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CÓDIGO
FLORESTAL: VOLTA A PRESSÃO PARA
AUMENTAR O DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2003
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A batalha entre ruralistas
e ambientalistas em torno do Código Florestal
e desmatamento da Amazônia, agora dentro da
nova correlação de forças com
o governo PT, já começa a reaparecer
na Câmara e no Senado. Como há um parecer
de uma comissão mista dominada por ruralistas
há dois anos, a respeito de uma medida provisória
"velha" (portanto deve ser votada pelo Congresso),
que mantém em vigor o Código Florestal,
alguns senadores já estão se movimentando
para obrigar o senador José Sarney, presidente
do Congresso, a colocar em votação a
Medida Provisória, com o parecer ecologicamente
incorreto da ex-comissão. O assunto está
parado porque nenhum dos lados teve força para
levar o embate ao plenário e o governo anterior,
como atual, estava dividido entre o Ministério
do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura.
Ontem (21), por exemplo, o senado Gilberto Mestrinho
(PMDB-AM) fez discurso da tribuna defendendo a redução
da reserva obrigatória nas propriedades particulares
na Amazônia Legal, que é de 80%. "Isto
está emperrando o progresso da Amazônia",
disse o senador, lembrando que, desse jeito, vamos
ter que importar madeira do Uruguai (o que não
tem nada de mais, diga-se). Ocorre que esta determinação
de percentuais decorre do Código Florestal
que vem sendo mantido em vigor por força da
Medida Provisória do governo anterior.
Há gente de ambos os lados - grosseiramente
divididos entre ruralistas e ambientalistas no Congresso
- que defende a retirada dos percentuais, que seriam
substituídos por critérios mais precisos
determinados por zoneamentos ecológico-econômicos
(ZEE). Ocorre que os ZEE não existem, custam
caro, podem ser manipulados e às vezes o são,
como no caso de Rondônia, que foi obrigado a
assinar um termo de reajustamento com o Ministério
do Meio Ambiente.
E na verdade é também uma questão
política: não se pode deixar que o modelo
agrícola tradicional, concentrador de renda,
avance sobre a Amazônia além do que já
acontece atualmente. Se baixarmos o percentual de
80% significa que vamos permitir imediatamente que
haja enormes cortes de florestas, queimadas e abertura
de vastas áreas para pastos e criação
de gado, além de soja. Só que isto não
tem sustentabilidade no solo fraco e arenoso da floresta
amazônica. A briga está sendo retomada.
Na Câmara, parlamentares ambientalistas estão
formando a Frente Parlamentar pela Defesa da Amazônia
Sustentável, por iniciativa da deputada Perpétua
Almeida (PCdoB), com apoio de deputados do PT, do
Partido Verde e de outros partidos da base de apoio
ao governo Lula.
Fonte: Amazônia (www.amazonia.org.br)
Senado (www.senado.gov.br)
Câmara (www.camara.gov.br)
Greenpeace (www.greepeace.com.br)
Assessoria de imprensa |