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ASSENTAMENTOS
DE REFORMA AGRÁRIA
TERÃO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Outubro de 2003
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Os ministérios
do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Agrário
(MDA) deram hoje o primeiro passo para assegurar
o desenvolvimento socioambiental nos projetos de
assentamento de reforma agrária do Incra.
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado
entre os dois ministérios e a Procuradoria
Geral da República, prevê que em três
anos o Ibama e o Incra realizem o licenciamento
ambiental dos assentamentos de reforma agrária.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
o objetivo é permitir que os assentados possam
desenvolver atividades sustentáveis nos aspectos
econômico, social, ambiental e cultural. Ela
destacou que o TAC deve ser encarado com uma transição
entre o modelo antigo de fazer assentamento, sem
preocupação ambiental, para um novo
modelo, no qual a variável ambiental é
incluída no processo desde o planejamento.
“Tivemos uma política equivocada em relação
à reforma agrária e meio ambiente
durante todos esses anos e a partir deste TAC queremos
resolver o passivo ambiental e criar um processo
virtuoso para os assentamentos”, afirmou a ministra.
Dos 4.528 projetos de reforma agrária cadastrados
no Incra, 95% não têm concluídos
os procedimentos e estudos necessários para
a efetivação do licenciamento ambiental.
O licenciamento é condição
necessária para a concessão de crédito
rural aos pequenos agricultores assentados nos projetos
de reforma agrária criados pelo Incra. É
a partir do licenciamento que serão definidas
as áreas que o produtor rural poderá
desmatar para exercer suas atividades econômicas
ou de subsistência.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel
Rosseto, afirmou que as questões ambientais
não devem ser tratadas como um problema para
os assentamentos rurais. Ele explicou que os problemas
ambientais devem ser resolvidos de forma positiva,
adequando os assentamentos ao licenciamento ambiental
e realizando o licenciamento nos novos empreendimentos.
“Não é coincidência que a degradação
ambiental dos assentamentos venha acompanhada de
sua degradação econômica”, disse
o ministro.
O procurador-geral da República, Cláudio
Fonteles, considera importante a utilização
de instrumentos como o TAC, que possibilitam a correção
de distorções sem a necessidade de
ações na Justiça. “O Ministério
Público está sempre pronto para dialogar
com as instituições governamentais”,
afirmou o procurador.
O TAC prevê a realização de
um levantamento preliminar de dados dos Projetos
de Assentamento; a adequação das normas
de licenciamento ambiental dos projetos de assentamento
e a negociação de acordos, convênios
e termos de cooperação entre Ibama
e Incra ou entre eles e os órgãos
estaduais de meio ambiente para diminuir custos
gerais e acelerar trâmites dos licenciamentos.
Segundo o acordo, o Incra terá prazo de três
anos para solicitar o licenciamento ambiental dos
projetos de assentamento que ainda não tenham
passado pelo procedimento.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de comunicação