Panorama
 
 
 

BRAÇO MARÍTIMO DA ONU QUER EXPULSAR
O GREENPEACE DE SEUS QUADROS

Panorama Ambiental
Londres – Inglaterra
Junho de 2003

Nos últimos oito meses desde que o navio Prestige derramou cerca de 12 mil toneladas de petróleo na costa da Espanha, o Greenpeace tem intensificado suas exigências por um fim aos navios de casco simples, a redução do uso de petróleo no mundo, e o aperto aos buracos na legislação que permitem que barcos com caçambas enferrujadas naveguem sob as chamadas “bandeiras de conveniência”. Hoje, a Organização Internacional Marítima (OIM), organismo ligado à ONU que tem o papel de proteger a saúde e a segurança dos oceanos, tentou retirar o Greenpeace de seus quadros.
Em um movimento patrocinado por Chipre e Austrália, entre outros países, a presidência da OIM queria pôr fim ao status de observador mantido pelo Greenpeace nos últimos dez anos, sem a realização de qualquer votação. O Chipre, junto à também reclamante Turquia, está entre os Estados que concedem “bandeiras de conveniência” a embarcações de outros países, de forma a driblar as determinações legais européias, por exemplo. Criticados pelo Greenpeace, essas nações fornecem licenças a navios-tanque cujas medidas ou condições de manutenção estejam abaixo do padrão estabelecido por seus próprios países, podendo naufragar ou provocar vazamentos.
Apesar de a OIM ter declarado inicialmente que a decisão entraria em vigor de imediato, em seguida voltou atrás, devido à repercussão do assunto na mídia. Assim, a palavra final sobre a expulsão deverá ser dada na assembléia do organismo, em novembro.
Grupos lobbistas como o Intertanko, a associação industrial de proprietários de supertanques (navios-tanque com capacidade de mais de 75 mil toneladas), permanecem dentro do organismo com status consultivo - embora derramamentos de petróleo como os do Exxon Valdez, do Erika, e do Prestige (2002), tenham causado catástrofes ambientais, econômicas e humanas em várias partes do mundo. A OIM, entretanto, continuará ouvindo e atendendo aos interesses desses grupos.
Por trás da fachada de um propósito nobre, a organização na verdade depende financeiramente da indústria de navios-tanque. O valor das cotas pagas a ela por cada país é determinado pela tonelagem de sua respectiva frota. Isso faz com que os países que negociam bandeiras de conveniência, como Panamá, Libéria, Grécia, Chipre e outros, sejam os maiores contribuintes.
Em troca, são as companhias de petróleo os que freqüentemente pagam essas taxas, e até representam os países na OIM. “Me lembro de um delegado panamenho, que tinha um cartão de visitas com duas faces. De um lado, estava escrito Consulado do Panamá, e do outro, ‘Escritório Legal da Esso, Nova York’”, disse o representante do Greenpeace Rémi Parmentier.
Os acusadores do Greenpeace protestam. A reclamação da Turquia diz respeito a um protesto levado a cabo em julho de 2002, quando ativistas da entidade se acorrentaram a várias partes do navio-tanque “Crude Dio”, e dependuraram um banner com a mensagem “Pare a indústria do petróleo. Energia limpa agora!”. A Austrália referiu-se a manifestações do Greenpeace contra navios que carregavam soja geneticamente modificada e óleo de xisto.
A indústria de navegação tem tentado classificar o Greenpeace como “perigoso” há anos, apesar do fato de que as ameaças reais sejam as cargas de petróleo, plutônio e lixo tóxico, contra os quais o Greenpeace atua. No relatório anual de 2002 do Intercargo, grupo lobbista das empresas de transporte marítimo, foi levantado o espectro de uma “tragédia” em potencial que poderia ser resultante da atuação de “manifestantes em pequenos barcos”, e de um “ativista nauticamente ingênuo, preso ao cabo de uma âncora”.
O Greenpeace sempre se preocupou com a segurança como algo supremo. Nossos ativistas são bastante treinados, nossos padrões e nossos peritos náuticos ganharam o respeito das guardas costeiras e dos especialistas marítimos ao redor do planeta. Ao contrário da indústria do petróleo, não colocamos a vida de outras pessoas ou o ambiente em risco com nossas ações.
Em uma época em que o secretário geral da ONU, Kofi Annan, faz um chamado pelo reforço do papel da sociedade civil em todos os níveis da organização, remover o Greenpeace da OIM simplesmente demonstra como a indústria do petróleo e as corporações multinacionais atuam sem restrições no mundo de hoje. Enquanto as portas da OIM se fecham para todos, com exceção de negociadores das grandes empresas e de politiqueiros, o Greenpeace continuará sua luta pela proteção dos oceanos e contra as cargas perigosas.

Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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