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CÂMARAS
AMBIENTAIS APROXIMAM INDÚSTRIAS
DOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2003
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Representantes de
diversos setores industriais reuniram-se na sexta-feira
(15/8) com representantes da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado – SMA e da CETESB – Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental, para discutir
o papel das câmaras ambientais. O encontro,
denominado “Câmaras Ambientais: Sucessos e
Desafios”, procedeu a uma análise desse instrumento
de gestão participativa criado em 1996, para
promover o diálogo e o intercâmbio
de informações, aproximando os órgãos
de controle ambiental e os setores produtivos, subsidiando
o processo de tomada de decisões.
Estiveram presentes na abertura do evento, entre
outros, o secretário do Meio Ambiente, professor
José Goldemberg, o presidente da CETESB,
Rubens Lara, o diretor de Engenharia, Tecnologia
e Qualidade Ambiental da CETESB, Lineu Bassoi, o
coordenador das Câmaras Ambientais, Hamilton
Targa, e os presidentes das seis câmaras ambientais
em funcionamento, Mário William Ésper,
das Indústrias de Produtos Não-Metálicos,
Paulo Skaf, das Indústrias Têxteis,
Ricardo Shamá Santos, do Comércio
de Derivados de Petróleo, Martim Afonso Pena,
das Indústrias Química e Petroquímica,
Artur Rodrigues Quaresma Filho, da Indústria
da Construção, e Alfred Szwarc, do
Setor Sucroalcooleiro).
O professor José Goldemberg afirmou que espera,
como resultado do encontro, receber sugestões
concretas que possam ser encaminhadas ao Governo
do Estado, para o aperfeiçoamento da legislação
ambiental e a melhoria do desempenho dos órgãos
do sistema ambiental em São Paulo. Lembrou
que a modernização da legislação
decorrente dos recentes decretos assinados pelo
governador Geraldo Alckmin, em dezembro último,
já está surtindo efeito promovendo
acordos para a descentralização e
a renovação periódica do licenciamento
ambiental.
O presidente Rubens Lara, por sua vez, reforçou
sua disposição de priorizar as câmaras
ambientais em sua gestão à frente
da CETESB e aproveitou para anunciar a publicação
no Diário Oficial do Estado, da norma técnica
P 4.261 – “Manual de Orientação para
a Elaboração de Estudos de Análise
de Riscos”, como mais um produto concreto das discussões
realizadas no âmbito desses organismos de
gestão.
Todos os presidentes das câmaras em funcionamento,
sem exceção, também elogiaram
a importância da iniciativa e apresentaram
breves balanços dos avanços obtidos
em seus setores e deixaram clara a necessidade de
se manter e consolidar a prática de diálogo
e parceria com o órgão ambiental fiscalizador
do governo.
Ainda no período da manhã, aconteceram
três apresentações, do diretor
Lineu Bassoi, da CETESB, Yushiro Kihara, da ABCP
- Associação Brasileira de Cimento
Portland, e de Eduardo San Martin, da ABIT - Associação
Brasileira da Indústria Têxtil, que
falaram sobre o tema “Produção Mais
Limpa”.
Análise
de riscos nas indústrias
Em vista, principalmente,
dos eventuais riscos decorrentes do armazenamento
de produtos químicos perigosos, a diretoria
da CETESB aprovou e encaminhou para publicação,
no Diário Oficial do Estado, o “Manual de
Orientação para a Elaboração
de Estudos de Análise de Riscos”. O documento
é produto de discussões realizadas
por cerca de um ano e meio na Câmara Ambiental
das Indústrias Química e Petroquímica.
O manual é uma referência para que,
tanto a CETESB como as indústrias, possam
dentro de um padrão único diagnosticar
os riscos que um empreendimento industrial, com
armazenamento de produtos perigosos, possa causar
à população e ao meio ambiente.
Entre outros itens que vão compor o referencial,
destacam-se o tipo de substância, a quantidade
armazenada e a vulnerabilidade do local onde o empreendimento
está inserido. O manual, assim, servirá
como referência nas análises de licenciamento
ambiental e nas renovações das licenças
no Estado de São Paulo, no que se relaciona
ao diagnóstico dos riscos envolvidos.
Licença
renovável
No período
da tarde, os membros das câmaras ambientais
debateram com representantes da SMA e da CETESB
os diversos aspectos relativos à licença
ambiental renovável, prevista nos Decretos
Estaduais 47.397 e 47.400, de dezembro do último
ano.
“A introdução de critérios
melhores, daqui para frente, existe para evitar
a existência de esqueletos no futuro”, disse
o professor José Goldemberg, referindo-se
aos passivos ambientais representados por indústrias
com processos produtivos ultrapassados e áreas
contaminadas como da Vila Carioca e da Favela Paraguai.
O diretor de Controle da Poluição
Ambiental da CETESB, Fernando Rei, esclareceu que
as mudanças no sistema de licenciamento vieram
para suprir uma insuficiência no modelo de
controle em vigor, em vista de um cenário
no qual algumas normas jurídicas estão
atrasadas e a interface com o setor produtivo é
insuficiente.
Algumas das mudanças significativas que Fernando
Rei destaca é a alteração do
prazo de renovação de licenças
de operação, que passa de dois para
cinco anos, e a municipalização de
licenças ambientais em atividades de impacto
local, como já ocorre em Santo André.
Essas mudanças visam alcançar rapidez
e eficiência no processo de licenciamento
ambiental.
Fonte: SMA (www.ambiente.sp.gov.br)
Mário Senago e Osmar Soares