Panorama
 
 
 

MINISTRA DO MEIO AMBIENTE EMOCIONA O BRASIL
EM ENTREVISTA A JÔ SOARES

Panorama Ambiental
Rio Branco (AC) - Brasil
Outubro de 2003

A entrevistada e sua história já eram por demais conhecidas dos acreanos. Mas, na TV, para mais de 90 milhões de brasileiros, a audiência média do programa “Jô Soares”, as declarações da senadora licenciada Marina Silva, ministra do Meio Ambiente do governo do presidente Lula, no mais popular talk show da televisão brasileira caíram como uma bomba de emoção capaz de abalar o próprio apresentador.
O programa foi de fato todo emocionante, mas o trecho mais marcante foi aquele em que Marina Silva conta como conseguiu restabelecer a honra de seu pai, Pedro Augusto da Silva. Neste instante, o apresentador Jô Soares, mesmo com a experiência de quem já acumula milhares de entrevistas, praticamente não conseguiu se conter. “Está quente aqui, não?”, disfarçou Jô Soares, de mãos dadas com a entrevistada, quando lhe vieram as lágrimas provavelmente em função da história que Marina Silva acabara de contar.
Marina revelou que, quando ainda morava com a família no Seringal Bagaço, onde viveu até os 17 anos, junto com as seis irmãs e um irmão, percebeu que após a morte da mãe, vítima de um aneurisma cerebral, seu pai acusara o golpe e não conseguia trabalhar como antes. Pedro Augustinho da Silva passara a ser um homem triste e que aparentemente por isso mesmo estava inclusive faltando com as obrigações no pagamento do sistema de aviamento do seringal. “Quando o marreteiro chegou, eu fui buscar as mercadorias e ele disse que não poderia despachar porque meu pai não vinha produzindo borracha capaz de servir como haver para abater a dívida. Eu fiquei superenvergonhada com aquilo e pensei: puxa, esse homem vai sair por aí falando mal da honra do meu pai. E percebi que num paiol havia muito arroz espalhado. Eu passei a ensacar. Entrava lá às seis da manhã e só saía à noite. No final da semana, quando já tinha várias sacas prontas, o marreteiro veio de novo e perguntou quem tinha feito aquilo. Eu disse: foi o meu pai. E ele então me mandou pegar as mercadorias”, contou Marina Silva. Foi aí que Jô Soares quase vai às lágrimas com a platéia.
Houve também momentos de completa descontração, quando a entrevistada conta como se deu os preparativos para ele vir morar na cidade, com as irmãs Servas de Maria. Se dependesse do pai de seu pai, que faleceu este mês com 103 anos de idade, ela jamais teria saído do seringal porque, segundo ele, moça nova na cidade o máximo que consegue é arranjar gravidez indesejada. “Quando ela voltar daqui há nove meses com a barriga no pé da goela, tu vai ver que estudo ela arranjou”, disse o patriarca a Pedro Augustinho.
Segundo ela, antes de falar com seu pai, ainda completamente analfabeta mas muito religiosa, passara uma semana rezando para que seu Pedro a deixasse vir para a cidade, “ir pá rua”, estudar. Ela queria ser freira, mas desde cedo era advertida de que não há freiras analfabetas. A saída, portanto, era estudar. A saída era a rua. No dia em que tomou coragem para falar com seu pai, no momento em que a família trabalhava na construção de uma pocilga, seu Pedro Augustinho fazendo o trabalho de pregar a madeira, veio o pedido da candidata a freira. “Ele parou o martelo no ar, tirou o prego da boca e disse: você quer ir agora ou na semana que vem, quando a gente vender a borracha para você levar um dinheirinho?”.
Para quem esperava receber um não como resposta, aquilo parecia milagre. Mas sua alegria não duraria muito. O pai de seu Pedro entra em cena disposto a estragar a alegria. “Se a mãe dela fosse viva, ela não ia deixar essa menina ir para a cidade”, dissera o avô. Pedro Augustinho não se rendeu às pressões do pai e eis que, logo em seguida, Marina estava recolhida ao noviciado. Seu avô estaria completamente enganado. Marina engravidara, mas quando já estava na universidade, quando já era dona do próprio nariz e abria caminho para uma vida de honradez que a faz referência no Brasil e no mundo.

Entrevista abordou assuntos polêmicos como Gabeira e transgênicos

Foi a segunda vez que Marina Silva esteve no programa do Jô. A primeira foi em 1995, logo após sua primeira eleição para o Senado. “Foi você quem me lançou para o Brasil”, a lembrou. “Olha só que responsabilidade!”, disse Jô Soares.
No programa do último dia 20, a ministra também falou sobre sua nomeação como ministra do Governo Lula, uma das primeiras a ser anunciada pelo presidente eleito, durante sua viagem aos Estados Unidos. Marina disse que, ao saber de sua nomeação, lembrou do tempo em que, ao lado de Chico Mendes e de outros ambientalistas, como o próprio deputado federal Fernando Gabeira (RJ), que acaba de sair do PT, para conseguirem ser recebidos pelas autoridades locais que cuidavam da área ambiental. E olhem que aqueles ecologistas, que sequer tinham consciência do que era realmente um ecologista, só queriam evitar a derrubada das florestas!
De acordo com a ministra, apesar da recente saída de Fernando Gabeira do PT, ela acredita que isso não abalará sua amizade com o ativista ambiental nem sua identificação com as lutas do partido. Ela também acredita que o governo Lula está construindo a ponte entre o desenvolvimento e a questão social.
Quanto à polêmica dos transgênicos, disse a ministra que “precisamos ser cautelosos”. Segundo ela, antes de a plantação de organismos geneticamente modificados é necessário fazer pesquisas e estudos sobre o impacto ambiental devido à biodiversidade singular do Brasil.
Marina Silva também falou de sua vida pessoal. Filha de seringueiro, aprendeu a ler aos 17 anos de idade e hoje é professora de História. “O estudo é o instrumento de inclusão social mais importante do mundo” disse.
A atual ministra do Meio Ambiente revelou que chegou a adoecer cinco vezes de malária e três de hepatite. Venceu a última doença quando saiu de casa para estudar. No telão foi exibida sua primeira fotografia, aos 17 anos. Por fim, falou deus amizade com Chico Mendes.

Populares se dizem orgulhosos de serem representados por Marina Silva

A entrevista da senadora repercutiu nos meios políticos e sociais de todo o Estado. Quem assistiu ao programa, independentemente da condição social, demonstrou emoção com o que viu. A entrevista era um dos principais assuntos em qualquer ponto da cidade durante todo o dia de ontem. Eis o resumo de alguns comentários.

“É espetacular aquela mulher. Ela encanta todo mundo, é atualmente o grande nome da política acreana” - Mauro Jorge Café, funcionário público.

“Ela mostrou que está por dentro do assunto quando o tema é meio ambiente” - Luis Carlos Araújo, comerciante
“É o nosso ponto de referência para o resto do Brasil e até pro mundo. Chegar aonde chegou vindo do seringal, ela é uma vencedora” - Janauira Moreira - estudante

“Muito boa a entrevista. Foi lindo vê o carinho do Jô com ela. A Ministra ganhou o Brasil”. Maria Auxiliadora, autônoma

“Ela é só orgulho para nós. Sua trajetória de vida emociona qualquer um. É como se fosse fácil chegar aonde ela chegou” Leni da Silva, autônoma

“Quando vejo a Marina na TV, sonho em um dia poder chegar lá também” - Edênicos Oliveira, estudante

“Me emocionei quando ela falou de sua vida no seringal. Nós sabemos muito bem o que era viver nos seringais naquela época. Se hoje está difícil imagina no passado” - Elizeu Linhares, funcionário público.

“Ótima entrevista. É muito bom saber que tem pessoas do caráter da Marina representando o nosso Estado lá”. Anderson Pinto, autônomo

“Foi uma entrevista descontraída. Era só vê o carinho do Jô Soares com ela, era o Acre ali sendo representada pela nossa Ministra”. Ecimairo Carvalho - Jornalista

“Ela é um exemplo para todos nós que sonhamos em ser alguém importante na vida. Ela e o presidente Lula são o povo brasileiro sendo representado pela nossa classe dos pobres” - Rivelino da Silva, funcionário público

Fonte: Governo do Acre (www.ac.gov.br)
Tião Maia

 
 
 
 

 

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