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IBAMA INTERROMPE
DESMATAMENTO EM RONDÔNIA
E LIBERTA 160 TRABALHADORES ESCRAVOS
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2003
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Equipes de fiscalização
do Ibama embargaram uma área de aproximadamente
nove mil hectares, em duas fazendas, no Cone Sul
de Rondônia, impedindo o desmatamento de mais
de 3,5 mil hectares. No local, outros cinco mil
hectares já haviam sido desmatados. O Ministério
do Trabalho foi acionado porque nas duas propriedades
foram identificados 166 “trabalhadores escravos”.
Segundo o gerente executivo do Ibama em Ji-Paraná,
Valmir de Jesus, este é o maior desmatamento
ilegal encontrado na Amazônia este ano.
A operação “Controle de desmatamento
e queimadas no Cone Sul de Rondônia”, está
sendo realizada desde o último domingo, pelo
Núcleo de Operações Aéreas
do Ibama e conta com o apoio do Exército
e das polícias Federal e Militar de Rondônia.
O trabalho começou com uma fiscalização
de desmatamento ilegal nas áreas indígenas
de Zoró, Surui e Cinta Larga, no município
de Espigão do Oeste (Sul do Estado). No local
foi confirmada a atuação de aproximadamente
20 grandes madeireiras irregulares, que foram embargadas
e multadas. Alem disso, nas áreas indígenas,
4 mil metros cúbicos de madeiras foram apreendidos
pelo Ibama, em conjunto com a Funai.
Desmatamento
e trabalho escravo
Em seguida as equipes
de fiscalização seguiram para os municípios
de Vilhena, Corumbiara e Cerejeiras, região
onde está ocorrendo grandes desmates e queimadas.
Na fazenda San Joaquim, de propriedade de Roberto
Caldas, foi constatada a existência de 106
pessoas trabalhando em regime considerado escravo
e localizado um desmate irregular de aproximadamente
4 mil ha.
“Os trabalhadores, que tinham suas carteiras profissionais
e documentos retidos na fazenda foram liberados
e encaminhados ao Batalhão da PM em Cerejeiras.
Em seguida acionamos o Ministério do Trabalho”,
informa o gerente do Ibama em Ji-Paraná,
Valmir de Jesus. Segundo ele, o Ibama está
realizando um levantamento para verificar se o desmatamento
atingiu o Parque Estadual de Corumbiara, vizinho
à área. O desmatamento foi embargado
e aplicada uma multa superior a R$ 1 milhão.
A outra fazenda autuada foi a Mequéns, de
Jairo Correia. “Na propriedade foram encontrados
um desmatamento de 1,5 mil hectares e 3,5 mil outros
há brocados (limpeza rasteira que prepara
a área para o desmate), que foram salvos
do desmatamento”, informou o gerente do Ibama. Segundo
ele, os 60 trabalhadores escravos da Fazenda Mequéns
estavam ainda em piores condições.
“Encontramos doentes, com febre e malária,
mulheres grávidas, feridos, sem assistência
médica e com os documentos retidos na fazenda.
Resgatamos os 60 e acreditamos que nos outros acampamentos
da propriedade onde não conseguimos chegar
estejam mais trabalhadores em condição
escrava”, comenta Valmir de Jesus. Também
neste caso, o Ministério do Trabalho foi
acionado. O gerente informou que o desmatamento
foi embargado e será aplicada uma multa também
superior a RS 1 milhão.
Nas propriedades foram apreendidos um trator, geradores,
2,4 mil litros de gasolina, 30 motosserras, 20 machados
e 500 litros de óleo diesel, que seriam utilizados
para terminar os desmatamentos. O gerente concluiu
informando que a fiscalização vai
continuar por tempo indeterminado, na região
de Costa Marques, onde existem denúncias
de grandes desmates irregulares.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa