faz parte da rede ambientalista mundial WWF, que
congrega organizações similares de
mais de 30 países e com atuação
em todos os continentes.
Para mais informações:
Jorge Fecuri - Assessor de Comunicação
WWF-Brasil
tel: (61) 364-10005
email: jorge@wwf.org.br
Site da IUCN - www.iucn.org
Fonte: WWF-Brasil (www.wwf.org.br)
Jorge Fecuri