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ANÚNCIO
DE MEDIDAS FEDERAIS
SUSPENDE BLOQUEIO DA TRANSAMAZÔNICA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Outubro de 2003
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A liberação
de recursos para a recuperação da
rodovia, a criação de uma força-tarefa
da Polícia Federal e o encaminhamento de
estudos e providências no Instituto Nacional
de Reforma Agrária (Incra), Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente (Ibama) e Presidência da
República levaram manifestantes, GTA e CNS
a decidirem suspender o protesto. Ministro fala
de ações em congresso de Altamira.
O ministro Miguel Rosseto afirmou nesta sexta, 24,
na abertura do Congresso Popular de Desenvolvimento
Regional em Altamira (PA) que o ordenamento fundiário
do campo é uma prioridade para o desenvolvimento
da Amazônia e os produtores rurais beneficiados
por ações anteriores da SUDAM devem
adaptar-se a um novo modelo onde poucos beneficiados
ou então benefícios com poucos empregos
e efeitos ambientais negativos devem ser trocados
pelos critérios de inclusão social
e sustentabilidade ambiental. Enquanto isso, as
centenas de manifestantes com camisetas com a frase
"a morte da floresta é o fim das nossas
vidas" que bloqueavam desde quarta feira o
quilômetro 120 da rodovia Transamazônica,
no município de Anapu, começavam a
retirar-se do local depois do anúncio de
medidas federais voltadas para suas reivindicações.
A liberação emergencial de 20 milhões
de reais para a recuperação da estrada
neste início de período chuvoso, anunciada
pelo Governo Federal, acalmou os ânimos mas
não arrefeceu o movimento. O fim do bloqueio
deixou em aberto uma retomada de protestos caso
os aspectos da violência, da invasão
de terras por criminosos organizados (grileiros)
e da destruição florestal não
sejam atacados. A Polícia Federal deve trabalhar
com uma força-tarefa na região sul
do Pará, considerada uma das áreas
prioritárias de conflitos socioambientais
conforme levantamentos realizados pela Secretaria
Nacional de Direitos Humanos. E os principais órgãos
governamentais ligados com a reforma agroecológica,
o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente (IBAMA) trabalham juntos no encaminhamento
de duas novas reservas extrativistas e na implantação
de projetos de manejo florestal.
As regiões da floresta amazônica do
norte do Mato Grosso e do sul do Pará estão
sob forte pressão das políticas de
produção da soja, cujas áreas
são abertas por madeireiros e grileiros.
A criação de um mosaico de unidades
e mecanismos de conservação ambiental
e uso sustentável na chamada Terra do Meio
é um dos principais objetivos de movimentos
sociais e ambientais. Um relatório recente
do Programa Voluntários da Nações
Unidas e Secretaria Nacional de Direitos Humanos
mostra a gravidade da região - o Relatório
Brasileiro sobre Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais.
Em Altamira, centenas de pessoas também reuniram-se
no Congresso Popular de Desenvolvimento Regional,
organizado pelo Movimento de Desenvolvimento da
Transamazônica e Xingu (MDTX) com apoio de
muitas entidades como a Rede GTA. "Tem muita
gente aqui. Até mesmo alguns produtores tentaram
protestar contra o ministro por causa de projetos
antigos, mas ele disse que agora o desenvolvimento
tem que ter inclusão social e gerar qualidade
de vida para a comunidade", afirmou Rosenilde
Gregória dos Santos, diretora da Rede GTA
que seguiu da regional Babaçu, no Maranhão,
para apoiar as iniciativas dos regionais Altamira
e Carajás.
A modalidade de assentamento ambiental criada com
os projetos de desenvolvimento sustentável
(PDS) estão como prioridade dos protestos
de Anapu - os PDS Virola-Jatobá e o Esperança,
que somam em conjunto 120 mil hectares. Também
é esperada a implantação da
Reserva Extrativista de Bacajá, com 80 mil
hectares, para beneficiar 4 mil famílias.
A grande região da Terra do Meio também
espera completar uma rede de proteção
ambiental e social com a implantação
futura das reservas Verde Para Sempre, em Porto
de Moz, e a de Prainha.
Fonte: GTA – Grupo de Trabalho
Amazônico (www.gta.org.br)
/ www.amazonia.org.br
Assessoria de imprensa